Condição afeta 540 milhões de pessoas em todo o mundo, concluem pesquisas publicadas no ‘The Lancet’. A avaliação é de que medicamentos não deveriam ser a primeira opção
A dor na lombar é a principal causa de incapacitação no trabalho e afeta em média 540 milhões de pessoas em todo o mundo, avaliam estudos publicados nesta última quarta-feira (21) no “The Lancet”. Ainda, a maioria dos pacientes com dores recebem o tratamento errado quando procuram um especialista. Para chegar a essas conclusões, pesquisadores fizeram uma revisão sistemática de estudos publicados entre 1990 e 2016 em 195 países. A partir desses dados, foram publicados dois estudos científicos no “The Lancet” e um artigo de opinião de especialistas.
Na avaliação dos pesquisadores do estudo, a primeira opção de tratamento para a condição deveria ser feito na atenção primária, com a indicação de reeducação postural e a manutenção da rotina diária. O que acaba acontecendo, entretanto, é que a maioria dos pacientes volta para a casa com medicamentos e a indicação de pararem de trabalhar — embora diretrizes mais recentes demonstrem que fisioterapia e manutenção da atividade física e de uma vida ativa seriam mais eficazes.
Ainda, em países como os Estados Unidos, há a recomendação do uso de medicamentos muito fortes para a condição — como os opioides. De acordo com as pesquisas, a dor lombar agora se consolidou como a principal causa de incapacidade no mundo — com o crescimento da condição em algumas regiões da África e Oriente Médio e em partes da América Latina, além dos altos índices já registrados em países de alta renda.
No Reino Unido, por exemplo, se juntarmos todos os dias de trabalho perdidos por trabalhadores britânicos, um total de 1 milhão de anos de vida produtiva é perdido por causa da deficiência de dor lombar. Nos Estados Unidos, esse numéro é de 3 milhões e, na Austrália, 300.000.
Sobre a dor
A dor lombar é um sintoma muito comum e ocorre em todas as faixas etárias. Para a maioria das pessoas, não há uma causa específica, como uma fratura vertebral. Indivíduos com empregos com maior exigência física, pessoas com comorbidades mentais e obesos estão mais propensas à dor. As pesquisas estimam que a dor lombar aumente nas próximas décadas, em particular em países de baixa e média renda, em que os sistemas de saúde são frágeis para lidar com a condição.
A dor lombar é um sintoma muito comum e ocorre em todas as faixas etárias. Para a maioria das pessoas, não há uma causa específica, como uma fratura vertebral. Indivíduos com empregos com maior exigência física, pessoas com comorbidades mentais e obesos estão mais propensas à dor. As pesquisas estimam que a dor lombar aumente nas próximas décadas, em particular em países de baixa e média renda, em que os sistemas de saúde são frágeis para lidar com a condição.
Os tratamentos recomendados
O tratamento inicial deve ser não medicamentoso com a educação para a retomada das atividades normais. Uma indicação de um psicólogo pode ser dada para sintomas persistentes. No entanto, avaliam os pesquisadores, há um uso excessivo de exames de imagem, opioides, injeções e cirurgia. “Globalmente, existem lacunas entre a evidência e prática, com um uso limitado da primeira indicação de tratamento”, escreveram os pesquisadores.
Iniciativa global
O estudo faz parte da iniciativa “Global Burden Disease” (algo como o fardo global de doenças). A ideia da medida é que, como as pessoas estão vivendo mais, é necessário ter um olhar mais voltado para como elas vivem, bem como para as incapacidades que vão se acumulando com as diversas doenças e tratamentos que surgem ao longo do tempo.
Nesse sentido, a saúde pública começou a avaliar os “anos vividos com incapacidade” como uma variável para indicar a qualidade de vida. Exemplos de doenças comuns que levam à incapacidade, segundo a iniciativa, são deficiência de ferro, enxaqueca, dores na lombar e depressão. Os anos vividos com incapacidade que tiveram por causa a dor na lombar aumentaram 54% desde 1990 — o que elevou a condição ao patamar de principal causadora de incapacidade.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário