Atividade física pode ajudar a reduzir o risco de reinternação hospitalar em pessoas com DPOC, mostra um novo estudo desenvolvido por pesquisa do Departamento de Pesquisa e Avaliação do hospital Kaiser Permanente do Sul da Califórnia (EUA).
DPOC refere-se a um grupo de doenças, incluindo enfisema e bronquite crónica, que causam problemas de bloqueio do fluxo de ar e de respiração. Só no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca de cinco milhões de pessoas sofrem com o problema.
O trabalho, publicado 09 de abril na revista Annals of American Thoracic Society, contou com a análise dos registros de saúde de mais de 6 mil pacientes da Califórnia, com idades acima ou igual a 40 anos. Todos foram internados com DPOC durante 2011 e 2012. Os pacientes forneceram informações sobre seus níveis de atividade física.
Em comparação com pacientes sedentários, aqueles que se exercitavam 150 minutos por semana (o equivalente a meia hora de atividade em cinco dias da semana) ou mais foram de 34% menos propensos a serem readmitidos no hospital pelos próximos 30 dias. Aqueles que se exercitavam menos de 150 minutos por semana ainda tinham um risco 33% menor em comparação com aqueles que não faziam qualquer atividade física.
Segundo os especialistas responsáveis, estudos futuros irão se concentrar em determinar se é possível reduzir as internações indicando a atividade física em pacientes com DPOC. Embora a pesquisa não estabeleça uma relação de causa e efeito entre o exercício e a menor chance de readmissão hospitalar por DPOC, ele sugere uma relação forte entre os dois, mostram os autores.
DPOC: oito cuidados que o paciente deve ter ao se exercitar
O pneumologista Oliver Nascimento, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pneumonia e Tisiologia, explica que a DPOC não é uma doença apenas pulmonar. "Ela causa uma inflamação que atinge a corrente sanguínea, que, por sua vez, libera mediadores inflamatórios que enfraquecem a musculatura". Essa perda de força muscular leva a pessoa que tem a doença a se tornar sedentária e ficar mais em casa, perdendo cada vez mais musculatura de pernas e braços. A falta de ar causada pelo distúrbio pulmonar é outro fator limitante.
DPOC refere-se a um grupo de doenças, incluindo enfisema e bronquite crónica, que causam problemas de bloqueio do fluxo de ar e de respiração. Só no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca de cinco milhões de pessoas sofrem com o problema.
O trabalho, publicado 09 de abril na revista Annals of American Thoracic Society, contou com a análise dos registros de saúde de mais de 6 mil pacientes da Califórnia, com idades acima ou igual a 40 anos. Todos foram internados com DPOC durante 2011 e 2012. Os pacientes forneceram informações sobre seus níveis de atividade física.
Em comparação com pacientes sedentários, aqueles que se exercitavam 150 minutos por semana (o equivalente a meia hora de atividade em cinco dias da semana) ou mais foram de 34% menos propensos a serem readmitidos no hospital pelos próximos 30 dias. Aqueles que se exercitavam menos de 150 minutos por semana ainda tinham um risco 33% menor em comparação com aqueles que não faziam qualquer atividade física.
Segundo os especialistas responsáveis, estudos futuros irão se concentrar em determinar se é possível reduzir as internações indicando a atividade física em pacientes com DPOC. Embora a pesquisa não estabeleça uma relação de causa e efeito entre o exercício e a menor chance de readmissão hospitalar por DPOC, ele sugere uma relação forte entre os dois, mostram os autores.
DPOC: oito cuidados que o paciente deve ter ao se exercitar
O pneumologista Oliver Nascimento, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pneumonia e Tisiologia, explica que a DPOC não é uma doença apenas pulmonar. "Ela causa uma inflamação que atinge a corrente sanguínea, que, por sua vez, libera mediadores inflamatórios que enfraquecem a musculatura". Essa perda de força muscular leva a pessoa que tem a doença a se tornar sedentária e ficar mais em casa, perdendo cada vez mais musculatura de pernas e braços. A falta de ar causada pelo distúrbio pulmonar é outro fator limitante.
"A prática de exercícios físicos vai atuar nessas duas frentes: os exercícios aeróbicos ajudarão a recuperar e manter o condicionamento cardiorrespiratório e os exercícios de resistência, feitos com pesinhos ou halteres, ajudarão a fortalecer a massa muscular", explica o pneumologista Oliver Nascimento. "Portanto, a atividade física é uma boa maneira de tornar a DPOC mais fácil de conviver". Mas antes de calçar o tênis e sair por aí se exercitando, existem alguns cuidados que você deve tomar. Eles impedem que você pratique mais exercícios do que o recomendado ou ignore sinais de que seu corpo está cansado, por exemplo.
Confira quais são eles a seguir e recupere - ou mantenha - a sua qualidade de vida:
Antes de começar a fazer exercício físico, é fundamental que o portador de DPOC vá ao médico e faça exames para ver se ele está apto a fazer a atividade e ainda quais são os limites que devem ser respeitados durante o treino. "Além da avaliação clínica que inclui o estado geral do paciente, verificação do uso das medicações e exames mais simples, como o de sangue, o portador de DPOC passará por um teste de esforço feito na esteira, em que será observado, principalmente, se há queda da oxigenação do sangue", explica Oliver Nascimento. Caso o paciente esteja bem, mas apresente queda da oxigenação, haverá a necessidade de usar oxigênio extra através de uma cateter nasal durante o exercício. Caso o paciente esteja bem e não tenha queda da oxigenação, poderá se exercitar sem uso de oxigênio extra, apenas prestando atenção aos sinais do corpo, como cansaço e falta de ar.
