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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Pobreza pode prejudicar desenvolvimento cerebral das crianças, diz estudo

Veja.com / Getty Images
As regiões mais afetadas seriam aquelas que apoiam a linguagem, leitura, memória, tomada de decisões e habilidades espaciais
 
Um estudo publicado no periódico Nature Neuroscience nesta segunda-feira revela uma forte associação entre a renda e a educação dos familiares e o desenvolvimento cerebral das crianças. De acordo com os resultados, filhos de pais mais ricos e mais instruídos têm cérebros maiores e mais habilidades cognitivas do que crianças mais pobres.
 
Pesquisadores de nove universidades americanas estudaram 1 100 pessoas com idades entre três e vinte anos. Os resultados atestam uma forte correlação entre a renda familiar e o tamanho da área cerebral responsável pelo aprendizado. Para chegar a esse resultado, os cientistas analisaram ressonâncias magnéticas do cérebro e resultados de testes cognitivos dos participantes e relacionaram esses exames a sua situação econômica.
 
Desenvolvimento cerebral
A ressonância mostrou que o cérebro das crianças cujas famílias tinham uma renda menor que 25.000 dólares por ano é cerca de 6% menor, em área da superfície, do que de crianças cujas famílias têm uma renda anual de 150.000 dólares. As regiões mais afetadas foram aquelas responsáveis pela linguagem, leitura, memória, tomada de decisões e habilidades espaciais.
 
Após eliminar fatores como estrutura do cérebro e ascendência genética, os cientistas atribuíram essa diferença no tamanho da superfície cerebral a fatores diretamente influenciados pela renda, como melhor alimentação adequada, cuidados com a saúde, qualidade do ambiente escolar e outros fatores externos conhecidos por desempenharem um importante papel no desenvolvimento cerebral.
 
A boa notícia é que, ao melhorar o ambiente de uma criança de renda mais baixa, pode-se diminuir e até mesmo eliminar essa desvantagem, permitindo que o cérebro se desenvolva plenamente.
 
Simples soluções como melhor a qualidade da merenda escolar, motivação no ensino e programas comunitários direcionados para as crianças enriquecem o ambiente de desenvolvimento e ajudam as conexões cerebrais.
 
Veja

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