O número de vítimas mortais da bactéria E-coli já chegou aos 18, com mais de 1500 pessoas afectadas em nove países da Europa, sobretudo na Alemanha. Mas final o que é esta bactéria, cujo surto deu origem a um alerta grave de saúde pública, que vigora também em Portugal?
Chama-se Síndrome Hemolítica-Urémica (SHU) ao problema que já matou 18 pessoas na Europa, notificado desde a segunda semana de Maio. Uma doença que pode originar falência renal – os rins deixam de funcionar -, uma complicação resultante de uma infecção pela bactéria Escherichia coli, que vive nos intestinos de humanos e animais, informa a Organização Mundial de Saúde.
Mas afinal, o que é a E.coli?
Trata-se de uma bactéria que existe na Europa, EUA e Japão, estimando-se que cerca de 30% dos animais nestas zonas estejam com ela infectados
Como se transmite?
Através do contacto com:
- Carne contaminada dos animais, devendo evitar-se o consumo de carne mal passada;
- através de leite não pasteurizado de animais contaminados;
- através das fezes dos animais, usada como estrume, podendo ainda contaminar a água, usada para regar os vegetais.
Quais os sintomas?
Os sintomas surgem sete dias após a infecção e são:
- cólicas abdominais fortes, seguidas de diarreias hemorrágicas durante dois a cinco dias;
- febre, náuseas e vómitos, outros dos sintomas possíveis.
No entanto, nos casos, como o actual, em que a estirpe é mais agressiva, os sintomas podem ser mais graves e levar mesmo até à morte. Isto porque embora a maior parte das E.coli sejam inofensivas, o grupo das enterohemorrágicas pode produzir toxinas, que causam danos nas células sanguíneas e nos rins.
De acordo com a OMS, trata-se de um surto invulgar, isto porque se desenvolveu rapidamente, tendo afectado um número elevado de adultos (86% dos casos foram diagnosticados em maiores de 18 anos ou mais), sobretudo mulheres (67%), em vez do grupos de risco considerados normais – crianças e idosos.
O que fazer?
As pessoas que apresentarem estes sintomas e que tenham visitado recentemente a Alemanha, sobretudo o norte do país, devem procurar ajuda médica. Depois, deve-se ainda:
- lavar regularmente as mãos, sobretudo antes da preparação dos alimentos e depois das idas à casa-de-banho - altamente recomendável, sobretudo para as pessoas que tomem conta de crianças pequenas, já que a bactéria pode passar de pessoa a pessoa, assim como através dos alimentos, água e contacto directo com animais;
- lavar cuidadosamente a fruta e os vegetais;
‐ prevenir a contaminação cruzada, não utilizando os mesmos utensílios para diferentes alimentos (facas, garfos, tábuas de cozinha, etc.);
‐ separar os alimentos em preparação dos alimentos cozinhados