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domingo, 19 de abril de 2015

Linhaça reduz sintomas da TPM, deixa corpo mais enxuto e ainda combate o excesso de gordura no sangue

Livro 'O poder da linhaça' enumera os benefícios da semente
 
A linhaça é uma semente antiga. Responsável pelo crescimento do linho, há relatos do consumo dela desde 5000 a.C. na Mesopotâmia — há 4 mil anos, começou a cultura da planta como fibra têxtil e, há 2.500, passou a ser usada como medicamento. Desde 1550, é cultivada no Sul do Brasil. A semente tem várias características interessantes. É uma das maiores fontes de ômega 3 e rica em lignanas, um fitoesteroide que imita a ação do hormônio estrogênio.

Além disso, a linhaça é cheia de nutrientes, fibras e outras substâncias que ajudam a diminuir o risco de doenças. Por ter tantas funções, a linhaça passou a ser considerada um alimento funcional. “É toda substância que neutraliza radicais livres, combate o excesso de gorduras no sangue, desentope e mantém livres as artérias (que defendem e fortalecem o organismo), combate o envelhecimento celular e o aparecimento de doenças cancerígenas”, explica a nutricionista Carina Tafas.

Química e autora do livro O poder de cura da linhaça, Conceição Trucom explica que a consciência de que a semente é uma das fontes de ômega 3 mais fáceis, econômicas e acessíveis está crescendo e o consumo também está subindo. “Todos os tipos de linhaça possuem ômega 3, ômega 6 e ômega 9, são uma boa fonte de proteína vegetal, vitaminas e minerais, e contêm boa quantidade de fibras. A diferença entre os subprodutos está na quantidade”, afirma Carina. A farinha, por exemplo, é mais rica em fibras, portanto, ideal para quem sofre de prisão de ventre, enquanto o grão apresenta tanto as fibras como os ômegas, vitaminas e minerais. Os óleos apresentam grande concentração dos ácidos graxos, portanto, são mais indicados para quem quer diminuir os sintomas da TPM.

Entre os benefícios da linhaça estão o controle da glicemia, a redução da prisão de ventre, a regularização da pressão arterial, a diminuição da retenção de líquidos e da redução dos sintomas da menopausa dos riscos de inflamações. Além disso, atua na prevenção da obesidade. “Quando ingerida com as refeições, a semente aumenta a saciedade”, destaca a nutricionista. A grande quantidade de fibras reduz a absorção de gorduras, enquanto os ácidos graxos atuam como potentes antioxidantes que diminuem a inflamação — por isso, são úteis na guerra contra as temidas celulites. Conceição explica que a linhaça, por ser um agente desentoxicante, acaba ajudando o trânsito intestinal. “A consequência de um corpo que funciona bem é pele bonita, cabelo saudável e peso ideal.”

O grande problema é que as pessoas ainda não sabem direito como escolher o tipo da linhaça que vão consumir. “A farinha não é a linhaça na íntegra, a maior parte do ômega 3 é extraída para ser vendida inteira ou na forma de óleo. Algumas pessoas compram a semente inteira, mas trituram ou batem no liquidificador, o que também não é certo”, ensina Conceição. O ideal é hidratar a semente entre oito a 16 horas, até o momento que antecede a germinação. “Na hora que você tira ela da casca, acontecem diversas variações físico-químicas que a transformam em um super-alimento”, completa.

A linhaça funciona de forma interna e até externa — existem alguns produtos de uso tópico com a semente que funcionam, inclusive, para esfoliação. “Eu recomendo o óleo de linhaça para tratar de queda de cabelo a candidíase, passando pela psoríase. Mas, quando for ingerido, é preciso indicação médica, porque o sistema hepático não dá conta de digerir completamente. Não se pode exagerar”, explica.

Remédio natural
As lignanas presentes na linhaça podem ter efeito na menopausa e na TPM e diminuir o risco de câncer de mama por serem semelhantes ao estrogênio. “Elas são fitoestrógenos presentes nas paredes celulares dos vegetais que apresentam propriedades antioxidantes e anticarcinogênicas”, afirma Carina.

