Tirar amígdalas já foi uma espécie de "moda". Até os anos 1960, bastavam duas infecções de garganta para operá-las. Ou nem isso: muita gente já fazia a cirurgia para prevenir infecções.
"Naquela época, havia menos opções de antibióticos, e as amigdalites podiam causar complicações, como febre reumática. Por isso, achavam melhor tirar", diz o otorrinolaringologista Fabrizio Romano, do hospital Sabará.
Os antibióticos melhoraram e a tendência se inverteu. A moda passou a ser não operar, mesmo crianças que tinham múltiplas infecções.
"As pessoas acreditavam que a amígdala tinha uma importância enorme na defesa do organismo e que a operação traria muito prejuízo em termos de imunidade."
Difundiu-se a ideia de que a retirada das amígdalas faria com que as infecções atingissem partes mais baixas do sistema respiratório, como laringe e pulmões.
"É mito. O órgão tem um papel na imunidade, mas não a ponto de ser indispensável", afirma Romano.
Hoje, chegamos ao meio-termo. "Não vamos tirar um pedaço de uma pessoa se isso não vai trazer benefícios, mas há casos em que a indicação é precisa."
É o caso dos distúrbios do sono, como ronco e apneia, diz o otorrinolaringologista Raimar Weber, do hospital Edmundo Vasconcelos.
Outras indicações são a ocorrência de mais de quatro amigdalites por ano, infecções de ouvido crônicas e sinusites persistentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário