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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Tratamento preventivo da Aids é mais vantajoso em países pobres

Terapia antirretroviral permite reduzir o risco de transmissão e preservar a saúde 
 
Tratar de maneira preventiva as pessoas infectadas com o vírus HIV é mais vantajoso para os países de menor renda, de acordo com um estudo divulgado na edição desta quinta-feira (31) do jornal New England Journal of Medicine.
 
Uma terapia antirretroviral permite reduzir o risco de transmissão e preservar a saúde dos soropositivos, destaca a análise de um teste clínico realizado na África do Sul e na Índia. Nesses países, as taxas de infecção com HIV estão entre as mais elevadas do mundo.
 
Um dos autores do trabalho, Rochelle Walensky, do Hospital Geral de Massachusetts, disse que esse estudo demonstra que um tratamento antirretroviral iniciado muito cedo apresenta não apenas benefícios clínicos em longo prazo para as pessoas tratadas, como também econômicos, ao reduzir os custos globais da saúde.
 
Na África do Sul, um programa desse tipo permitirá economizar dinheiro, diante da redução do número de infecções, especialmente tuberculose, contraídas pelas pessoas soropositivas. Esse grupo fica com o sistema imunológico menos resistente de um modo geral.
 
A terapia antirretroviral preventiva permitirá "salvar milhões de vidas ao longo da próxima década", garantem os pesquisadores.
 
Em 2011, a publicação dos resultados de vários testes clínicos realizados em nove países mostrou que uma terapia desse tipo — iniciada antes que o sistema imunológico do paciente se enfraqueça - reduzia fortemente o risco de transmissão do HIV, assim como a ocorrência de infecções e de outros problemas de saúde nos soropositivos.

AFP/R7

Nova York eleva idade para comprar cigarro de 18 para 21

Agência Brasil
Objetivo da nova lei é combater consumo entre jovens
Legislação também estabelece em 21 anos a idade mínima para a compra de cigarros eletrônicos
 
O Conselho Municipal da cidade de Nova York aprovou nesta quarta-feira(30) a elevação da idade mínima para a compra de cigarros de 18 para 21 anos. O objetivo é combater o consumo entre os jovens.
 
A legislação também estabelece em 21 anos a idade mínima para a compra de cigarros eletrônicos. A lei foi adotada por 35 votos contra 10, disse à AFP uma porta-voz do Conselho Municipal.
 
A comissão de saúde do Conselho Municipal havia adotado a medida na terça-feira, por unanimidade.
 
A presidente do organismo, Christine Quinn, justificou a medida pelo fato de que "vários fumantes adquirem este hábito mortal antes dos 21 anos".
 
— Elevando a idade a partir da qual nossos jovens têm acesso ao cigarro, reduzimos a probabilidade de que um dia comecem a fumar. Sabemos que a dependência ao tabaco pode começar pouco tempo depois de o jovem fumar pela primeira vez, o que torna fundamental impedir que os jovens fumem cedo.
 
Nova York já tinha uma legislação particularmente dura em relação ao cigarro.
 
Desde 2002, quando assumiu o cargo, o prefeito Michael Bloomberg tem combatido o fumo com medidas efetivas: alta de impostos sobre os cigarros e proibição de fumar em escritórios, restaurantes, bares, praças e praias.
 
Os impostos municipais e estaduais acrescentam 5,85 dólares ao custo do maço de cigarros em Nova York, cujo preço final ao consumidor fica em torno de 12 dólares para as marcas mais conhecidas.
 
Apesar de o percentual de fumantes em Nova York ter caído de 21,5% em 2002 para 14,8% em 2011, se mantém estável em 8,5% entre os jovens desde 2007, segundo a prefeitura.
 
As autoridades esperam reduzir em 55% o consumo de cigarros entre os jovens de 18 a 20 anos a partir da elevação da idade para a compra do tabaco.
 
A cruzada de Bloomberg contra o cigarro lhe valeu diversas críticas, e muitos acusam o empresário de 71 anos de ser a "babá" da cidade com sua obsessão por hábitos saudáveis.
 
Bloomberg sofreu este ano uma dura derrota na Justiça ao tentar proibir a venda de refrigerantes em garrafas grandes (quase meio litro). Após perder em primeira e segunda instâncias, a cidade recorreu a um tribunal superior.
 
Bloomberg abandonará o cargo no final de 2013, após três mandatos consecutivos.

AFP/R7

Dieta para baixar colesterol, diabetes e o peso

dieta-nordicaUma dieta que tem se tornado famosa em todo o mundo é conhecida na atualidade como Dieta Nórdica, que é na verdade uma versão adaptada da dieta mediterrânea, muito utilizada na Dinamarca, Suécia e Noruega, que é capaz de proporcionar inúmeros benefícios, dentre eles a redução do colesterol. Na sequência falaremos um pouco mais sobre a dieta nórdica e seus impactos.
 
Informações sobre a Dieta Nórdica
Por meio de uma pesquisa baseada na dieta nórdica realizada contando com a participação de mais de 200 pessoas, cientistas observaram que os voluntários que seguiam à risca a dieta apresentaram um baixo nível de colesterol ruim e a estabilidade do colesterol bom.
 
Para efeito conclusivo, chegou-se então ao ponto de acreditar que essa dieta previne a aterosclerose, uma doença causada pela redução da largura dos vasos sanguíneos que fornecem o oxigênio para o coração aumentando, por consequência, os riscos de hipertensão.
 
O panorama da dieta nórdica
O cardápio da dieta nórdica tem como base vegetais, frutas, alimentos integrais e alimentos com bons índices de gordura saudável.
 
Esse é um tipo de dieta recomendada principalmente para pessoas abertas à grandes mudanças de hábitos, pois a mesma exige a substituição total do consumo de bebidas açucaradas pelo consumo de suco natural de frutas e de alimentos que contenham conservantes por alimentos orgânicos.
 
Confira os alimentos que fazem parte do cardápio da dieta nórdica

Fazem parte dessa dieta:
 
Peixes de águas frias como o salmão e o bacalhau que são ricos em ômega 3, a  gordura que auxilia a baixar o colesterol ruim.
 
Centeio, aveia, cevada, arroz e massas integrais, que são alimentos que contribuem para a redução da velocidade com que a glicose é absorvida pelo corpo, sendo também indicado para pacientes com diabetes.
 
Frutas vermelhas, alimentos que possuem antocianina, que é uma substancia antioxidante capaz de combater o envelhecimento precoce das células, auxilia na proteção do sistema cardiovascular, melhora a circulação sanguínea, evita retenção de líquido com isso também diminui as celulites.
 
Carnes brancas, a dieta induz o paciente a diminuir o consumo de carne vermelha, substituindo-a pela carne branca, visto que as vermelhas contém excesso de gordura saturada, contribuindo assim para que o colesterol ruim aumente.
 
Óleo de colza, que é um alimento rico em ômega 3 e 9, o ômega 9 controla os triglicerídeos que diminuem o colesterol ruim e a resposta à insulina. Esse alimento pode também ser substituído por óleo de canola que oferece benefícios similares.
 
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Novembro Azul: machismo e vergonha atrasam diagnóstico precoce do câncer de próstata

Medo e vergonha atrasam diagnóstico de câncer de próstata
Especialistas alertam importância do exame de toque a partir dos 50 anos 
 
No mês de conscientização sobre o câncer de próstata, conhecido como Novembro Azul, o cirurgião oncológico Gustavo Cardoso Guimarães, diretor de Urologia do hospital A.C.Camargo, alerta que o diagnóstico precoce garante a cura.
 
— Ao contrário das mulheres, os homens não costumam procurar o médico com regularidade. O cenário complica ainda mais quando a visita é para fazer o exame de toque, por puro machismo ou vergonha. O problema é que isso tudo pode atrasar o diagnóstico do câncer e, consequentemente, as chances de cura.
 
De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de próstata é o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. O uro-oncologista Homero Oliveira de Arruda, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), avisa que o pico de ocorrência da doença acontece a partir dos 60 anos.
 
— É uma doença típica do envelhecimento masculino, ou seja, num time de futebol dois vão ter câncer de próstata no futuro. Além disso, vale destacar que homens obesos têm mais chances de apresentar o problema.
 
Além de idade avançada e do excesso de peso, Arruda acrescenta que histórico familiar, sedentarismo e dieta rica em gorduras e açúcares são outros fatores que contribuem para o surgimento do câncer.
 
— Por isso, a importância de manter um estilo de vida saudável e fazer check-up da próstata a partir dos 50 anos. Caso o homem tenha histórico familiar, os exames devem ser iniciados dez anos mais cedo.
 
Arruda alerta que o câncer de próstata não apresenta sintomas e, muitas vezes, é confundida com uma doença muito comum nos homens chamada hiperplasia benigna da próstata.
 
— Alterações na próstata podem causar dificuldade para urinar e é comum os homens associarem isso com o câncer. Mas, geralmente, é hiperplasia benigna, que ocorre em quase cinco homens para cada seis.
 
O médico reforça que a biópsia é o único procedimento capaz de confirmar a presença de um câncer.
 
Tratamento nem sempre exige quimioterapia
Um levantamento realizado pelo Núcleo de Urologia do A.C.Camargo com quase 3.000 pacientes revela que 7,7 entre 10 homens descobrem o câncer de próstata na fase inicial da doença. De acordo com Guimarães, isso representa a possibilidade de o paciente se submeter a terapias menos complexas e apresentar menor risco para o desenvolvimento de metástase.
 
— Cirurgia, radioterapia e terapia hormonal são as opções mais comuns para tratar o câncer de próstata. A quimioterapia pode ser usada em alguns casos, especialmente em estágios mais avançados. Por isso, é mais difícil ver um homem careca em tratamento de câncer de próstata.
 
A próstata é um órgão muito pequeno do sistema reprodutor masculino que produz 70% do sêmen — líquido espesso que protege e nutre os espermatozoides. E, exatamente por exercer esta função, os principais efeitos colaterais do tratamento são incontinência urinária (perda do controle da bexiga) e impotência sexual, conforme explica Arruda.
 
— O maior receio dos homens com câncer de próstata é a disfunção erétil, mas isso acontece em menos da metade dos casos e, se ocorrer, tem tratamento.
 
Segundo o Inca, o câncer de próstata é a segunda causa de morte por câncer entre homens brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pulmão.
 
R7

Varizes podem ser evitadas com a manutenção de hábitos saudáveis

Varizes podem ser evitadas com a manutenção de hábitos saudáveis Stock Photos/Stock Photos
Para ajudar o retorno do sangue venoso, eleve suas pernas ao sentar
 ou deitar
Alimentação balanceada e prática de exercícios físicos podem ajudar a prevenir os problemas venosos que atingem as pernas
 
Dores e inchaços nas pernas ao final do dia são queixas frequentes, principalmente quando acompanhadas de queimação e formigamento. Mas atenção: esses sintomas podem ser um sinal de alerta para problemas no sistema circulatório.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças venosas comprometem cerca de 17% da população, sendo a maioria mulheres, devido às questões hormonais.

De acordo com o angiologista Ary Elwing, especialista em cirurgia vascular periférica e tratamento a laser, quando as pessoas se queixam da sensação de peso e cansaço nas pernas, geralmente referem-se às alterações do retorno venoso.

Embora a hereditariedade — um dos fatores causadores das doenças circulatórias— seja um fator inalterável, podem ser tomados outros cuidados, como evitar a obesidade e o sedentarismo, não permanecer muito tempo em pé, sentado ou fazendo força excessiva e tomar cuidado com o uso de hormônios femininos, o que inclui os anticoncepcionais.

O sistema circulatório, que compreende o sangue, o coração e os vasos sanguíneos, é o principal responsável pelo fornecimento de nutrientes e de oxigênio para as células e tecidos corporais. Por isso, o especialista alerta que qualquer transtorno pode causar complicações sérias à saúde, que podem variar de uma doença leve a uma condição ameaçadora.

As maiores vilãs
Uma das maiores inimigas das pernas femininas são as varizes, caracterizadas pela dificuldade de retorno do sangue das pernas ao coração, provocado pela falha das válvulas venosas que dirigem o fluxo sanguíneo. Elas podem surgir em qualquer fase da vida, mas geralmente se manifestam na puberdade.

— Os sintomas são sensação de peso nas pernas, dor, cansaço, comichão e câimbras. As veias dilatam e deformam, se tornando visíveis e de aspecto sinuoso — ressalta o médico.

Dependendo da gravidade, podem deixar de ser um problema estético e causar sequelas como feridas de cicatrização difícil e úlceras varicosas.

Para evitar o problema, é fundamental eliminar os fatores de risco ou, pelo menos, minimizá-los. Converse com familiares e procure saber se sofrem com a doença venosa e, caso a resposta for positiva, procure reforçar os cuidados.

Segundo Elwing, neste caso, é necessário procurar um angiologista para realizar o diagnóstico e identificar o grau da doença, para que ocorra a indicação do tratamento mais adequado. Além disso, ele recomenda que os pacientes pratiquem exercícios físicos como ciclismo, natação ou hidroginástica, e cuidem da alimentação.

Saiba o que é a isquemia crônica
Outra patologia que acomete as pernas é a isquemia crônica, mais frequente em pessoas com idade entre 40 e 50 anos. A dor se manifesta, geralmente, quando o paciente está caminhando e sente uma dor forte, que o obriga a ficar parado alguns minutos até que possa andar novamente. Entretanto, a dor retorna várias vezes, processo esse chamado de claudicação intermitente.

— A isquemia crônica acontece quando o sangue deixa de ser suficiente para irrigar os tecidos dos músculos, diminuindo a sua oxigenação — explica o angiologista.

A doença pode ser desencadeada por aterosclerose ou diabetes, que causa fibrose da artéria, tornando-a muito afunilada e atacando os capilares.

Segundo o especialista, é possível evitar a isquemia crônica através de uma alimentação saudável sem gorduras, boa higiene dos pés, caminhadas frequentes, controle do colesterol e parando de fumar.

Mulheres com pouca circulação da linfa podem apresentar a doença do sistema linfáticoMulheres que tem menor circulação da linfa pelo corpo também podem apresentar a doença do sistema linfático. Como o fluido fica mais estagnada, uma parte vai para fora do vaso, ficando acumulada debaixo da pele.

Por esse motivo, ocorrem inchações nos pés, tornozelos e pernas. Caso esse linfedema aumente, pode causar dor local, deformidades e dificuldades para movimentar as pernas e braços.

A causa pode ser congênita ou adquirida por infecções dos vasos linfáticos. O tratamento é feito por meio de medicamentos que promovem a contração dos capilares.

Pernas em ordem

Confira algumas dicas para evitar o problema

Mexa-se

Caminhe, suba escadas, ande pelo escritório e em casa. Evite ficar muito tempo sentado ou em pé para evitar dor e inchaço.

Relaxe as pernas
Depois de um dia cansativo, relaxe as pernas com um banho frio. Evite a exposição prolongada ao sol. Banhos quentes ou saunas podem provocar dilatações das veias e induzir ao inchaço.

Eleve as pernas
Para ajudar o retorno do sangue venoso, eleve suas pernas ao sentar-se no sofá ou quando for se deitar.
 
Zero Hora

Problemas no estômago podem ser frutos do estresse

Problemas no estômago podem ser frutos do estresse Szekeres Szabolcs/Deposit Photos
Estado de estresse pode resultar em gastrite, segundo a SOBED
Órgão é uma das partes do corpo mais afetadas com a pressão do dia a dia
 
Definido como epidemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse, é um dos maiores causadores de doenças crônicas nos dias de hoje. Recentemente, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) alertou que trabalhar sob pressão, ter rotina estafante e traumas são alguns dos fatores que podem desencadear doenças como a gastrite.
 
— Quando a pessoa está em estado de estresse, o estômago aumenta a liberação de ácido clorídrico (HCl). Isto pode resultar em uma gastrite ou até mesmo uma úlcera (gástrica ou duodenal), dependendo do período de exposição e de estresse — afirma o gastroenterologista Gustavo Andrade de Paulo.
 
Em 2012, pesquisa do Centers for Disease Control and Prevention (Centros de Controle e Prevenção de Doenças, em tradução livre), nos Estados Unidos, sugeriu que até 90% de todas as indisposições e doenças estão relacionadas ao estresse. A pesquisa mostra que o estresse crônico pode baixar a imunidade e deixar as pessoas mais suscetíveis a doenças e infecções.
 
Os principais sintomas da gastrite e das úlceras (do estômago e do duodeno) são dores e queimação no epigástrio ("boca do estômago"), que vai desde o esterno (osso central do tórax) até o umbigo. As dores manifestam-se especialmente com o estômago vazio.
 
— Longos períodos de jejum permitem que o ácido irrite mais a mucosa. Tipicamente, a dor desperta o paciente à noite e tende a desaparecer com a ingestão de alimentos ou antiácidos — completa o especialista.

Segundo o gastroenterologista, quanto mais precoce for o diagnóstico, melhores são as chances de evitar um avanço no quadro de pacientes.

Zero Hora

Exame evita biópsia de próstata desnecessária

Um novo aparelho que é posicionado entre as pernas do paciente pode evitar biópsias desnecessárias na próstata, segundo um estudo do A.C. Camargo Cancer Center.
 