Duas qualidades, mesmo benefício
Você sabia que a linhaça dourada é, na verdade, muito semelhante à marrom? Em termos de benefício para consumo, a tendência é que as duas sejam idênticas, sendo que a marrom é pouco mais interessante em termos nutracêuticos. A principal diferença é o gosto — a linhaça dourada tem sabor mais delicado.
 
Saúde Plena

Pesquisas consolidam os benefícios das castanhas e das nozes no corpo humano

Frutos tratam do diabetes ao câncer
 
Alguns ingredientes não só adicionam sabor às refeições, mas, se consumidos adequadamente, têm o poder de proteger o organismo contra diversos males. É o caso de nozes e castanhas. Embora calóricas, são ricas em nutrientes e “gorduras do bem”. Os benefícios desses frutos, grãos e sementes foram discutidos em um congresso científico, o Experimental Biology 2015, ocorrido em Boston, nos Estados Unidos. Uma compilação de 159 artigos médicos publicados ao longo dos últimos 20 anos evidenciou os efeitos extensos desses alimentos na saúde em geral.
 
Da fertilidade ao diabetes, passando pelo sistema cardiovascular, pelo metabolismo e pelo câncer, pesquisas realizadas em universidades do mundo todo encontraram, no período analisado, associações positivas entre o consumo de nozes e castanhas e a proteção contra diversas doenças.
 
Ricos em minerais, vitaminas, fibras, proteínas e substâncias naturais antioxidantes, esses alimentos também fornecem doses de ômega-3 vegetal, um ácido graxo de extrema importância para a manutenção dos níveis saudáveis de gordura no organismo e para combater processos inflamatórios e alérgicos.
 
Um dos estudos analisados no congresso mostrou, pela primeira vez, como o fruto da nogueira pode auxiliar no combate ao câncer de cólon. Os pesquisadores da Universidade de Ewha, na Coreia, cultivaram tecidos desse tumor em laboratório e trataram o material com um extrato da noz. Eles verificaram que a substância diminuiu significativamente a sobrevivência das células-tronco tumorais, um grupo celular que replica o câncer com muita rapidez.
 
Embora a pesquisa ainda esteja em fase inicial, com testes apenas no tubo de ensaio, os cientistas acreditam que essa pode ser uma abordagem promissora. “O câncer de cólon ainda é um dos principais tipos de tumor maligno e, nos Estados Unidos e na Coreia, está entre os que mais provocam mortes”, conta Yuri Kim, pesquisador da universidade coreana e principal autor do estudo apresentado nos EUA. No Brasil, a estimativa de novos casos por ano é de 32,6 mil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), com 14 mil óbitos registrados — a estatística brasileira leva em conta os casos de cólon e reto.
 
Kim explica que as células-tronco tumorais são uma pequena subpopulação celular com grande capacidade de autorrenovação, podendo se diferenciar em múltiplas linhagens, o que dificulta o tratamento da doença. “Na busca por terapias eficazes contra esse câncer, todos estão, agora, tendo as células-tronco tumorais como principal alvo”, diz.

Para o coração
O pesquisador afirma que a escolha das nozes da nogueira para o estudo se deu pelo fato de que, além de ser um alimento muito consumido no mundo, o extrato do fruto é rico em compostos fenólicos, substâncias naturais antioxidantes. “Previamente, pesquisas indicaram que esses compostos têm efeitos anti-inflamatórios poderosos. Por isso, nós nos interessamos em avaliar a propriedade anticancerígena desse fruto”, revela Kim, que se diz bastante empolgado com os primeiros resultados.

Na compilação de estudos analisados no congresso de Boston, foram apresentadas diversas evidências científicas de um potencial já conhecido das castanhas e das nozes: proteger o coração. “Um dos principais componentes da luta contra doenças cardiovasculares é a dieta, e esses ingredientes são como um denso pacote de nutrientes que oferecem benefícios abundantes para a saúde cardíaca”, entusiasma-se James Beckerman, pesquisador do Instituto Cardíaco e Vascular de Providence. “Recomendo aos meus pacientes que consumam castanhas e nozes para ajudar a proteger o coração, melhorar a pressão arterial, os níveis de colesterol e outras taxas de lipídeo no sangue”, conta.

