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domingo, 22 de fevereiro de 2015

Santa Casa deve dividir gestão com o governo

Tiago Queiroz / Estadão Conteúdo
Santa Casa de São Paulo
Proposta da Promotoria tem apoio de autoridades. Conselho da entidade se reúne na quarta
 
Com déficit financeiro superior a R$ 400 milhões, a Santa Casa de São Paulo deverá ter de dividir a gestão do complexo hospitalar com representantes dos governos federal, estadual e municipal.
 
A proposta foi feita pelos Ministérios Públicos Federal, Estadual e do Trabalho e já tem o apoio das autoridades governamentais.
 
Resta agora a direção da Santa Casa aceitar a participação do governo na administração, o que deverá ser definido na próxima quarta-feira (25), quando a Mesa Administrativa da entidade se reúne.
 
Em nota, a Santa Casa já adiantou que "vê com bons olhos" a iniciativa, mas que depende da aceitação da mesa para oficializar a medida.
 
A participação do governo na administração da instituição se daria por meio de um conselho de acompanhamento da gestão, que contaria com representantes do Ministério da Saúde, das Secretarias Estadual e Municipal da Saúde e do Programa de Estudos Avançados em Administração Hospitalar, vinculado ao Hospital das Clínicas.
 
A Santa Casa teria de informar as providências adotadas na recuperação da entidade em reuniões semanais realizadas durante um período de seis meses.
 
Única saída
Para o promotor Arthur Pinto Filho, do MPE, responsável pelo inquérito sobre a crise na Santa Casa, a participação do governo na gestão do complexo é a única forma de recuperar as finanças da entidade.
 
— Hoje, a Santa Casa não tem meios próprios para sair do buraco sozinha. E no mês passado, ela perdeu a CND [Certidão Negativa de Débitos]. Com isso, não pode mais ter contratos de repasses com o poder público.
 
A Santa Casa confirmou a informação e disse que a perda do documento se deu por conta de impostos não recolhidos pela administração anterior da entidade, que foi destituída em setembro do ano passado.
 
A atual gestão disse que está tentando regularizar a situação.
 
Caso a proposta de interferência na gestão seja aceita pela Santa Casa, o conselho de acompanhamento supervisionaria três reformas necessárias para a recuperação financeira da entidade: mudança no estatuto da Santa Casa, alterações no sistema de gestão e reforma administrativa.
 
Entre as medidas previstas nas reformas estão a criação de um portal da transparência, revisão dos quadros profissionais e nomeação de um negociador de contratos da entidade, entre outras.
 
Estadão

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