Descubra se coito interrompido previne DST e se é normal o órgão sexual ficar inchado
Você está na consulta ginecológica ou urológica e se lembra daquela dúvida que pintou no banheiro outro dia, mas desiste de perguntar por ser constrangedora - ou então por medo do médico achar óbvio demais. Entretanto, muitas vezes o questionamento que parece bobo pode ser o mais importante, indicando uma possível doença ou um comportamento inadequado.
Pensando nisso, conversamos com profissionais e respondendo algumas dessas perguntas:
Diferenças discretas de volume entre os testículos e seios são consideradas normais. No caso dos seios, pode acontecer principalmente em mulheres porque, na puberdade, uma das mamas pode ter mais receptores de hormônio, levando a um crescimento maior. "Nos testículos isso ocorre geralmente por conta da variação no pequeno volume de líquido que se apresenta ao redor dos testículos", explica o urologista Mauro Pinheiro, do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia - regional Rio de Janeiro. Essas diferenças são preocupantes quando surgem subitamente, são muito grandes e/ou associadas à dor na região. "Nestes casos, deve-se suspeitar de processos inflamatórios, infecciosos ou até mesmo de câncer, e um médico urologista ou mastologista deve ser consultado."
"O atrito em excesso nos tecidos do pênis e vagina pode resultar em um edema, que é um discreto acúmulo de líquido nesses tecidos", explica o urologista Mauro. O resultado disso é um aspecto de "inchaço", que pode ocorrer devido a esse líquido acumulado. "O edema tende a reduzir e desaparecer algumas horas após o repouso", diz. Caso o problema persista, o indicado é procurar um médico.
As bombas penianas, muito utilizadas na Europa e Estados Unidos, são mecanismos que, acoplados ao pênis, produzem um vácuo que faz com que o sangue venoso reflita para dentro do pênis, em um processo semelhante ao da ereção. "A diferença é que, na ereção verdadeira, o sangue que preenche o pênis é arterial e não venoso", explica o urologista Mauro. Se utilizadas durante um período prolongado ou caso ocorra um vácuo muito forte, pode sim ocorrer um edema dos tecidos periféricos, visualizados como um "inchaço".
As bombas penianas, muito utilizadas na Europa e Estados Unidos, são mecanismos que, acoplados ao pênis, produzem um vácuo que faz com que o sangue venoso reflita para dentro do pênis, em um processo semelhante ao da ereção. "A diferença é que, na ereção verdadeira, o sangue que preenche o pênis é arterial e não venoso", explica o urologista Mauro. Se utilizadas durante um período prolongado ou caso ocorra um vácuo muito forte, pode sim ocorrer um edema dos tecidos periféricos, visualizados como um "inchaço".
Sim, é necessário, mas você não precisa sair correndo para o banheiro logo após o sexo. Higienizar o órgão sexual depois do ato ajuda a evitar principalmente infeções causadas por fungos, como a candidíase. Lavar o órgão após a relação sexual também ajuda a remover resíduos de sêmen e excesso de lubrificante do preservativo. Caso você não tenha usado preservativo, a higiene também serve para retirar o muco da lubrificação natural da vagina junto com resíduo de secreção espermática após a ejaculação - ambos ricos em substâncias que servem como meio de cultura para bactérias e fungos. "A flora bacteriana nos tecidos do pênis e vagina está aumentada após a relação sexual, principalmente quando próximo do período menstrual", afirma o urologista Mauro. Caso essa flora esteja modificada por conta de patologia prévia na mucosa do pênis ou vagina, há o risco de transmissão de DSTs. "A higiene pode ser feita até em poucas horas após a relação - não precisa ser imediatamente, porém não se deve deixar nunca para o dia seguinte."
Segundo o urologista Mauro, existe um reflexo após o orgasmo sexual, que desencadeia a contração de vários músculos da pelve, inclusive da bexiga e dos esfíncteres envolvidos na micção, podendo desencadear em alguns indivíduos um desejo de urinar logo após. "Urinar depois do sexo também é importante para limpar o canal urinário, diminuindo o risco de possíveis infecções por bactérias", ressalta a ginecologista Rita Géssia Patriani Rodrigues, do hospital São Luiz Itaim, em São Paulo.