O médico, que participou do encontro científico, diz que artigos publicados em países como os Estados Unidos, a Espanha, a China, o Japão, a Austrália e a Nova Zelândia nos últimos anos demonstram que os dois ingredientes diminuem os níveis de colesterol LDL — o “colesterol ruim” — e a pressão sanguínea, dois dos principais riscos de doenças cardiovasculares. “Além disso, esses alimentos, especialmente o fruto da nogueira, melhoram a função endotelial e diminuem o estresse oxidativo e os marcadores inflamatórios”, relata.

Para a cabeça
Em um mundo cada vez mais envelhecido, com aumento na incidência de Alzheimer e outros tipos de demência, os pesquisadores também estão interessados em avaliar o potencial das nozes e das castanhas no combate a problemas cognitivos. No fim de janeiro, cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles descobriram que o consumo do fruto da nogueira melhora significativamente a função cognitiva — memória, concentração e velocidade no processamento de informações — de adultos, independentemente de idade, gênero e etnia.

Esta foi a primeira vez que se analisou em uma grande população — mais de 20 mil indivíduos — a relação entre o consumo de nozes e castanhas e a função cognitiva. Os dados foram coletados de pesquisas nutricionais dos Institutos de Saúde dos EUA realizadas nos anos de 1980 e 1990. No recorte feito pelos cientistas da Universidade da Califórnia, entraram dados de adultos com mais de 20 anos.

Lenore Arab, principal autora do estudo, diz que o consumo de apenas 13g diários de nozes melhorou a performance dos participantes em uma série de seis testes cognitivos. “Foi incrível perceber a forte evidência de que as nozes proporcionam benefícios neuroprotetivos em humanos, repetindo uma descoberta que já havia sido feita em pesquisas com animais”, escreveu Arab em um comunicado. Estudos anteriores desenvolvidos em ratos sugerem que esses frutos evitam a progressão do Alzheimer.

De acordo com os pesquisadores da Universidade da Califórnia, há numerosos ingredientes ativos que podem contribuir para proteger as funções cognitivas. “Entre eles, os compostos altamente antioxidantes combinados com numerosas vitaminas e minerais e os ácidos ômega-3 vegetais. Não é todo dia que fazemos pesquisas cujo resultado é um conselho muito simples: coma um punhado de nozes por dia, no lanche ou como parte das refeições, para melhorar os benefícios da saúde do cérebro”, disse Arab.
 
Correio Braziliense

Pesquisa brasileira mostra excesso de antibiótico em pacientes com câncer

A pneumonia, uma das infecções que mais atinge esse tipo de paciente, se dá mais pela gravidade do cancro do que pela exposição a superbactérias, alvo da terapia mais adotada
 
A fragilidade do sistema imunológico faz com que pacientes com câncer estejam em risco maior para infecções. De todas, a mais comum é a pneumonia, principal causa de internação e morte entre esse grupo. O problema pode estar na forma como se administram os antibióticos. Um artigo brasileiro publicado na edição de ontem da revista Plos One demonstrou que o tratamento personalizado poderá diminuir o número de óbitos associados à doença.
 
Conduzido pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), o estudo analisou dados de 335 internados no Instituto Nacional de Câncer, no Hospital Sírio-Libanês e na Santa Casa da Misericórdia de Porto Alegre. A taxa de mortalidade variou de 45,8% a 64,9%. Os pesquisadores, liderados por Jorge Salluh, do Idor, investigaram os fatores associados à pneumonia entre esses pacientes e encontraram uma explicação diferente da habitual. Costuma-se acreditar que, somada à imunidade baixa, a frequente circulação por hospitais propicie o contato com superbactérias, as extremamente resistentes a remédios. Contudo, nos prontuários investigados, menos de 14% dos pacientes haviam sido infectados por agentes patógenos do tipo.
 
Os pesquisadores ressaltam que, embora, de fato, sejam um fator importante, as superbactérias não explicam a suscetibilidade dos pacientes oncológicos à pneumonia. “A gravidade da doença e a disfunção dos órgãos parecem ser os melhores fatores de predição de mortalidade do que a presença de patógenos multirresistentes”, disse, em nota, Jorge Salluh.