O hospital em São Paulo é o primeiro do país a usar esse exame na prática clínica.
 
O teste com o equipamento pode ser feito por homens com suspeita de câncer de próstata que já se submeteram aos exames de toque e de sangue (PSA) e têm indicação para fazer uma biópsia.
 
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
 
O objetivo é definir quem realmente deve ser submetido à biópsia, um procedimento invasivo que pode causar ansiedade e efeitos como dores e sangramento na urina e na ejaculação.
 
Na biópsia, uma agulha inserida no reto colhe fragmentos da próstata do paciente. A anestesia pode ser local (com sedação) ou geral.
 
Mas apenas de 30% a 40% das biópsias são positivas para câncer --ou seja, a maioria dos homens com suspeita da doença passa pelo procedimento invasivo desnecessariamente porque o exame de toque e o PSA dão margem para incertezas.
Nos Estados Unidos, estudos mostram que há cerca de 750 mil biópsias de próstata desnecessárias por ano.
 
O A.C. Camargo avaliou o equipamento em 150 homens durante 18 meses e comparou os resultados do novo teste com os da biópsia.
 
Resultado: o exame não invasivo teve acurácia de 90% em prever quem não precisaria ter passado pelas agulhas.
 
Esses dados serão apresentados no Congresso Brasileiro de Urologia, que acontece neste mês em Natal.
 
Complementar
Gustavo Cardoso Guimarães, cirurgião oncologista e diretor do Núcleo de Urologia do A.C. Camargo, lembra que o novo equipamento não substitui a avaliação clínica e o exame de toque retal nem faz diagnóstico de câncer, mas funciona como um instrumento complementar na investigação da doença.
 
"O exame de toque ainda é mais barato, simples e indispensável para detectar outras anomalias da próstata."
 
O equipamento emite ondas eletromagnéticas que indicam uma alteração na proximidade de um tumor.
 
A engenhoca foi descoberta por acaso pelo italiano Clarbruno Vedruccio, que desenvolvia um detector de minas terrestres na década de 90. Como ele tinha gastrite, percebeu uma queda no sinal quando o aparelho se aproximava de tecidos doentes.
 
Segundo Guimarães, o exame também pode ser indicado para quem teve câncer anal e não pode fazer exame de toque retal.
 
Para Lucas Nogueira, diretor do Departamento de Uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia, a tecnologia é promissora, mas mais estudos precisam demonstrar sua eficácia.
 
"Ainda faltam evidências de que esse teste seja superior aos já existentes", diz. Há outra ressalva: o aparelho custa R$ 450 mil.
 
Hoje, uma alternativa para filtrar melhor quem deve fazer uma biópsia é a ressonância magnética, mas nem sempre a visualização da próstata é satisfatória.
 
Há também o PCA3, um exame de urina feito após massagem na próstata --ainda mais incômodo que o exame de toque.

Folhaonline

Bacon, pizza e doces diminuem fertilidade masculina, diz pesquisa de Harvard

Dieta gordurosa e de baixa qualidade interfere na produção e na
qualidade dos espermatozoides
Estudo comparou grupo com dieta saudável a outro que consome alimentação rica em gordura; segundo grupo mostrou perda de 30% da quantidade de espermatozoides normais
 
O que pode ter de tão errado naquelas lascas de bacon que dão um toque tão especial ao sanduíche? Pois é, aquele pedacinho inofensivo e saboroso acompanhado do copo de refrigerante gelado pode estar atrapalhando o potencial de fertilidade masculina.
 
É o que mostra uma pesquisa da Universidade Harvard, que comparou a taxa de fertilidade de dois grupos de homens jovens. Um deles foi submetido a uma “dieta prudente”, com produtos saudáveis, como peixe e frutas. O outro se alimentou com o prato típico dos países ocidentais, rico em produtos açucarados, refinados, carne vermelha, bacon, pizza, doces e biscoitos.
 
O resultado mostrou que este segundo grupo perdeu 30% da quantidade de espermatozoides normais. “Os alimentos ruins produzem toxinas no organismo, dentre elas os radicais livres, que alteram estrutura dos espermatozoides e impedem que eles fertilizem o óvulo”, explica o urologista Augusto Barbosa Reis, membro do departamento de reprodução humana da Sociedade Brasileira de Urologia.
E isso acontece inclusive com aqueles que, aparentemente, não parecem ter problemas com a balança.
 
Os jovens envolvidos nesta pesquisa, por exemplo, não estavam acima do peso. “Eles tinham vida saudável e praticavam atividade física”, completa Reis.
 
Se, além da má alimentação, o homem ainda estiver acima do peso, o problema chega a ser maior. “O excesso de gordura na alimentação resulta na obesidade e, consequentemente no depósito de gorduras nas artérias, o que prejudica a vascularização dos testículos”, explica Paulo Gallo, urologista e especialista em reprodução humana da clínica de fertilização Rede D’Or. “Se o homem já for um que tenha uma produção espermática no limite, ele pode ter uma queda na produção de espermatozoides por conta da qualidade de vida inadequada”.
 
Metade da culpa
Muita gente não sabe, mas os homens têm tanta responsabilidade na infertilidade conjugal quanto as mulheres. Segundo as pesquisas, em 40% dos casos de dificuldade para engravidar, o problema é masculino. Em outros 40%, é feminino. O restante dos 20% correspondem a casais em que ambos têm alguma dificuldade.
 
A boa dieta tem um papel protetor. “As frutas são fonte natural de vitaminas. Na prática clínica, sempre que o indivíduo tem pouca motilidade (capacidade de movimentação dos espermatozoides), prescrevemos vitaminas. Existem alguns grupos de vitaminas que tem potencial antioxidante, que contribuem para a boa qualidade do espermatozoide”, explica o urologista Augusto Reis. “Como a baixa qualidade dos espermatozoides por conta do cardápio ruim não é uma causa permanente, é possível reverter o quadro com uma boa dieta”.
 
Reis explica que a gordura corporal, principalmente aquela da região do abdômen, pode produzir radicais livres e a enzima aromatase, que transforma a testosterona no hormônio feminino estradiol.
 
“A quebra do equilíbrio entre esses dois hormônios parece estar envolvida também para a diminuição da fertilidade masculina”, afirma o urologista.
 
iG

Sala de cirurgia híbrida é tendência em hospitais americanos

Com o surgimento das salas híbridas aparecem implicações
culturais e de design que se estendem por todo o centro cirúrgico
e pelo hospital como um todo
Hospitais em todos os Estados Unidos estão criando uma nova geração de espaços de cirurgia chamados salas cirúrgicas híbridas. Elas combinam a capacidade cirúrgica de salas de operações tradicionais com os recursos de imagem de um laboratório de cateterismo - dois espaços que têm sido tradicionalmente distintos.
 
Colocar equipamentos de imagem e de raios-x de última geração em uma sala de operação permite procedimentos menos invasivos, mais seguros e com tempos de recuperação mais rápidos para os pacientes. O equipamento de imagem ajuda os cirurgiões a identificarem a área da incisão e fornece feedback instantâneo durante os procedimentos. 

Por exemplo, os casos de neurocirurgia endovascular, como operações de aneurisma, agora podem ser realizados de forma mais segura e eficiente em uma sala de cirurgia híbrida. À medida  que os cirurgiões conduzem estes casos complexos - e de alto risco -, o diagnóstico por imagem de alta tecnologia aumenta os resultados positivos, permitindo que os neurocirurgiões transitem sem problemas de um procedimento fechado para um público, sem perder tempo crítico para transportar um paciente a outro local para fazer imagens.
 
Foto: Divulgação
A integração no Ambiente híbrido vai além do aspecto arquitetônico: equipe médica pode navegar em uma variedade
 de diferentes sistemas de equipamentos a partir de um painel de controle centralizado
 
Se projetada com fluxo clínico em mente, a sala cirúrgica híbrida pode ser uma força para o futuro das plataformas de intervenção. Através da combinação de imagem e capacidades cirúrgicas, os hospitais estão redefinindo a suíte intervencionista, com grandes vantagens na assistência ao paciente e eficiência de custos.   

Planejamento e projeto
Com o surgimento de salas cirúrgicas híbridas aparecem implicações culturais e de design que vão muito além da sala de cirurgia propriamente dita e se estendem por todo o centro cirúrgico e pelo hospital como um todo.
 
O primeiro passo no planejamento de uma sala híbrida é buscar a absorção de cada um dos especialistas cirúrgicos que irão utilizar a sala. As equipes de projeto devem incluir representantes de departamentos cirúrgico e perioperatório, administração, instalações e TI. A equipe também deve visitar salas cirúrgicas híbridas em outros hospitais e experimentar estes novos tipos de espaços.  
 
