Elas têm duas ou até três vezes mais chances de apresentar o problema
Mulheres que ficam sentadas por longos períodos regularmente têm de duas a três vezes mais riscos de desenvolver coágulos no pulmão que podem levar à morte, é o que mostra um novo estudo americano.
Segundo os pesquisadores, este é o primeiro estudo a provar que o sedentarismo aumenta o risco de desenvolver embolia pulmonar, que ocorre quando um coágulo formado nas veias das pernas se desloca através da corrente sanguínea, chegando aos pulmões.
Dificuldade súbita de respirar, dores agudas no peito e tosse com presença de sangue são alguns dos sintomas da embolia pulmonar, além de transpiração excessiva, desmaios e pulso fraco.
Participaram do novo estudo 69.950 enfermeiras que foram acompanhadas durante 18 anos, fornecendo detalhes sobre hábitos de estilo de vida a cada dois anos. Aquelas que passavam grande parte do tempo sentadas (mais de 41 horas semanais, fora do horário de trabalho) se mostraram duas vezes mais propensas a desenvolver embolia pulmonar do que as que ficavam sentadas por menos de 10 horas semanais, fora do horário de trabalho.
Os pesquisadores observaram que a relação entre os níveis de atividades físicas e o risco de embolia pulmonar se manteve conclusivo mesmo depois da contabilização de alguns fatores - como idade, tabagismo e índice de massa corporal (medida baseada no peso e na altura do indivíduo).
O sedentarismo também foi associado à hipertensão e a problemas cardíacos, o que sugere que a inatividade física pode ser um dos mecanismos ocultos que conectam doenças arteriais e doenças venosas.
Campanhas de saúde pública que estimulem as atividades físicas poderiam reduzir a incidência de embolia pulmonar, concluiu o Dr. Christopher Kabrhel, médico do departamento de emergências do Massachusetts General Hospital e autor do estudo. O estudo foi publicado no dia 4 de junho no site do hospital americano.
“Os resultados reforçam a noção de que o sedentarismo prolongado aumenta o risco de tromboembolismo venoso (embolia pulmonar ou trombose venosa profunda), mostrando também como o mesmo ocorre em nossa vida diária”, disse James Douketis, diretor de medicina vascular da McMaster University, de Ontário, e um dos autores de um editorial referente ao estudo.
Os autores do editorial ressaltam que, apesar do risco ser pequeno – equivalente a sete casos extras a cada 10.000 pessoas-anos – os resultados poderiam ter conseqüências importantes na saúde pública.
“O estudo oferece evidências adicionais que comprovam o que já havíamos observado em outros contextos”, disse Furqan Tejani, diretor de departamento de exames cardiovasculares avançados por imagem do State University of New York Downstate Medical Center.
“Um exemplo são os atletas olímpicos que realizaram viagens entre a Europa e a Austrália - foi constatado entre eles um numero maior de casos de trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Recentemente, a tenista Serena Williams apresentou embolia pulmonar”, ressaltou Tejani.
O especialista complementa: “Ainda não está clara a relação entre a doença e estes dois fatores de risco – viagens e permanecer sentado por longos períodos. Mas, devido às crescentes evidências, recomenda-se tomar um comprimido de aspirina infantil antes de viagens longas, com mais de 8 horas de duração. É claro que, durante o vôo, é recomendado levantar-se e caminhar pelo corredor do avião regularmente, além da prática de alguns exercícios musculares para as panturrilhas”.
Fonte IG
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