A descoberta pode levar ao desenvolvimento de métodos de tratamento mais eficazes, com o objetivo de diminuir a mortalidade dos pacientes oncológicos que pegam pneumonia. “Como existe essa ideia de que as bactérias multirresistentes têm um grande peso, o tratamento atual é padronizado. Aplicamos para todos os pacientes dois ou três antibióticos que cobrem esses organismos resistentes”, explica Salluh. “Mas a incidência dos diferentes tipos de bactérias é variável de acordo com a região do mundo e nem sempre isso é levado em consideração.”

Ganho de tempo
O médico explica que esse tratamento amplo é a primeira opção dos médicos porque o resultado dos exames de detecção dos patógenos que provocaram a infecção pode demorar até 72 horas, um tempo crítico para os pacientes debilitados. Sem poder esperar, só resta escolher o protocolo que cobre um amplo espectro de bactérias. Contudo, esse tratamento pode trazer efeitos colaterais e induzir a resistência das bactérias aos antibióticos.

Quando expostos frequentemente aos medicamentos, os agentes infecciosos se adaptam e as substâncias deixam de ter efeito sobre eles — a resistência das bactérias aos antibióticos foi, inclusive, considerada “uma crise global” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Cria-se um ciclo vicioso, que não tem fim”, observa Salluh.

O pesquisador conta que, a partir da constatação, está em busca de tratamentos que combatam a pneumonia de forma mais adequada nos pacientes com câncer. Uma das opções é testar métodos de detecção de patógenos mais rápidos, que ofereçam resultado em até seis horas, possibilitando que o médico aplique apenas os antibióticos específicos contra os micro-organismos identificados.

Outra linha de ação, já em andamento, é fazer um estudo com um número maior de centros médicos e pacientes para desenvolver modelos de previsão que identifiquem os principais fatores ligados ao maior risco de os pacientes estarem realmente infectados com bactérias multirresistentes. Com esse modelo, seria possível selecionar apenas aqueles com maior risco para receber o tratamento com antibióticos voltados para superbactérias. “Nosso objetivo é chegar a um tratamento que atenda melhor às especificidades de cada paciente”, conclui Salluh.

Correio Braziliense

Uma epidemia previsível


Emergência: Em São Paulo foram montadas tendas de
atendimento nos bairros mais atingidos
O crescimento do número de casos de dengue expõe a fragilidade das políticas de prevenção à doença no País
 
Na quinta-feira 16, a prefeitura de São Paulo declarou uma tardia guerra à dengue. O prefeito Fernando Haddad anunciou que pediu auxílio ao Exército para ajudar a conter a proliferação do Aedes Aegytpi, o mosquito transmissor do vírus causador da doença. Já são mais de oito mil os casos da enfermidade na cidade neste ano. Em 2015, no mesmo período, foram cerca de três mil.
 
A medida anunciada por Haddad diz muito sobre como o Brasil e seus governos – federal, estaduais e municipais – vêm tratando a dengue desde a primeira epidemia, registrada em 1986 no Rio de Janeiro e em algumas capitais nordestinas: colocar tranca em uma porta arrombada. É inadmissível que, em 2015, as maiores cidades do País ainda sofram com tendas improvisadas, hospitais sem condições de atendimento e carência de agentes de saúde. Tudo isso só ocorre porque há descaso do poder público.
 
Em São Paulo, a tentativa de conter a doença implicará receber cinquenta soldados, que serão destacados para acompanhar 2,5 mil agentes de saúde nas visitas às regiões onde a população resiste à entrada dos funcionários em suas residências. Antes, a administração municipal também espalhou pelos bairros mais atingidos tendas para o atendimento dos doentes porque hospitais e unidades de saúde não estão dando conta da assistência a tantas pessoas. E, é claro, houve dificuldades de atendimento também nesses locais improvisados.
 
Ações emergenciais estão sendo tomadas em todo o estado de São Paulo, o segundo com mais casos - 585 por 100 mil habitantes –, podem ser vistas em Goiás, que registra até agora 702 casos por 100 mil habitantes, e em vários outros pontos do país castigados pelo vírus. Em São Paulo, por exemplo, o governo estadual mobilizou trinta médicos militares para integrar uma força-tarefa contra a doença.
 