Durante a fase de projeto, é fundamental usar as mais recentes ferramentas de desenho 3-D para criar uma visão clara dos elementos da sala híbrida. Uma vez que o projeto seja aprovado, uma maquete em tamanho natural deve ser construída. Isto dará à equipe a oportunidade de identificar e resolver todos os desafios de design na sala antes de ela ser construída.  
 
A seleção primária e a coordenação dos fornecedores também são passos importantes, especialmente se a adição de equipamentos de imagem acrescente complicações espaciais para a sala de cirurgia. Em particular, os tetos requerem uma consideração cuidadosa e um planejamento antecipado, pois ambos os equipamentos, cirúrgico e de imagem, tendem a ser montados no teto. Com planejamento antecipado, os designers têm a oportunidade de incentivar os fornecedores a trabalhar juntos para ajustar parâmetros específicos do projeto. Cada vez mais, os fabricantes têm se unido para oferecer soluções mais sinérgicas.  
 
Foto: Divulgação
Centro Médico Geisinger Wyoming Valley, na Pensilvânia, EUA:  a era das salas cirúrgicas híbridas abre portas
para a eficiência na redução de custos em recursos humanos, equipamentos, materiais e procedimentos
 
Por exemplo, na sala cirúrgica híbrida do Centro Médico Geisinger Wyoming Valley, na Pensilvânia, dois fornecedores se uniram para integrar seus sistemas em uma solução. O braço do aparelho de um fabricante foi adicionado aos monitores de outros fornecedores necessários ao sistema de hemodinâmica, reduzindo a quantidade de equipamentos no teto. Os fornecedores também estão trabalhando para oferecer sistemas que integram a TI com o equipamento. Por exemplo, agora é possível para a equipe médica navegar em uma variedade de diferentes sistemas de equipamentos, inclusive cirúrgico, vídeo e monitoramento de pacientes, a partir de um painel de controle centralizado.  
 
Layout e equipamentos
As salas híbridas podem ter uma variedade de equipamentos de imagem, incluindo simples ou biplanos, e cada vez mais tomógrafos e ressonância magnética (RM).  As RMs podem variar em tamanho de 111 metros quadrados a 241 metros quadrados, enquanto os tomógrafos executados a partir de 74 metros quadrados e até 102 metros quadrados. Ambos os quartos devem ter espaço para a sala de controle, espaço de provisão, área de purificação, uma sequência de armários e a plataforma cremalheira do gerador, que administra o equipamento.
 
As diretrizes para projeto e construção de estabelecimentos de saúde, versão 2014, do Instituto de Diretrizes Arquitetônicas dos EUA (Facility Guidelines Institute) vão incluir uma nova seção sobre salas cirúrgicas híbridas que requerem armários embutidos de armazenamento de aço inoxidável em vez dos racks de rolamento para armazenamento de cateteres - típicos das salas de cirurgia tradicionais. Por esta razão, os suprimentos devem ser cuidadosamente considerados.  
 
Todas as ressonâncias magnéticas híbridas exigem equipamentos não ferrosos, assim como as quatro zonas de segurança, que vão desde o acesso público gratuito (Zona I), a rigorosamente controladas zonas de acesso restrito (zonas III e IV) - identificados pelo Colégio Americano de Radiologia (American College of Radiology). Se uma sala híbrida vai ser um espaço flexível usado por várias especialidades que utilizam as salas de maneiras diferentes e exigem diferentes configurações de sala, dimensionar a sala híbrida para acomodar cada um é fundamental durante o processo de planejamento. Hospitais podem atingir dimensionamento ideal, certificando-se de consultar representantes de cada especialidade que irá utilizar a sala.  
 
Localização
Idealmente, salas cirúrgicas híbridas devem ser integradas em uma suíte de intervenção - isto mantém a logística simples. No entanto, se as salas de cirurgia existentes de um hospital são separadas de sua sala de raio-x, então é importante localizar salas cirúrgicas híbridas com outras salas de cirurgia. Colocar o quarto híbrido dentro de um centro cirúrgico evita a duplicação de espaços de apoio, incluindo material cirúrgico, instrumentação e equipamentos. Isso leva o hospital a economizar custos adicionais para a duplicação de equipamento e evita ineficiências no movimento dos materiais limpos e sujos. A colocação da sala cirúrgica híbrida também reduz as preocupações dos funcionários, pois o pessoal de  apoio cirúrgico, como as equipes de enfermagem perioperatória, perfusionistas, anestesistas e cirurgiões, não terá que trabalhar em mais de uma área do campus.  
 
Fluxo de Trabalho
A fim de alcançar um fluxo de trabalho eficiente na nova sala cirúrgica, a equipe de design também deve levar em conta o fluxo de pacientes e o fornecimento de material, além da proximidade da equipe. Salas cirúrgicas híbridas reúnem um novo espectro de usuários no mesmo departamento, misturando diferentes disciplinas de cirurgiões com intervencionistas, anestesistas, cardiologistas, eletrofisiologistas, patologistas, enfermeiros, técnicos e muito mais. Em uma sala de cirurgia tradicional, as posições de trabalho, aplicações clínicas e os requisitos de equipamentos, logística paciente/materiais e agendamento para cada um dos itens acima seriam preocupações mutuamente exclusivas. As salas cirúrgicas híbridas borram essas linhas. Elas também aumentam a quantidade de espaço necessário ao pessoal de apoio.
 
O design destes espaços deve facilitar a interação interdisciplinar entre as equipes de atendimento. Materiais adequados para todas as disciplinas também precisam estar à mão na suíte cirúrgica. Assim, a equipe de planejamento deve considerar o armazenamento para o inventário exigido. Será que é necessário haver uma mudança no manuseio de materiais em termos de cases de fornecimento? 
 
Os novos tipos de procedimentos que ocorrem em uma sala cirúrgica híbrida exigem novos tipos de carrinhos para medicamentos, que carregam os pacotes de materiais e instrumentos necessários para cada caso. Suprimentos para procedimentos de neurocirurgias endovasculares, cardiologia e eletrofisiologia devem estar todos disponíveis.  
 
Salas cirúrgicas híbridas nem sempre têm que ser utilizadas para procedimentos híbridos. Elas podem ser projetadas para permitir procedimentos operacionais normais quando o equipamento de imagem é girado para fora do caminho, ou para uso de imagem intervencionista. Os pacientes geralmente se deslocam da preparação para um longo procedimento na sala híbrida, e, em seguida, para uma unidade de cuidados intensivos especiais. No entanto, quando o espaço é utilizado como uma sala tradicional ou para geração de imagens, haverá uma rápida virada e um aumento da taxa de utilização do espaço e dos seus recursos. Isto irá aumentar o número de espaços de preparação e de recuperação necessários e demandar pessoal e recursos de armazenamento de suprimentos adicionais.  
 
Esforço que vale a pena
Embora haja um número relativamente pequeno de salas cirúrgicas híbridas nos Estados Unidos hoje, este número deve crescer significativamente no futuro próximo. A pesquisa de 2011 pelo Millenium Research Group prevê uma taxa de crescimento anual de 15% para as salas híbridas ao longo de um período de cinco anos.   
 
As vantagens dessas salas incluem melhorar a experiência do paciente, permitindo procedimentos minimamente invasivos que aumentam a segurança do paciente e diminuem o tempo de recuperação, reduzindo a inconveniência de os doentes serem transferidos de uma ala do hospital para outra. Para os hospitais, a era das salas cirúrgicas híbridas abre a porta para a eficiência na redução de custos em recursos humanos, equipamentos, materiais e procedimentos. Tal como acontece com todas as novas tecnologias, integrar uma sala híbrida perfeitamente em um hospital existente requer premeditação e planejamento significativo, mas as recompensas para os pacientes e hospitais fazem o processo valer a pena.  
 
Matéria publicada na Revista Diagnóstico nº 22
 
Diagnóstico Web

Governo deve decidir destino da Farmácia de Alto Custo

Marcus VAlliant
Em maio, caixas e caixas de remédios vencidos foram encontradas
no estoque da Farmácia de Alto Custo
A Comissão Processante da Secretaria Estadual de Saúde (SES) que analisa o relatório da Auditoria Geral do Estado (AGE) sobre a perda de medicamentos na Farmácia de Alto Custo, gerenciada pela Organização Social de Saúde (OSS) Instituto Pernambucano (Ipas), deve julgar o caso e apresentar uma decisão ao titular da pasta, no dia 6 de novembro. Após esta data, haverá um prazo de 10 dias para que a SES se posicione sobre o relatório. Além da Comissão Processante, o contrato com o Ipas está sob intervenção do Estado.