Evolutivamente, os pelos pubianos existem para a proteção da região genital. Aparar os pelos é eventualmente recomendado para facilitar a higiene e evitar a umidade no local, que pode propiciar crescimento de fungos. "Isso porque na base do pelo há glândulas que produzem suor e gorduras para lubrificar e resfriar a pele, e essas podem causar um cheiro desagradável ou servir de alimento para germes, predispondo ao aparecimento de doenças de pele", completa o urologista Ravendra Muniz, do Núcleo de Urologia do Hospital Samaritano de São Paulo.
Se você tem uma higiene íntima adequada diariamente e seu órgão genital está saudável, a depilação não se faz necessária. Dessa forma, é importante manter a região sempre limpa e os pelos aparados quando necessário, para não dar margem ao acúmulo de fungos e bactérias nocivas. "A depilação total da região genital deve ser evitada devido ao risco de ferir uma pele que é muito fina e está próxima de uma flora bacteriana naturalmente maior que a de outros locais, apresentado, portanto, algum risco de infecção", afirma o urologista Mauro. O melhor seria apenas aparar os pelos, evitando depilar. Caso deseje, a depilação deve ser realizada com extremo cuidado e higiene.
Se você tem uma higiene íntima adequada diariamente e seu órgão genital está saudável, a depilação não se faz necessária. Dessa forma, é importante manter a região sempre limpa e os pelos aparados quando necessário, para não dar margem ao acúmulo de fungos e bactérias nocivas. "A depilação total da região genital deve ser evitada devido ao risco de ferir uma pele que é muito fina e está próxima de uma flora bacteriana naturalmente maior que a de outros locais, apresentado, portanto, algum risco de infecção", afirma o urologista Mauro. O melhor seria apenas aparar os pelos, evitando depilar. Caso deseje, a depilação deve ser realizada com extremo cuidado e higiene.
Se você prefere se depilar e sofreu algum corte durante o processo, o ideal é higienizar bem a área no momento e manter a higiene com atenção redobrada nos próximos dias, acompanhando a ferida de perto. Caso aconteça algum inchaço, inflamação ou infecção na área afetada, procure um médico. Evite roupas que friccionem o local durante a cicatrização e dê um tempo nas relações sexuais.
Sim. "Se ocorrer qualquer fissura ou lesão no órgão sexual, sempre é necessário procurar um médico", alerta o urologista Mauro. Já o urologista Ravendra completa dizendo que as recomendações para esse caso são parecidas com as dadas para o depilação, inclusive com repouso ou abstinência sexual até que a ferida cicatrize completamente.
Os especialistas são categóricos: não. "O coito interrompido não protege a pessoa de absolutamente nada, nem mesmo do contágio do HIV e das hepatites", diz Mauro Pinheiro. Inclusive, o coito interrompido pode não deixar a pessoa completamente protegida da gravidez, no caso de relações heterossexuais. Dessa forma, a recomendação de colocar a camisinha antes do ato persiste. O risco de transmissão de DSTs com uso da camisinha apenas na hora da ejaculação é total, uma vez que a lubrificação vaginal e o líquido liberado pelo pênis antes da ejaculação também contém vírus e bactérias transmissoras de DST. Além disso, verrugas e feridas causadas por HPV, candidíase ou sífilis podem estar presentes na pele do pênis ou vagina, e o contato seria suficiente para transmissão. "Há também o risco de uma fissura ou ferida, levando ao contato de sangue com sangue", lembra o urologista Ravendra. Por isso, a camisinha deve ser colocada antes do início da relação e permanecer lá até o final.
O paciente em tratamento para doença sexualmente transmissível curáveis, como o HPV, gonorreia e clamídia, deve manter abstinência sexual até a completa cicatrização ou remissão da DST. No caso de DSTs crônicas, como a Aids, o recomendado é sempre fazer sexo com preservativos. "É preferível ainda que essa pessoa seja avaliada por um médico - idealmente aquele que iniciou o tratamento - para que dele dê essa permissão", lembra o urologista Ravendra.
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