Neste ano, a força de propagação do vírus impressiona. De janeiro a março, o Ministério da Saúde registrou 460,5 mil casos, totalizando um aumento de 240% em relação ao mesmo período do ano passado. E não se sabe se o pior ainda está por vir, em especial na região Sudeste, onde as chuvas demoraram mais a chegar e podem se estender por mais algumas semanas.
 
O grande problema é que a situação vista hoje foi possível de ser vislumbrada, tomando como base o triste histórico brasileiro de epidemias da doença. Portanto, algo que deveria ter sido alvo de um esforço de prevenção importante. Os diferentes níveis de governo dizem que fizeram sua parte. O Ministério da Saúde, por exemplo, informa que enviou a São Paulo em 2014 mais de mil quilos de larvicida e 14 mil litros de inseticida para serem usados contra as larvas do Aedes Aegypti. E que no ano passado realizou o Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes (LIRA) em 1844 cidades.
 
IEpag58e59_Dengue-3.jpgO índice revela os locais de maior concentração do mosquito e serve – ou pelo menos deveria servir – para nortear ações preventivas feitas pelos municípios dois ou três meses antes do período esperado para o surgimento de casos (janeiro a maio). Em São Paulo, a Secretaria Estadual da Saúde alega que desde o ano passado vinha alertando as prefeituras sobre o risco de aumento no número de casos em 2015 e que, entre outras medidas, destacou 500 agentes da Superintendência de Controle de Endemias para ajudar nos locais mais atingidos.
 
Uma política contínua de prevenção, porém, deveria incluir o ataque a causas estruturais que estão por trás da repetição das epidemias por aqui. “Entre elas, a falta de saneamento e o processo de urbanização descontrolada”, explica a pesquisadora Denise Valle, do Instituto Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro. Além disso, é preciso investir na conscientização da população sobre a importância dos cuidados dentro de casa.
 
Do ponto de vista mais imediato, o Ministério da Saúde coordena algumas iniciativas, como um estudo para validar sinais de alarme de que os casos podem aumentar em determinado local. “As epidemias normalmente pegam os gestores de surpresa, mas elas não ocorrem abruptamente”, explica Giovanini Coelho, coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue. “A partir de informações como a temperatura e a notificação de casos em uma área, é possível acionar os planos de contingência contra a doença naquele lugar”, diz.
 

Vem aí a medicina que finalmente vai fazer você mudar de vida

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O médico americano Edward Phillips, de
 Harvard é um dos pioneiros da nova
especialidade
Conheça a nova especialidade que vai ajudar a prevenir doenças e auxiliar cardíacos, diabéticos, obesos e outros portadores de doenças ligadas ao estilo de vida a finalmente ter hábitos mais saudáveis - e um risco menor de morte
 
Alimentar-se corretamente, fazer exercício físico, dormir bem, controlar o estresse. A receita básica para a saúde é conhecida por todos. Mas ainda adotada por poucos. A pesquisa Sinais da Nutrição depois dos 50, realizada pelo Ibope e desenvolvida pelo multivitamínico Centrum, por exemplo, apontou um aspecto da questão: dos 613 homens e mulheres com mais de cinqüenta anos ouvidos, 61% afirmaram que sua alimentação hoje é igual ou pior do que era antes.
 
O problema é que para ser seguida, a receita da vida saudável implica mudar de verdade comportamentos e mantê-los ao longo da vida. Está aí, porém, uma das maiores dificuldades da maioria das pessoas. Uma nova especialidade que começa a se instalar no Brasil tem como objetivo exatamente ajudar a vencer esse desafio. A medicina do estilo de vida - área em ascensão em todo o mundo - se propõe a prevenir e a tratar fatores de risco comportamentais associados ao desencadeamento de doenças como as cardiovasculares e a diabetes.
 
A medicina do estilo de vida surgiu nos Estados Unidos, país cujos índices de enfermidades vinculadas ao modo como se vive são tão altos quantos os brasileiros. Para os estudiosos desse cenário, estava claro que era necessário avançar em outro caminho. A ciência havia progredido imensamente na criação de remédios e tecnologias para tratar a diabetes e a obesidade, por exemplo, alcançando um teto difícil de ser superado. Sem contar os custos do atendimento, cada vez mais elevados. Modificar efetivamente comportamentos, portanto, era o terreno a ser explorado, e com urgência.
 