Esta Comissão possui prazo de 120 dias, e analisa o relatório da AGE que apontou prejuízo de R$2,8 milhões ao erário, desde 2011 com a perda de medicamentos na Farmácia de Alto Custo. A partir do relatório da AGE, a Comissão Processante deve apontar três possíveis soluções para o governo: permanência do Ipas, terceirização ou assumir a unidade. A Comissão também deve julgar a responsabilidade do Ipas no episódio.

O relatório da AGE apontou diversas irregularidades como aquisição de medicamentos com data de validade superior a 75%, além dos R$2,8 milhões, também houve perda de R$191 mil em medicamentos vencidos na prateleira da Farmácia de Alto Custo, e mais R$700 mil em remédios perdidos com o estrago da geladeira na Farmácia Cidadã.

O contrato com o Ipas prevê perda de 2% de medicamentos, mas como o consumo médio anual é R$120 milhões, o percentual já estaria em 3,5%. Outros erros encontrados foram aquisição de medicamentos superior ao consumo habitual no Estado, como o remédio para AIDS. Também não houve ação direcionada para distribuir os medicamentos com data de validade próxima.

O auditor do Estado, José Alves, explicou que a Comissão tem o prazo de 120 dias para trabalhar enquanto a intervenção possui prazo de até 180 dias. “A Comissão Processante irá analisar o relatório da AGE, coletar as defesas dos envolvidos para decidir o que será feito, e também se condenam ou inocentam o Ipas”, disse.

Alves ressalta que a intervenção pode ser finalizada antes, caso a Comissão Processante aponte uma decisão que seja tomada imediatamente. “A intervenção continua até quando for feito o processo de transição, dependendo da decisão tomada. A Comissão vai apontar qual posição a SES deve tomar diante das irregularidades constatadas, e se houver uma solução em tempo menor, já podemos terminar a intervenção”, acrescentou.

Ao entregar o posicionamento à SES, haverá o prazo de dez dias para que seja tomada uma decisão relativa ao contrato com o Ipas. Até o dia 16 de novembro, o governo deve decidir se permaneça com a OSS, se assume a unidade ou se a terceiriza.
 
A Gazeta

Uso frequente de paracetamol durante a gestação pode ser prejudicial no desenvolvimento da criança, diz pesquisa

O paracetamol é um medicamento usado com frequência na gravidez, mas ainda há poucas pesquisas que investigaram as possíveis consequências a longo prazo desse uso para a criança.
 
Um novo estudo do Instituto Norueguês de Saúde Pública sugere que o uso prolongado do medicamento durante a gravidez pode aumentar o risco de efeitos adversos no desenvolvimento da criança.
 
A pesquisa utilizou dados do Norwegian Mother and Child Cohort Study para investigar o efeito do paracetamol durante a gravidez no desenvolvimento psicomotor, comportamento e temperamento de crianças de três anos de idade.

Cerca de 300 pares de irmãos participaram do estudo, resultado de uma parceria entre a Universidade de Oslo, do Instituto Norueguês de Saúde Pública e do Hospital Sick Children, em Toronto , Canadá, e foi publicado no International Journal of Epidemiology na semana passada.
 
Resultados
Os pesquisadores compararam crianças que foram expostas ao paracetamol durante a gestação com irmãos do mesmo sexo, que não foram expostos. Desta forma, foi possível controlar fatores genéticos, ambientais, infecções, febre, uso de outros medicamentos na gestação, além do consumo de cigarro e álcool pela mãe.
 
O estudo mostrou que as crianças expostas ao medicamento por mais de 28 dias da gestação apresentaram habilidades motoras e de comunicação mais deficientes, além de mais problemas comportamentais se comparadas aos irmãos não expostos.
 
A mesma tendência foi observada nos casos em que as mães fizeram uso do medicamento num período inferior a 28 dias, porém menor.
 
Com o intuito de descobrir se o efeito sobre as crianças era própria do paracetamol, os pesquisadores examinaram outro tipo de analgésico com um mecanismo de ação no organismo como o ibuprofeno. No entanto, não foi encontrado efeito semelhante.
 
Segundo os orientadores da pesquisa, apesar do uso a longo prazo de paracetamol durante a gravidez ser prejudicial para a criança, a utilização ocasional pode não prejudicar o feto. O professor da Universidade de Oslo, Hedvig Nordeng, ressalta ainda a necessidade de mais pesquisas sobre o tema.
 
- É importante lembrar que não podemos assumir que existe uma relação causal entre o uso materno de paracetamol durante a gravidez e os efeitos adversos em crianças a partir de um estudo epidemiológico . Uma vez que este é o único estudo a mostrar isso, há uma necessidade de mais pesquisas para confirmar ou refutar esses resultados - finaliza.
 
Diário CAtarinense

Remédios controlados são vendidos sem receita na internet

Na página é possível encomendar várias substâncias que exigem
 receita médica
Apevisa investiga empresa virtual que tem sede no Recife
 
A venda de remédios controlados, que só deveriam ser comercializados com receita concedidas após consulta médica, é prática comum nas redes sociais. Qualquer pessoa que acesse a web pode adquirir medicamentos com restrições, sem dificuldades. A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) sabe disso e está apurando denúncia de venda ilegal da substância sibutramina - usada para emagrecer - pela internet em Pernambuco.

A droga tem uso controlado pela Vigilância Sanitária Nacional (Anvisa) e só pode ser vendida com receita azul. Segundo a Apevisa, este vendedor online tem endereço físico definido no Recife. Os clientes o acessam, encomendamo remédio e pegam a droga no local estabelecido, sem qualquer problema. “É como se fosse uma subsidiária da venda”, disse o chefe da Unidade de Medicamentos da Apevisa, Maryverson Bezerra. A denúncia foi repassada pela Anvisa e está sendo apurada pela vigilância estadual, que deve acionar a polícia.
 
 Bezerra não quis detalhar quem é o comerciante na web, já que pode dar margem para que o negócio seja tirado do ar e os infratores acabem conseguindo “sumir”, sem deixar rastro. O gestor explicou que a Anvisa tem um sistema de busca ativa para identificar irregularidades como esta, na internet, mas, mesmo assim, é difícil chegar aos criminosos. Ele enfatiza que comercializar remédios na rede é ilegal, e que há legislação restringindo o uso dessas substâncias. “Os medicamentos controlados pela portaria 344/98, quer seja tarja preta ou não, só podem ser vendidos com prescrição médica e avaliação do paciente”, afirmou.
 
A venda de sibutramina, em especial, dispara nos últimos meses do ano. Como início do Verão - e vontade de emagrecer para ficar em forma - a procura pelo inibidor torna-se mais forte nas páginas de relacionamento e sites nacionais e internacionais. No facebook várias páginas oferecem o produto abertamente, a exemplo das denominadas Sibutramina, inibidores de apetite e Sibutramina, anfepramoxa e desobesi, entre muitas outras. Vários sites também oferecemo produto. De forma geral, todos preferem mediar a venda por e-mail e usam os Correios para a entrega.

Sibutramina lesa coração

Há três anos, em janeiro de 2010, a Agência de Vigilância Sanitária Nacional (Anvisa divulgou um alerta para os profissionais de saúde sobre o uso da substância sibutramina no Brasil. A realização de um estudo, denominado SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcomes), demonstrou aumento do risco cardiovascular nos pacientes tratados com a substância. Ele indicou que o risco de desenvolver enfermidades cardiovasculares aumenta em 16% nos que utilizaram o medicamento, quando comparados àqueles tratados com placebo.

Com base nesse estudo, a agência regulatória da União Européia (EMA - European Medicine Agency) suspendeu a autorização de comercialização para o medicamento em toda a sua área de abrangência. Nos Estados Unidos, não houve proibição da fabricação e venda do medicamento. O FDA (FDA - Food and Drug Administration) solicitou a inclusão de novas contra-indicações na bula do produto, para informar que a sibutramina não deve ser usada em pacientes com histórico de doença cardiovascular.
 
Folha Pe

Remédio trata o diabetes e ajuda a emagrecer

Medicamento desenvolvido por grupo internacional de pesquisa consegue aumentar a produção de insulina e reduzir o peso de pacientes com o tipo 2 da doença. A novidade, porém, ainda precisará passar por mais testes antes de chegar ao mercado

Unir duas armas para aumentar o poder de fogo contra o inimigo. Assim pode ser descrita a estratégia de um grupo internacional de pesquisadores que resultou em um novo e promissor tratamento contra o diabetes. O novo remédio criado pelos especialistas, apresentado na edição de hoje da revista especializada Science Translational Medicine, já foi testado em humanos e não só conseguiu aumentar a produção de insulina em pacientes com o tipo 2 da doença como promoveu a perda de peso.

