Redução de erros proporcionada por sistemas inteligentes aumenta segurança dos pacientes ao reduzir interferência humana nos processos de checagem
Quando os processos logísticos interferem diretamente na qualidade de atendimento no setor de saúde, percebe-se o quanto estão presentes na vida de todos.
A redução de erros proporcionada por um sistema inteligente reflete diretamente na segurança dos pacientes, pois é possível reduzir sensivelmente a interferência humana nos processos de checagem e captura de informações do medicamento no sistema. Isso acontece porque, graças à rastreabilidade, é possível acompanhar o processo de recebimento do medicamento até a administração ao paciente. A estratégia elimina o perigo, por exemplo, de se ministrar doses ou medicamentos errados.
Os ganhos vão além
É possível diminuir os custos da operação ao reduzir retrabalho, como eliminar o processo de etiquetagem interna, já que a impressão é feita pelo fabricante. O mesmo acontece em relação às perdas por vencimento, que passam a ser controladas graças ao acompanhamento das datas de validade pelo sistema de gerenciamento de rastreabilidade.
Cada vez mais hospitais e laboratórios farmacêuticos buscam a excelência no atendimento, adotam padrões globais e tecnologias para automatizar seus processos como, por exemplo, a separação de medicamentos. E é o código de barras, tão conhecido dos brasileiros na hora das compras, que desempenha esse papel fundamental.
A GS1 Brasil-Associação Brasileira de Automação tem levado a tecnologia para instituições de todo o País, como laboratórios Eurofarma, Isofarma, Baxter e os hospitais Israelita Albert Einstein, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, e Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
Na capital gaúcha, a opção foi pela adoção do código GS1 DataMatrix, código bidimensional de tamanho reduzido que se adapta às menores embalagens e comporta todas as informações necessárias para ter total controle da trajetória de um medicamento, do laboratório farmacêutico à administração no paciente.
O objetivo do Hospital Moinhos de Vento foi o de adotar um processo pelo qual os produtos podem ser rastreados por meio da tecnologia de código de barras, garantindo a origem e o caminho que este produto percorreu na cadeia produtiva até a chegada ao paciente.
Em 2011, o Hospital Moinhos de Vento introduziu o uso do código GS1 DataMatrix nos medicamentos por meio da integração de 18 áreas e com o treinamento sobre o uso da nova tecnologia para 118 colaboradores. O objetivo do projeto é aprimorar a segurança do paciente, reduzir custos, assegurar uma melhor gestão do inventário e atingir a rastreabilidade.
A nova simbologia é usada desde o recebimento do medicamento até seu descarte. A antiga metodologia da impressão interna das etiquetas contendo informações sobre a data de validade e número de lote foi substituída pela leitura do GS1 DataMatrix, impresso pela indústria farmacêutica em dose unitária, sem intervenção humana acerca das informações importantes referentes ao medicamento.
Em São Paulo, o Hospital e Maternidade Santa Joana, usa pulseiras para identificar os recém-nascidos e as mães. Assim, juntamente com o código GS1 DataMatrix nos medicamentos eles têm a garantia de que o paciente certo recebeu a medicação certa, na dose certa, na hora correta.
Também na capital paulista, o Hospital Israelita Albert Einstein foi pioneiro ao otimizar os procedimentos. Hoje, a instituição de saúde recebe 25% dos remédios já identificados pela indústria, um porcentual que abrange medicamentos utilizados em grande volume.
Não há estatísticas oficiais no Brasil, mas, segundo o Institute of Medicine dos Estados Unidos, mais de sete mil pessoas morrem anualmente e outros 1,5 milhão de pessoas sofrem graves danos por erros de medicação no país. O prejuízo financeiro chega a US$ 3,5 bilhões, de acordo com o estudo Preventing Medication Errors.
A GS1 tem a missão de criar e gerenciar padrões, entre eles o de identificação dos produtos para facilitar o gerenciamento da cadeia de suprimentos e alcançar a rastreabilidade, por meio da combinação de todos os padrões do Sistema GS1 – amplamente usados no varejo, como é o caso do código de barras.
Com a proposta de uma linguagem comum e global entre parceiros comerciais, o Sistema GS1 garante a segurança no recebimento, controle de estoque e gestão administrativa de mercadorias, além de facilitar as exportações e, principalmente, contribuir para a segurança dos consumidores e pacientes.
A GS1 Brasil faz parte do grupo internacional GS1 Healthcare e trabalha com fabricantes, hospitais, varejo, agências de vigilância sanitária, ministérios da saúde e associações do setor para buscar as melhores soluções mundiais para o sistema de codificação de medicamentos, redução de erros médicos, recall de produtos, autenticidade, eficiência e acuracidade na cadeia de suprimentos e rastreabilidade.
* João Carlos de Oliveira é presidente da Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil)
SaudeWeb
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