Um dos pioneiros na área é o americano Edward Phillips, fundador e diretor do Instituto da Medicina do Estilo de Vida, centro abrigado na Universidade de Harvard, uma das mais respeitadas do mundo.
 
“O estilo de vida deveria ser considerado um sinal vital, assim como a pressão arterial e a temperatura”, defende. Nos Estados Unidos, além de Harvard, outros serviços já dispõem de espaços dedicados à nova especialidade. Entre eles, o Joslin Diabetes Center e a Cleveland Clinic. A primeira instituição é referência mundial em pesquisa e tratamento de diabetes e a segunda, em cardiologia. Na Europa, entidades como a Sociedade Europeia de Medicina do Estilo de Vida agregam pesquisadores de todo o continente.
 
No Brasil, a especialidade começa a ser implantada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Lá, um time de profissionais da saúde – não apenas médicos, mas também enfermeiros, nutricionistas, psicólogos - está colocando em prática os preceitos da nova área. Eles estão baseados em sólida fundamentação científica, que nada tem a ver com a onda de auto-ajuda barata que tomou conta do mundo nos últimos anos. Há basicamente duas linhas de entendimento e enfrentamento das questões comportamentais associadas às enfermidades. A primeira diz respeito à investigação do peso dos fatores psicossociais. Em relação às doenças cardiovasculares, por exemplo, os mais associados são a depressão, a ansiedade e o estresse.
 
Uma pesquisa realizada no Albert Einstein deixou claro o vínculo com a depressão. Em uma análise de 4,2 mil pacientes, 15% manifestavam sintomas depressivos. Após dois anos de acompanhamento, esses indivíduos formavam o grupo de maior incidência de tabagismo, sedentarismo e sobrepeso. “E independentemente da piora dos hábitos e do estilo de vida, a depressão se associou a níveis mais altos de uma proteína que serve como marcador de risco cardiovascular”, explica o médico Antonio Gabriele Laurinavicius, um dos autores do trabalho.
 
Mais recentemente, estudos mostraram a associação das enfermidades cardiovasculares com outros fatores comuns do cotidiano. “Entre eles estão o status da vida conjugal, a situação empregatícia ou o estresse vinculado ao cuidado de um parente enfermo”, explica o cardiologista Marcelo Katz, integrante do time da medicina do estilo de vida do hospital paulistano. Recentemente, pesquisadores da Universidade de Marburg, na Alemanha, divulgaram um estudo no qual comprovam, por exemplo, o peso do estresse no desenvolvimento da diabetes.
 
Eles compararam dois grupos de habitantes da Namíbia, na África: um vivia na zona rural e o outro, na cidade. Os índices de cortisol, o hormônio liberado em situações de estresse, eram muito mais altos entre os moradores urbanos. Além disso, 28% deles tinham a enfermidade já instalada, enquanto apenas 14% dos moradores da área rural apresentavam a doença. “Os resultados sugerem que a instabilidade sociocultural causada pela urbanização contribui para a elevação do risco de desenvolvimento da diabetes”, disse Peter Kann, um dos autores do trabalho.
 
O segundo ponto fundamental da nova especialidade é usar os mais recentes conhecimentos científicos para efetivamente ajudar as pessoas a mudarem seus hábitos. Há recursos interessantes para que a tarefa seja bem sucedida. Um deles é a entrevista motivacional. “Ela parte do princípio de que as pessoas transitam em uma espiral de motivação e ajusta a abordagem ao momento em que elas se encontram”, explica a médica Raquel Dilguerian de Oliveira Conceição, gerente médica do Albert Einstein, unidade Jardins.
 
Outro instrumento imprescindível é a avaliação do perfil de risco que os pacientes têm a respeito da própria saúde. Em geral, a perspectiva é otimista demais. Ou seja, acham que têm menos chance de desenvolver alguma doença do que realmente apresentam. Isso ficou evidente em um estudo realizado pelos especialistas, publicado na revista científica European Journal of Preventive Cardiology. Entre 6,5 mil executivos submetidos a um check-up, 91% daqueles que apresentavam alto risco para doenças cardiovasculares acreditavam possuir risco baixo ou intermediário.
 
