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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Síndrome do edifício doente provoca reações alérgicas e doenças pulmonares

Edifícios com pouca circulação de ar e manutenção inadequada podem causar complicações alérgicas e de pele

Reações alérgicas ou problemas pulmonares podem ser resultado, entre outras causas, de uma síndrome chamada de "edifício doente". Ela ocorre quando há falta de manutenção em prédios que acumulam problemas como umidade, falta de iluminação e manutenção no ar-condicionado, mofo e poeira. Especialistas reconhecem o problema quando 20% dos moradores apresentam sintomas de doenças alérgicas e pulmonares que melhoram quando são afastadas do local. A síndrome é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde a década de 1980.

Para a dermatologista Cimone Bonfanti, o ambiente que não tem ventilação adequada, por exemplo, faz com que haja uma proliferação de bactérias, vírus, fungos e microácaros.

— Os edifícios doentes podem provocar alguns sintomas específicos, como irritação no olhos, nariz e garganta, sensação de mucosas ou pele ressecada e com vermelhidão, fadiga mental, dores de cabeça, tosse e rouquidão frequentes, respiração do tipo asmática, coceira na garganta ou pelo corpo, nervosismo, náusea e tontura — lista Cimone.

Poluentes atmosféricos internos, como fumaça de cigarros e produtos químicos para higiene e limpeza, também podem levar a respostas alérgicas ou infecciosas. Conforme a alergista e consultora científica Renata Rodrigues Cocco, uma dica para amenizar os sintomas é manter as vias aéreas livres de impurezas.

— Recomenda-se limpeza nasal, cerca de quatro vezes ao dia, com solução fisiológica. Além disso, em ambientes em que o ar-condicionado provoca ressecamento da mucosa, a hidratação nasal tem o objetivo de umidificar e conferir aos microcílios nasais pleno poder de defesa — diz Renata.

Em alguns casos, os moradores precisam faltar ao trabalho para se tratar. O otorrinolaringologista Roberto Campos Meirelles explica que há outros fatores associados à síndrome, como por exemplo a elevação da taxa de absenteísmo (quando o trabalhador falta ao trabalho) e a redução da produtividade e da qualidade de vida do funcionário, diante de sua exposição a um ambiente inadequado à ocupação.

— Dessa forma, a qualidade do ar de ambientes interiores assumiu importante papel, não só em questões relativas à saúde pública, como também no que diz respeito à ocupacional — completa Meirelles.

A doença tem sido associada ao tipo e uso das estruturas que as pessoas ocupam e seus costumes. De acordo com a presidente do departamento de otorrinolaringologia da Associação Paulista de Medicina, Fátima Abreu Alves, é importante destacar que na profissão de otorrino é necessário investigar as causas que desencadearam a alergia. Para isso é necessário que o médico converse com o paciente em quais condições vivem.

— Além de remédios, às vezes é necessário que se mude algumas coisas dentro de casa, como o cuidado com a limpeza, cortinas e tapetes — explica Fátima.

Confira algumas dicas de especialistas para manter o prédio em dia:

:: Cristina Mioranza, arquiteta: A manutenção é fundamental. A pintura externa, por exemplo, deve ser feita de três a cinco anos no máximo. Também é importante observar o aparecimento de fissuras externas, pois o prédio sofre com os contrastes violentos de temperaturas e intempéries da nossa região.

:: Fernanda Ballardin Spiandorello, engenheira química do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae): A limpeza de caixa d’água é recomendada de seis em seis meses ou sempre que seja detectada alguma alteração. Porém, é importante que seja feita uma inspeção com maior frequência para averiguar se não há rachaduras e infiltrações no reservatório. Se não estiver de acordo pode haver contaminação, larvas de mosquito e até bichos mortos.

:: Gabriele Sacchet, chefe do gabinete da secretaria municipal da Saúde: Em caso de condomínios, só cabe à Vigilância Ambiental a verificação dos certificados de limpeza de caixa d’água, que deve ser realizada anualmente, por empresa especializada, que possua alvará de saúde vigente. Esses certificados devem ser entregues à Vigilância. Em casos de infestação de ratos, baratas, (vale lembrar que pode ocorrer em prédios novos e velhos), a Vigilância Ambiental, quando solicitada, faz a vistoria e instrui os moradores quanto às providências a serem tomadas.

Fonte Zero Hora

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