Como foi dito acima, o uso de suplementação de oxigênio não é um impeditivo para a realização de exercícios físicos. O pneumologista Oliver Nascimento explica que existem três formas de ofertar oxigênio: através de grandes cilindros, de concentradores de oxigênio - que são ligados na tomada e separam o oxigênio de todos os outros componentes do ar - e do oxigênio líquido, que se transforma em gás para respiração. Tanto os concentradores de oxigênio quanto o oxigênio líquido podem ser portáteis: o primeiro pode funcionar à bateria, com duração média de seis horas, e ser transportado numa maleta, enquanto o oxigênio líquido pode ser levado numa garrafa. O oxigênio chegará ao paciente através de um cateter plástico que sai do recipiente é encaixado no nariz. Ele pode ser retirado quando não for mais necessária a oferta de oxigênio.
"Dentre todos os sinais que podem aparecer durante a atividade física o que sempre aparece primeiro é falta de ar", explica Oliver Nascimento. "Depois podem surgir cansaço extremo, chiado no peito, tontura e sensação de coração acelerado". Caso isso aconteça com você, o recomendado é parar o exercício e respirar tranquilamente até que se sinta bem novamente. Caso esteja difícil de respirar, a dica é, em vez de soltar o ar pela boca de uma vez só, expirar fazendo bico, como se estivesse soprando. Essa manobra ajuda a fazer com que o ar chegue a todo o pulmão.
Quem tem DPOC deve sempre ficar atento à respiração na hora de fazer exercícios físicos, no entanto não é preciso forçá-la a seguir algum padrão, basta fazê-la naturalmente, de maneira confortável e que não falte ar. Mas vale lembrar que a respiração pelo nariz é sempre melhor, pois aquece, umidifica e filtra o ar, mas se você sentir necessidade de respirar pela boca, faça isso, pois pode ser um sinal de que o seu corpo precisa de mais oxigênio. O pneumologista Oliver explica que pacientes que usam cateter nasal com suplementação de oxigenação devem, em toda respiração, puxar o ar pelo nariz, caso contrário não conseguirão todo o oxigênio de que precisam. Caso você sinta falta de ar, além de parar o exercício, solte o ar fazendo bico, como se estivesse soprando, permitindo que o oxigênio chegue a todo o pulmão.
O fisiologista do exercício Raul Santo, da Unifesp, explica que os portadores de DPOC têm uma restrição funcional que deve ser respeitada na hora de começar a praticar exercícios físicos. ?Os sistemas respiratório e cardiovascular terão mais dificuldade em fazer que o oxigênio chegue até os músculos, portanto o desempenho sempre será menor em comparação com um indivíduo saudável no mesmo nível de treinamento - a fadiga do músculo acontecerá em menos tempo?. Por isso, as únicas regras quanto à intensidade do exercício é começar sempre de maneira leve e elevar de maneira sutil.
"Caminhadas leves de 30 minutos feitas de três a quatro vezes por semana são uma boa forma de iniciar", recomenda Oliver Nascimento. "Mas o ideal é sempre obedecer as recomendações do seu médico sobre a intensidade a ser seguida". A evolução da atividade física dependerá de muitos fatores, como idade, condicionamento físico e estágio da doença, por isso, o recomendado é conversar com o médico ou com o profissional que acompanha os exercícios quando o paciente se sentir apto a progredir a intensidade. Mas a regra geral é jamais fazer essa alteração por conta própria.
"Caminhadas leves de 30 minutos feitas de três a quatro vezes por semana são uma boa forma de iniciar", recomenda Oliver Nascimento. "Mas o ideal é sempre obedecer as recomendações do seu médico sobre a intensidade a ser seguida". A evolução da atividade física dependerá de muitos fatores, como idade, condicionamento físico e estágio da doença, por isso, o recomendado é conversar com o médico ou com o profissional que acompanha os exercícios quando o paciente se sentir apto a progredir a intensidade. Mas a regra geral é jamais fazer essa alteração por conta própria.
Caso o paciente de DPOC sinta cansaço frequente durante o exercício, pode fazer pausas ou diminuir o ritmo sem maiores problemas. "O objetivo do exercício nesse caso é promover qualidade de vida, não gerar qualquer tipo de competitividade", explica o fisiologista do exercício Raul Santo. As pausas são uma boa estratégia para que a oxigenação do sangue mantenha-se estável durante a atividade física. Elas devem ser feitas de acordo com a falta de ar, caso ela apareça, o ideal é descansar por um ou dois minutos. Se ela passar, é possível continuar num ritmo mais baixo. Mas se ela persistir ou for muito forte, é importante parar a atividade.
"Uma ideia para manter o exercício físico numa intensidade adequada é fazer um relatório sobre a atividade realizada e como o paciente se sentiu durante ela", recomenda Raul Santo. "O ideal é compartilhar esse material com o pneumologista para que ele diga se o paciente está no caminho certo ou se o treino precisa de adaptações". Outra dica é anotar o tempo, a intensidade e o tipo de atividade física, além de pausas e da sua sensação.
Oliver Nascimento explica que a doença pulmonar obstrutiva crônica causa a liberação de mediadores inflamatórios na corrente sanguínea que chegam aos músculos e causam seu enfraquecimento. Para brecar esse efeito danoso, o ideal é fazer exercícios físicos de resistência, como a musculação, por exemplo. Ela ajuda a reverter a perda de massa muscular e de quebra pode melhorar a restrição pulmonar, já que o músculo treinado capta o oxigênio do sangue com mais facilidade. Mas antes de começar esse treino, o paciente deve conversar com o médico e sempre iniciar com exercícios leves.
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