A chance verdadeira de manifestar uma enfermidade cardiovascular é medida por duas ferramentas. A primeira é a avaliação da “idade cardíaca”, que indica o estado da saúde cardiovascular naquele momento. A segunda é o Lifetime Risk Score, que projeta os riscos até 85 anos de idade a partir da análise dos fatores pressão arterial, colesterol, diabetes e tabagismo. Quando se sabe o tamanho do problema fica mais fácil entender que é preciso de verdade mudar comportamentos se o objetivo é uma vida mais longa e saudável.
 
Para evitar que o paciente seja obrigado a visitar vários especialistas, num périplo por consultórios que na maioria das vezes acaba por desestimulá-lo, a medicina do estilo de vida instituiu a figura do coach de saúde. Trata-se de um profissional de saúde que ficará designado para acompanhá-lo. Pode ser o médico, o nutricionista, o psicólogo. É esse profissional que ajuda, por exemplo, na confecção de um recurso batizado de eneágono da saúde. O próprio paciente avalia nove aspectos de sua qualidade de vida – alimentação saudável e vidas pessoal e profissional estão entre elas – no momento atual e coloca, ele mesmo, a meta a ser atingida. O objetivo não pode ser algo muito difícil de ser alcançado. Qualquer pessoa que já tentou fazer uma tarefa muito acima de sua capacidade naquele momento sabe o quanto é frustrante não chegar onde se quer. A tendência, nesses casos, é abandonar todos os esforços e voltar ao ponto zero.
 
O coach também se torna o profissional responsável por acompanhar de perto os progressos e eventuais retrocessos dos pacientes. Ele pode fazer isso com telefonemas constantes, uso de redes sociais, mensagens de whatsapp. Esse auxílio muito próximo é fundamental para que o paciente não pare no meio do caminho, como evidenciou, por exemplo, pesquisa realizada na Queen Mary University of London, na Inglaterra. Os estudiosos constataram que, entre indivíduos que receberam periodicamente mensagens de texto os lembrando de tomar os remédios, 9% pararam completamente de tomar a medicação ou a ingeriram menos do que deveriam. Porém, entre o grupo que não recebeu as mensagens, o índice de abandono dos medicamentos ou de ingestão errada foi de 25%. “Na prática preventiva sabemos que estar ao lado do paciente é o principal fator”, diz a médica Raquel Conceição. “Todas as ferramentas que usarmos para apoiar o paciente em sua decisão valem a pena.”
 
Os conceitos da medicina do estilo de vida começam a ser implementados em novas iniciativas na área saúde e bem-estar. Um dos locais pautados pela abordagem é o Auraclara, em São Paulo, um centro de bem-estar e vida saudável. Ali, quem se matricula em um programa de emagrecimento, por exemplo, estará no centro de uma ação mais abrangente que envolve uma assessoria coletiva de especialistas. Funciona assim: dependendo do caso e das necessidades de cada indivíduo, forma-se um time que se reúne periodicamente para conversar sobre as características e as restrições dos indivíduos que tratam em conjunto. “Além da perda de peso, é necessário incentivar a pessoa a sentir os benefícios do cuidado consigo para a saúde a longo prazo”, diz a empresária Marina Amaral, 30 anos, idealizadora do projeto inaugurado em abril deste ano.
 
A meta é que o paciente perceba que o olhar de quem está cuidando dele vai além dos sintomas aparentes. “A pessoa precisa sentir que há um interesse genuíno nela dos profissionais que a atendem. Isso ajuda a contar claramente como é a sua rotina e pedir ajuda nos momentos em que dá vontade de desistir”, diz a nutricionista clínica e funcional Roberta Thawana. Ela chega a pedir àquelas com maior dificuldade para aderir à dieta que enviem, por email, o que comeram no dia para avaliar e sugerir mudanças. As reuniões são importantes porque, para essa equipe, as respostas do paciente dependem não apenas do organismo, mas também do meio no qual está inserido, como profissão e família. “A meta é dar suporte para vencer a fase de indecisão e resistência, auxiliar a pessoa assumir a responsabilidade de melhorar seu estilo de vida e vê-la colher os frutos”, diz a professora de educação física e terapeuta corporal Leca Bicalho.
 

