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sábado, 2 de julho de 2011

Homens acham mais fácil cuidar do carro do que da saúde

Pesquisa ouviu 501 pessoas do sexo masculino entre 45 e 60 anos

Uma pesquisa realizada pelo laboratório Abbott, em parceria com a Rede de Saúde do Homem dos Estados Unidos, acaba de trazer mais uma evidência do quanto o público masculino negligencia os cuidados médicos.

Entrevista feita com 501 pessoas do sexo masculino entre 45 e 65 anos mostrou que 70% deles consideram mais fácil cuidar do carro do que da própria saúde. Quatro em dez entrevistados disseram que resolvem com mais facilidade problemas mecânicos do que os clínicos. Mais: 28% não visitam com a freqüência ideal os consultórios dos especialistas.

Os resultados sugerem que eles calibram o pneu do carro, mas não medem a pressão arterial. Os automóveis podem até ficar em perfeito estado de manutenção, mas são conduzidos por motoristas com saúde frágil, mais acometidos por doenças cardiovasculares e problemas no pulmão quando comparados aos indicadores das mulheres.
“Eu só vou ao médico quando um problema aparece. Para prevenção, acredito que nunca fui. Acho que a gente só começa a se preocupar com a saúde e fazer exames preventivos depois dos 40 anos”, acredita Bruno Maganini, 29 anos, mecânico há 15 anos (“entendo tudo de carro”, diz) e descumpridor das recomendações do Ministério da Saúde.

Pelas orientações nacionais, até os 45 anos, os homens devem visitar o médico – urologista, cardiologista ou clínico geral – ao menos a cada dois anos. Isso se não tiverem antecedentes familiares com problemas cardíacos, câncer, diabetes ou hipertensão. Nestes casos, a rotina preventiva deve ser anual. Para agravar a situação descrita por Bruno, na família de Maganini há uma coleção de diabéticos e hipertensos, duas condições que segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia são silenciosas. Ou seja, quando se manifestam já estão em fase avançada e de difícil controle.

Papel da mulher

Celso Gromatzky, coordenador da Unidade de Medicina Sexual da Faculdade de Medicina do ABC e urologista do Hospital Sírio Libanês, confirma que, em geral, os homens postergam a ida ao médico costumam “terceirizar” o cuidado com a saúde própria. “Eles só aparecem após insistência de uma mulher. Seja a companheira, a mãe, a irmã ou a tia”, diz Gromatzky.
Henrique D’Ávila da Silveira Bello, agora com 20 anos, é um exemplo disso. Quando criança teve um problema não muito grave detectado no coração (sopro) e, por isso, freqüentou as salas do cardiologista com frequência e dedicação. Dedicação da sua mãe, é bom ressaltar, que marcava as consultas, os exames e ficava no pé do garoto.

“Depois que eu cresci, não voltei mais ao médico. Nem me lembro a última vez que fui consultado”, admite ele para em seguida responder “não” para todas as perguntas feitas pela reportagem, sendo elas: sabe sua pressão arterial? O seu colesterol? O seu IMC? As respostas destas questões são importantes para todas as pessoas, mas para quem tem histórico cardíaco, como é o caso de Henrique, são consideradas imprescindível.

Mudanças?

Este tipo de comportamento por parte dos homens foi repetido por gerações e um dos grandes influentes no fato deles morreram até sete anos antes do que as mulheres. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a expectativa de vida masculina é de 69,7 anos, a feminina é de 77 anos. O cenário fez com que, há dois anos, o Ministério da Saúde lançasse a primeira Política Nacional de Saúde do Homem.
“Foi um primeiro passo importante para acolher os pacientes nos serviços de saúde. Até então, as políticas eram todas para mulheres e crianças. Os homens ficaram em segundo plano”, afirma o urologista Celso Gromatzky. “A experiência mostra que eles ainda chegam com muito medo nos consultórios, mas pelo menos estão vindo”, completa.

Se ainda falta muito para os homens frequentarem o médico como as mulheres fazem (ou deveriam) com os seus ginecologista, Gromatzky diz que ao menos um sintoma no universo masculino faz com que eles não percam tempo na hora de correr para o consultório. “A impotência”, define. “Eles não enrolam em caso de disfunção erétil e, dela, cuidam até mais do que os carros”, diz o especialista.

Para a Sociedade Brasileira de Urologia, a impotência exige um check-up completo do paciente. Ela pode estar associada a várias doenças como diabetes e até anunciar um infarto futuro.
http://saude.ig.com.br/minhasaude/homens+acham+mais+facil+cuidar+do+carro+do+que+da+saude/n1597056396928.html

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