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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Crise argentina alavanca as inscrições no programa Mais Médicos

Marina Olga Rueda, 46, quer ir para o litoral catarinense
Mariana Eliano/Folhapress
Marina Olga Rueda quer ir para o litoral CAtarinense
Muitos médicos que atuam na Argentina receberam nesta semana a notícia de que podem arrumar as malas e se mudar para o Brasil.
 
São profissionais que, em sua maioria, preocupados com a instabilidade financeira no país e em busca de um salário melhor, decidiram se inscrever no Mais Médicos.
 
Na segunda fase de seleção do programa do Ministério da Saúde, que terminou na sexta, 94 profissionais da Argentina se inscreveram --21 a mais do que na primeira etapa.
 
Segundo uma funcionária do consulado brasileiro em Buenos Aires, depois que o jornal "Clarín" divulgou o salário do Mais Médicos, o número de inscritos aumentou.
 
 
Nem todos que se cadastraram pela internet (ela calcula em mais de 400) entregaram depois os documentos para concluir o processo.
 
Dos 94 que concluíram a inscrição, a maioria escolheu trabalhar em postos de saúde do Paraná, de São Paulo e de Santa Catarina.
 
O argentino José Luiz Fernandez, 40, de Missões, fugiu à regra e escolheu uma cidade fluminense: Niterói.
 
Ele, que já arrisca uma conversa em português, diz que começou a estudar a língua há três anos. Planejava revalidar seu título e trabalhar no Brasil, "caso acontecesse outra hecatombe" na Argentina, diz, referindo-se à crise econômica de 2001.
 
"Não me sinto seguro no meu país por causa da instabilidade econômica", afirma o médico à Folha.
 
Clínico-geral e infectologista, recebe 170 pesos (R$ 65,47) por consulta e também trabalha em hospital. A remuneração de R$ 10 mil oferecida pelo Mais Médicos mais moradia, segundo ele, "é três vezes mais do que ganho aqui".
 
O salário também pesou para a inscrição da clínica e cardiologista Marina Olga Rueda, 46. Plantonista em dois hospitais de Buenos Aires, ela também atende em um consultório particular e recebe 100 pesos por consulta (R$ 38,49).
 
"Além de meu salário aqui ser menor, nós pagamos muitos impostos, não sobra muito dinheiro", explica. O marido, que é mestre de obras, topou se mudar com ela.
 
Sua primeira opção na lista de cidades para trabalhar foi Bombinhas, no litoral catarinense, porque muitos argentinos vivem no Estado.
 
Enquanto aguarda ser convocada pelo governo brasileiro, Marina já começou as aulas de português. "Acho que os pacientes vão me entender, mas tenho receio de escrever receitas [médicas]."
 
Ela também tem medo de não ser bem recebida pela classe médica brasileira, como aconteceu com os colegas cubanos. "É importante que os médicos brasileiros saibam que não vamos roubar postos de trabalho. Nosso contrato é de três anos, e eles também podem se inscrever."
 
A confirmação da vaga em um posto de saúde de Dionísio Cerqueira (SC) ainda não saiu, mas María de Los Angeles Escudero, 29, outra argentina inscrita no Mais Médicos, também teme a recepção dos colegas brasileiros.
 
"Eles são fechados e acham que vamos roubar trabalho." Ela trabalha em um serviço de resgate em Buenos Aires.

Folhaonline

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