Bancos de sangue do Rio querem garantir estoque durante os feriados

O Serviço de Hemoterapia do Instituto Nacional de Câncer (Inca) está precisando de doações de sangue e plaquetas a fim de abastecer o estoque que atende aos pacientes de suas cinco unidades hospitalares, já que, nos feriados, costuma haver diminuição significativa nas reservas, devido ao baixo comparecimento de doadores
 
Na próxima semana, há dois feriados, um nacional e outro estadual: Tiradentes, na terça-feira (21), e São Jorge, na quinta (23).
 
A campanha feita pelo Inca tem o objetivo de mobilizar as pessoas a fazerem as doações antes da saída para o feriado prolongado, como diz a chefe do Serviço de Hemoterapia do órgão, Iara Motta. "Para evitar a queda acentuada no banco de sangue, precisamos de pelo menos 70 doações por dia. Apesar de agora o estoque estar regular, nos grandes feriados, a movimentação de doadores cai para quase 50% e pode haver prejuízo no futuro."
 
De acordo com dados do Inca, cerca de 1,3 mil pacientes são atendidos por mês e submetidos a procedimentos como cirurgias, quimioterapia, radioterapia e transplantes de medula óssea, além de cerca de 2 mil transfusões de sangue por mês, apenas na Unidade 1, no centro do Rio.

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Iara ressalta ainda a importância da doação periódica para que os pacientes possam ser atendidos no momento necessário. "É importante todos perceberem que a doação é um processo contínuo e que precisamos de doadores sempre, pois os pacientes precisam [de sangue] a qualquer momento. Sem falar que o estoque tem validade. As plaquetas, por exemplo, duram apenas cinco dias."
 
O Instituto Estadual de Hematologia do Rio de Janeiro (Hemorio) também está em campanha para aumentar as doações, já que o estoque de sangue na unidade não está confortável. Segundo o Hemorio, as instalações têm a capacidade de atender diariamente 600 doadores, mas só comparecem ao instituto cerca de 300. Nos feriados, o número é ainda menor – a redução chega a 40%. O recomendado seria que, pelo menos, 450 pessoas fizessem doações diariamente.
 
O critério de doação nos dois locais é o mesmo: estar bem de saúde, levar um documento oficial de identidade com foto, ter entre 16 e 69 anos e pesar mais de 50 quilos. Não é necessário estar em jejum. O candidato deve somente evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e bebidas alcoólicas 12 horas antes. Jovens com 16 e 17 anos só podem doar com autorização dos pais ou responsáveis. As declarações podem ser encontradas nos sites dos dois institutos. Não podem doar sangue as pessoas que apresentam risco de ter sido expostas ao vírus da Aids, portadores da doença de Chagas, quem teve ou tem hepatite B ou C, malária ou sífilis e hemofílicos.
 
O Hemorio, localizado na Rua Frei Caneca, no centro do Rio de Janeiro, funciona todos os dias, inclusive feriados), das 7 às 18 horas. Excepcionalmente na próxima segunda-feira (20) o salão de doadores vai fechar meia hora mais cedo, às 17h30. O banco de sangue do Inca fica na Praça da Cruz Vermelha, também no centro, e funciona de segunda a sexta-feira das 7h30 às 14h30 e aos sábados das 8h às 12h. Para a doação de plaquetas, é necessário marcar horário pelo telefone (021) 3207-1064.
 
Agência Brasil

Você sabia que a temperatura dos alimentos influencia na digestão?

Hoje falamos sobre como lidar melhor com os alimentos, desde o momento da escolha na feira ou supermercado, até a hora de reaproveitar o que sobrou
 
Você sabia que a temperatura dos alimentos influencia muito na digestão?

Os alimentos não devem ser consumidos nem muito quentes, nem muito frios, pois podem causar danos ao organismo pelo choque térmico.
 
Os alimentos ingeridos muito quentes podem provocar esofagite, gastrite, câncer de esôfago, de boca e outras doenças.
 
Os alimentos consumidos gelados podem provocar as gripes, rinites, faringites e ouros males do aparelho respiratório.
 
A apresentação da comida também faz toda a diferença.
 
Ela deve ser harmoniosa e bela. Não é frescura, não.
 
Esse ritual estimula o apetite e desperta o prazer de comer.
 
Universo Jatobá