Para alcançar esse resultado, os cientistas uniram propriedades de dois hormônios produzidos naturalmente pelo organismo humano, o GLP-1 e o GIP, de grande importância para a regulação do metabolismo. "A ação combinatória integrada desses dois hormônios fisiológicos oferece uma abordagem única e benéfica para o tratamento da síndrome metabólica", declarou Brian Finan, um dos autores do estudo e membro do Instituto de Diabetes e Obesidade da Alemanha. "Ela representa um passo importante em nossa busca de opções terapêuticas mais eficazes", complementou em um comunicado à imprensa.

Os pesquisadores justificam a escolha do GLP-1 e do GIP pela capacidade que eles têm de estimular a secreção de insulina e suprimir a liberação de glucagon, um contrarregulador que dificulta a produção da substância que falta aos diabéticos. Além dessas tarefas auxiliares, os dois hormônios usados na nova droga desaceleram o esvaziamento do estômago, fazendo com que o indivíduo se sinta saciado por mais tempo e ingira menos alimentos, o que contribui para a diminuição de peso. "Os resultados demonstram que o GLP-1 e o GIP, quando incorporados numa única molécula, proporcionam uma atividade sinérgica para o controle da glicose e menor peso corporal", declarou à imprensa Richard DiMarch, do laboratório da Universidade de Indiana.

Com os resultados positivos obtidos no experimento, DiMarch acredita que o remédio poderá auxiliar tratamentos de diabetes, substituindo os medicamentos que não conseguem atender todas as necessidades no combate à doença. "As drogas atualmente aprovadas são bastante eficazes, mas não são suficientes para normalizar a glicose e certamente não provocam diminuição de peso corporal", acrescentou.

Cautela
Especialistas que não participaram do estudo consideram a droga promissora, mas lembram que os autores do artigo ainda têm um caminho a percorrer para provar que a novidade é mesmo eficaz e segura. "Essa molécula mostrou resultados bastante positivos, porém outros testes precisam ser feitos. Os voluntários foram testados por apenas seis semanas, mas o controle de glicose precisa ser monitorado por meses, já que o tratamento do diabetes é algo constante. Precisamos ter certeza do sucesso de um medicamento antes de colocá-lo no mercado", diz Daniel Benchimol, endocrinologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mauro Schars, endocrinologista do Laboratório Exame, aponta outra questão importante: o número de pessoas que já experimentaram o remédio. O teste com humanos, realizado após o sucesso com modelos animais, envolveu apenas seis pessoas. "A busca por novos medicamentos é constante. Esse é um exemplo. No entanto, esses trabalhos precisam utilizar um número maior de pacientes para que possamos observar se sua eficácia é realmente comprovada. Esse é um caminho normal, que todos os medicamentos seguem. A estratégia de utilizar uma molécula com duas funções importantes, vindos desses hormônios, é algo interessante, mas que precisa de mais comprovações", frisa.

Benchimol explica que o combate à obesidade caminha ao lado do tratamento do diabetes, já que a maioria dos pacientes acaba tendo problemas com acréscimo de peso. Isso tem feito com que muitos grupos de pesquisa busquem desenvolver drogas com duplo efeito, como a apresentada pelo grupo internacional. "Cerca de 80% de diabéticos adultos são obesos. É claro que existem estratégias para que eles consigam escapar desse problemas, como dietas saudáveis e a prática de exercícios, mas ainda assim é difícil para esses pacientes se manter em forma", destaca.

Um cuidado que Mauro Schars acha fundamental é evitar que drogas desse tipo sejam usadas por quem deseja emagrecer, mas não sofre com o diabetes. "O uso indiscriminado desse produto por quem não tem resistência a insulina poderia gerar outras complicações. É preciso tomar cuidado para evitar que outros problemas sejam provocados e prejudiquem a saúde", alerta.

Correio Braziliense

Bebê com doença rara pode morrer por falta de medicamento no TO

O remédio não é padronizado pelo SUS, é de alto
 custo e importado
Um bebê de seis meses que sofre de uma doença rara pode morrer, se o Estado do Tocantins não cumprir com a determinação da Justiça e adquirir o medicamento que a criança precisa.
 
O bebê ficou doente porque ingeriu o líquido da placenta da mãe, durante o nascimento, e ficou com hiperinsulinismo, que é o excesso de produção de insulina pelo pâncreas.

"Já estamos chegando aos quatro meses [da decisão da justiça] e eles [o Estado] me disseram que ainda está em processo de compra", disse o pai do bebê, Cleidivam Sousa. Segundo ele, a renda da família não chega a ultrapassar dois salários mínimos. Ele trabalha como mototaxista e a esposa como babá, em Araguaína, no norte do estado. Da última vez que tentaram comprar o Diazóxido, que inibe a produção de insulina, o valor convertido em reais de dois frascos foi de R$ 2,3 mil.

Cada frasco do remédio tem 30 ml e a criança precisa tomar três doses de 0,04 ml ao dia. O casal conseguiu seis frascos do medicamento, mas resta apenas um. Para fazer o remédio render a mãe mudou a administração das doses para duas vezes ao dia. Mas para a criança ter chances de cura, precisa tomar a dosagem da forma correta até os quatro anos de idade.

Rosilda Ferreira, mãe da criança, fala sobre a dificuldade de adquirir o medicamento. "Não tem condição e é muito difícil também para uma pessoa física importar esse medicamento. É muito desesperador. É pedir a misericórdia de Deus e o Estado que nos ajude", se emociona. 

Resposta
A Secretaria Estadual de Saúde do Tocantins (Sesau) informou por meio de nota "que já realizou o processo licitatório para a compra do medicamento Diazóxido, necessário para o tratamento da paciente". Segundo a Sesau, "o medicamento não é padronizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é de alto custo e importado, e somente poderia ser adquirido por meio de licitação. O medicamento deverá estar disponível para a paciente nós próximos dias, de acordo com os prazos estabelecidos pela lei". Contudo, a secretaria não forneceu uma data exata para a entrega do remédio para a família. 
 
Surgiu

Ainda não há opção a macaco em pesquisas com HIV, dizem cientistas

Macaco reso
Até agora, não há alternativa aos uso dos macacos para checar se novos tratamentos contra o HIV são seguros o suficiente para serem testados em humanos, segundo Esper Kallás, da Faculdade de Medicina da USP.
 
Em breve, uma vacina contra o HIV desenvolvida no Brasil começará a ser aplicada em macacos resos no Instituto Butantan.
 
Michel Nussenzweig, da Universidade Rockefeller, que usa macacos resos em seus estudos, afirma que animais não devem ser usados em pesquisas quando há alternativas.
 
"Não acho que animais devam ser usados para testar cosméticos. Só quando não houver escolha e quando a pesquisa tem a chance de beneficiar as pessoas."
 
O roubo de 178 beagles do Instituto Royal, em São Roque, há quase duas semanas, trouxe o tema da pesquisa em animais à tona. O laboratório usava as cobaias para estudos com medicamentos contra câncer, entre outros.
 
"Infelizmente, não teria outra forma de fazer esse estudo [sobre HIV] sem os macacos. Levo isso muito a sério. Não podemos abusar dos animais. Tentamos criar as condições mais humanas possíveis durante os testes."
 
Segundo Kallás, pesquisador nenhum gosta de sacrificar animais, mas é preciso pesar custo e benefício.
 
"São 35 milhões de pessoas com HIV no mundo. Até hoje, quantos macacos foram usados em pesquisas? Um número infinitamente menor. Ninguém gosta de testar macaco. Mas quais são as prioridades da saúde pública brasileira e mundial?"
 
O professor de imunologia da USP, que realiza pesquisas com seres humanos, afirma que a regulamentação brasileira já é bem rigorosa para os testes com animais e com pessoas.
 
Para ele, a demora na aprovação dos testes clínicos chega a ser excessiva. "O rigor aqui é maior do que lá fora. Acabamos sofrendo com isso, demoro um ano e meio para aprovar um teste clínico."
 
Kallás afirma que quem faz pesquisa no Brasil hoje está "esmagado" entre o debate da sociedade sobre o uso de cobaias e a burocracia necessária para aprovar os testes.
 
"Esses movimentos [contra pesquisa em animais] já aconteceram na Europa e nos EUA há 20 anos. Sempre tem alguém que acha que salvar um coelho é mais importante do que salvar uma pessoa."
 
Folhaonline

Osteoporose: a doença silenciosa dos ossos

Shutterstock
Recomendação é para que mulheres ao entrarem na menopausa e
 homens na andropausa procurem médico para avaliação
No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas sofrem da enfermidade, conhecida por atingir principalmente os idosos
 
Rio - "Eu sempre fui saudável, não era de ficar tomando remédio. Não pensava em ir ao médico, pois não tinha doença e nunca havia sido operada. Até que aos 85 anos caí dentro de casa e fraturei a perna", conta a irmã Isolda Hollanda, freira de 95 anos, que descobriu a osteoporose só após a fratura.

No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas sofrem da doença. Conhecida por ser silenciosa e atingir principalmente os idosos, ela é mais comum entre as mulheres.
 
É uma doença óssea crônica progressiva que deixa os ossos frágeis, ocasionando a quebra com pouco impacto. É considerada um dos mais importantes problemas de saúde pública, responsável por altos índices de morbidade e mortalidade de pessoas idosas.

Para se ter uma ideia, apenas de fratura do fêmur em idosos foram gastos cerca de R$ 600 milhões em internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entre 2003 e 2012.

Apesar de ser uma doença que atinge quase somente os idosos, a prevenção deve começar ainda na infância.
 
Para manter os ossos saudáveis até a velhice, é preciso ter uma alimentação saudável e rica em cálcio – que além do leite e seus derivados está presente nos peixes, sardinha, salmão, brócolis, espinafre, couve-flor, acelga, entre outros. Além de fazer atividade física, evitar o fumo e álcool, e procurar se expor ao sol – que é fonte de vitamina D.

Segunda fratura
No combate a osteoporose, o Hospital Federal de Ipanema é referência. Ele desenvolve um programa de prevenção de fratura pioneiro no Brasil.
 
O ortopedista e coordenador do Programa de Prevenção a Refraturas (PrevRefrat), Bernardo Stolnick, conta que a segunda fratura decorrente da osteoporose é muito comum para quem não se cuida.
 
"Quem tem osteoporose e teve uma fratura tem muita chance de ter um segundo rompimento, o trabalho que a gente faz busca evitar a refratura", explica Stolnick.

Segunda fratura é um problema que nunca ocorreu à Irmã Isolda Hollanda. Após o susto que teve, ela mudou alguns hábitos.
 
"Comecei a tomar cálcio e nunca mais parei. Também não pego mais ônibus, só saio de casa com carro, além de começar a fazer fisioterapia na água", conta Isolda, que diz ter aberto os olhos após a fratura decorrente da osteoporose.

O Ministério da Saúde recomenda que as mulheres, ao entrarem na menopausa, e os homens, ao entrarem na andropausa, ou ao atingirem idade acima de 60 anos, procurem um médico para avaliação.
 
Caso necessário, poderá ser realizado o exame de densitometria óssea, capaz de detectar o desgaste dos ossos.
 
Folha Web

As doenças que mais matam o homem. "Ele é displicente", afirma cardiologista

Divulgação
Samuel L. Jackson promove campanha que pede para o homem
"não ser burro" e ir ao médico
Segundo dados do IBGE, homens brasileiros vivem em média sete anos a menos que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes e colesterol. Médico afirma que eles são descuidados com a saúde. "Eles precisam levar um susto", diz dr. Carlos Machado
 
O aviso no cartaz da instituição One For The Boys, presidida pelo ator Samuel L. Jackson, traz uma mensagem simples, direta e sem rodeios: “Não seja burro”. Abaixo dela vem a explicação, dirigida ao sexo masculino. “Homens não falam sobre câncer. Não é a coisa mais máscula a se fazer. No ano passado, mais de 82 mil homens morreram no Reino Unido após sofrer em silêncio com câncer de próstata, testículos, mama e de outros tipos. Se você estiver preocupado, fale com alguém e agende uma consulta.”
           
Para alertar os homens sobre o câncer de próstata e outras doenças que os acometem, começa amanhã o Novembro Azul, inspirado no Outubro Rosa, campanha de combate ao câncer de mama nas mulheres. Nos EUA e em diversos países da Ásia, Oceania e Europa existe também o Movember, mistura de “moustache” (bigode em inglês) com “november”, movimento que coleta doações para instituições e que pede, de maneira bem humorada, que você, homem, raspe seu bigode nesta sexta-feira e o cultive até o final do mês como forma de apoio à causa - vale tudo pela conscientização.
 
“O homem é mais displicente com sua saúde. Vai menos ao consultório, demora mais para retornar quando pede exame, se passamos um remédio ele luta para não tomar. São poucos os que aderem rapidamente ao tratamento. Se ele tem um derrame ou um enfarte, faz tudo direitinho. Ele precisa de um susto, mas o médico é eficaz antes do susto. Nosso papel é o de um vendedor de seguro de vida, temos que convencer a pessoa”, diz Carlos Alberto Machado, diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
 
Trata-se de uma descrição alarmante quando observados os números fornecidos pelo Ministério da Saúde. Das 665.551 mortes masculinas – contra 504.415 óbitos femininos – em 2011, 175 mil ou 26% foram causadas por doenças do aparelho circulatório, seguido de causas externas – crimes e acidentes de trânsito, por exemplo – (119 mil mortes), neoplasias – câncer e tumores – (98 mil mortes) e doenças do aparelho respiratório (66 mil mortes).  
 
Um levantamento da Vigitel de 2011 revelou que uma das principais causas para tantas mortes em decorrência de doenças cardiovasculares entre os homens é a alimentação. Eles ingerem carne com gordura com mais frequência que elas (45,9% x 24,9%), tomam mais refrigerantes (34,3% x 25,9%) e comem menos frutas e hortaliças (25,6% x 35,4%). Não contente, a ala masculina também fuma mais (18% x 12%) que a feminina.

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"Não seja burro", diz a campanha com Jackson
No ano anterior, a SBC registrou 320.074 vítimas fatais de doenças cardiovasculares como infartos, derrames, hipertensivas, entre outras, das quais 52,43% (57.534 mortes) são homens, contra 41.211 óbitos entre as mulheres. “Cardiologia é eficiente fazendo a prevenção, de cada 100 pessoas que tem infarto, 20 morrem no primeiro evento, não podemos fazer nada por essas 20. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o principal fator de risco é a hipertensão, depois vem o sedentarismo, tabagismo, diabetes, obesidade e o colesterol. Quanto mais precoce for o diagnóstico desses fatores de risco, melhor para o homem”, afirma Machado.
 
Embora exista uma crescente preocupação da SBC de que a mulher está dando passos para alcançar e até mesmo passar o homem no número de vítimas de doenças cardiovasculares, atualmente este não é o cenário. “A mulher ainda morre menos, se cuida mais. São elas quem geralmente marcam as consultas deles”, reforça o cardiologista. E em termos de expectativa de vida, nova “derrota” masculina. O brasileiro espera viver até os 70,6 anos, ao passo que elas chegam, em média, aos 77,7 anos de vida, de acordo com dados de 2012 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 
Qual é a hora de fazer o check-up ?
No caso das doenças cardiovasculares, Machado afirma que uma consulta “o mais cedo possível” é indicada se o paciente tiver um histórico na família: “Essa doença se manifesta na quarta, quinta década de vida, mas começou a ser construída na primeira. Se tem antecedentes, mesmo que a pessoa não tenha nenhum sintoma, ela deve procurar um médico a partir dos 20 anos”. Apesar de não mensurar todos as variáveis envolvidas, o cardiologista indica o Escore de Framingham para você calcular o seu “risco cardíaco”.
 
Por que os homnes não vão ao médico?
Urologista especializado em andrologia e câncer, Alex Meller, que também dá aulas na Unifesp e atende em alguns hospitais da capital paulista, costuma classificar os pacientes alheios ao consultório do médico em duas categorias de idade. “É uma diferença de gerações. A faixa dos 60 a 80 anos tem um preconceito, a esmagadora maioria das consultas nesses casos é feita pela mulher. Eles têm medo do exame físico, que é um tabu, um fantasma. Quando vai [ao médico] já está com sintomas avançados”, conta.

Já os homens abaixo dos 60 anos de idade são um pouco mais cuidadosos, opina Meller, mas ele faz questão de lembrar que, ainda assim, o papel de agendar uma consulta costuma ficar com a mulher. Na opinião de Jorge Forbes, psicanalista e membro da Associação Mundial de Psicanálise, o homem vai ao médico quando a companheira marca “porque ele diz a si mesmo que não está indo para se tratar, mas para dar um prazer a ela ou para ela parar de perturbá-lo”.

“A doença é um elemento que gera impotência e que diminui a força do homem, diminuindo também sua capacidade de ser o provedor. Em vista disso, uma parte importante de homens prefere não saber nada sobre possíveis doenças, só procurando atendimento quando estão muito pior, com um quadro muito mais grave”, analisa Forbes.

O psicanalista afirma, no entanto, que os “índices da identidade masculina da pós-modernidade” não são os mesmos de anos atrás e que o “homem atual não tem a menor dificuldade de pedir atendimento médico”. “Isso representa uma vanguarda, e a vanguarda sempre é minoria”, completa.

O toque final           
Quando diagnosticado precocemente, o câncer de próstata pode ser curado em 90% dos casos, mas o desenvolvimento lento – pode levar até 15 anos para atingir 1 cm², segundo o Instituto Nacional do Câncer – e o temor do famoso exame de toque retal são alguns dos fatores que levaram 12.778 homens a perderem a vida para a doença em 2010.
 
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Movember, presente em 21 países, pede que os homens deixem o bigode crescer em apoio à causa
 
Homens com um histórico de antecedentes na família do pai devem fazer os exames de PSA e de toque retal anualmente a partir dos 40 anos e dos 45 anos para quem nunca teve casos da doença entre os familiares. Se você prefere esperar alguns anos para ver se surge uma alternativa ao exame de toque, o urologista Alex Meller informa que este ainda é um dos mais eficazes: “É necessário. Serve basicamente para detectar alterações na anatomia da próstata, a consistência e possíveis nódulos. Não existe nenhum exame que tenha esse potencial, e quando você faz com o PSA, as chances de detectar alguma anomalia são dobradas”.
 
Sobre os sintomas, Alex diz que os primeiros sinais são dificuldade de urinar, diminuição na força do jato urinário e aumento na frequência de idas ao banheiro, principalmente à noite. Caso o homem ignore ou não perceba, dores na região da pelve devem ocorrer em seguida. É importante, segundo Meller, não confundir o câncer com a hiperblasia benigna da próstata, doença caracterizada pelo crescimento da próstata, uma vez que os sintomas são parecidos.
 
Questionado se os homens preferem se consultar com médicos do mesmo sexo, Meller confirma, mas ressalta que o número de urologistas mulheres no mercado é baixo: dos cerca de 3.600 profissionais, por volta de 100 pertencem ao sexo feminino.
 
SERVIÇO:
Palestra gratuita "Câncer, e aí?!"
Quando:  8 de novembro, às 15h
Onde:  Instituto de Oncologia Santa Paula
Endereço:  Av. Santo Amaro, 2.382, Vila Olímpia, São Paulo
Informações:  (11) 3040-8254
 
iG

8 dicas para não deixar a carreira de lado durante a licença-maternidade

Quem já tiver a rotina do bebê bem organizada, pode fazer cursos
para se atualizar. Existem opções online com horários flexíveis
Pessoalmente ou aproveitando os benefícios da tecnologia, é possível dedicar-se ao recém-nascido sem "desaparecer" do ambiente de trabalho
 
Não importa se a mulher é uma funcionária média ou a presidente de uma empresa: quando se torna mãe, ela passará os primeiros meses da vida do bebê dedicada aos cuidados de que ele necessita – especialmente a amamentação exclusiva. De acordo com a lei brasileira, as empresas devem conceder licença-maternidade de no mínimo quatro e no máximo seis meses para suas profissionais para esse fim.
 
É um longo período, que torna corriqueira entre algumas parturientes a sensação de que “sumirão” da memória dos colegas e chefes ou mesmo que acabarão demitidas. A demissão já não deve ser motivo de tanto medo, graças a uma recente mudança de comportamento entre as mulheres. “É o contrário que está cada vez mais comum. São elas que pedem demissão na volta da licença”, diz Ana Guimarães, gerente da divisão de mercado financeiro da empresa de recrutamento especializado Robert Half.
 
Números de uma pesquisa conduzida pela Robert Half confirmam essa observação: 85% de 100 empresas brasileiras consultadas responderam que menos da metade de suas funcionárias retorna à vida profissional após o nascimento dos filhos. Para não perder essa mão-de-obra, elas começam a flexibilizar as formas de trabalho, como conta Ana: “Muitas já colocam a possibilidade de home-office na volta da licença-maternidade como benefício”.
 
Mesmo que a empresa seja mais conservadora e exija a volta ao escritório, as chefias tendem a pensar em readaptações. “Se a funcionária for competente, certamente seu retorno estará sendo ansiosamente esperado e seu lugar, reservado. Em alguns casos, ela pode até ter a oportunidade de abraçar um novo desafio profissional ao retornar”, afirma Fernando Montero Capella, diretor da Capella RH.
 
Mas, mesmo com uma perspectiva de retorno ao trabalho boa para as mulheres, vale dedicar algum tempo a atitudes simples relacionadas à carreira e aos colegas para manter acesa sua chama profissional. “Seja você a gerente de sua carreira. Cuidar da empregabilidade é tarefa essencial e pessoal. Mantenha ativos os contatos, esteja sempre atenta ao mercado e cuide de sua visibilidade”, recomenda Luiz Concistré, autor do livro “Consultoria: Uma Opção de Vida e Carreira” (Ed. Elsevier).
 
Confira, a seguir, 8 dicas práticas que Ana Guimarães, Fernando Montero Capello e Luiz Concistré dão para que a mulher não fique completamente fora do ambiente de trabalho:
 
1. Mantenha os canais abertos para entrarem em contato com você
Combine que, caso seja necessário, colegas e chefes podem enviar mensagens para seu celular ou e-mails para seu endereço eletrônico de trabalho, e você retornará tão logo seja possível – não necessariamente de imediato. Além de demonstrar disponibilidade, isso permite que você continue atualizada sobre o que está acontecendo durante a sua ausência física.
 
2. Leve o bebê para um passeio em seu ambiente de trabalho
Nem todos seus colegas conseguirão te visitar na maternidade, assim como alguns não se sentirão suficientemente à vontade para ir à sua casa para conhecer seu filho. Por isso, leve o bebê ao seu ambiente de trabalho assim que o pediatra autorizar. Combine dia e horário que não atrapalhem o andamento das tarefas de quem continua na rotina do escritório e fique lá por no máximo meia hora. É uma atitude simpática que marca presença de forma positiva.
 
3. Ofereça um lanche em sua casa para os colegas mais próximos
Quando já tiver conseguido estabelecer horários de mamadas e de seu descanso, convide os colegas mais próximos para um lanche na sua casa. Explique que a duração precisará ser de no máximo duas horas, para não atrapalhar a alimentação do bebê, e dedique toda sua atenção a eles enquanto o pequeno evento acontecer. Aproveite para se atualizar sobre o andamento do trabalho, pergunte sobre resultados e novos projetos.
 
4. Participe de happy hour da empresa
Não precisa ir ao bar toda vez que os colegas marcarem um encontro após o expediente, mas, quando conseguir ficar fora de casa por duas horas, vá encontrá-los. Aproveite a ocasião para saber o que está acontecendo na empresa, como está o andamento dos projetos. E não esqueça: nada de bebidas alcoólicas, pois o álcool é transmitido para o bebê por meio do leite materno.
 
5. Mantenha contato com seus colegas pelas redes sociais
O contato não precisa ser só profissional ao longo de todos esses meses. Poste algumas novidades sobre seus dias, curta e comente postagens e fotos dos colegas. Quando mencionarem algo que esteja acontecendo no escritório naquele momento, mostre que está atenta e comente também.           
                          
6. Faça cursos, atualize-se, e conte isso aos colegas e chefes
Há muitas possibilidades de cursos online que podem ser feitos no melhor horário para o aluno. Escolha um idioma ou algo relacionado ao trabalho e dedique algumas horas de sua semana a eles. Pessoalmente ou pelas redes sociais, conte aos colegas e chefes que está fazendo o(s) curso(s), mostrando que não quer ficar desatualizada.
 
7. Mande ideias para projetos em que estava trabalhando antes de ter o bebê
Mesmo com todos os cuidados com o recém-nascido, é possível que você tenha uma ideia, um estalo relacionado a algum projeto em que estava trabalhando. Caso isso aconteça, organize seus pensamentos por escrito e envie as sugestões à equipe. Ficarão gratos e definitivamente continuarão lembrando de você.
 
8. Saiba dosar a interação com o trabalho durante esses meses
Não é necessário tentar ser uma supermulher. Todos sabem que você teve um filho e está se dedicando a ele em seus primeiros meses de vida. Mesmo pedindo para acompanhar reuniões, chegará uma hora em que você não poderá, porque será no mesmo horário que o pediatra do bebê – e tudo bem. Agir, em relação à empresa, como se nada tivesse acontecido em sua vida pode passar uma impressão errada de que você não dá a devida atenção ao seu bebê e que, por isso, pode não ser tão responsável quanto imaginavam. Em resumo: não force a barra e respeite as necessidades da sua família antes de tudo.
 
Delas