A Gilead Sciences, um dos principais fabricantes de drogas contra o HIV, dividirá os direitos de propriedade intelectual de seus medicamentos em um pool de patentes destinado a tornar os tratamentos mais acessíveis aos pobres.
O grupo com sede na Califórnia concordou com a produção de quatro drogas genéricas por outras companhias, cujo preço final seria mais em conta.
Esta é a primeira indústria farmacêutica a entrar no novo Pool de Patentes de Medicamentos, um braço das Nações Unidas que reúne fundos para o combate à Aids e do qual fazem parte 29 países. Agora os organizadores esperam que outros fabricantes se unam à iniciativa.
Cerca de 33 milhões de pessoas em todo o mundo têm HIV (vírus da imunodeficiência humana), que causa a Aids. A maioria vive na África e na Ásia, onde os medicamentos têm de ser muito baratos para permitir o tratamento.
A diretora-executiva do pool, Ellen't Hoen, disse à agência de notícias Reuters que está negociando os termos para acordos similares com a ViiV Healthcare --joint venture da GlaxoSmithKline e da Pfizer--, com a Bristol-Myers Squibb, com a Roche, a Boehringer Ingelheim e a Sequoia Pharmaceuticals.
PASSAGENS AÉREAS
O Pool de Patentes de Medicamentos é financiado por uma taxa que incide sobre as passagens aéreas do Chile, França, Coreia do Sul, Mali e Níger.
O fundo adota um sistema para que detentores de patentes liberem tecnologia a fabricantes de genéricos em troca de royalties modestos.
No caso da Gilead, o acordo permite a produção de cópias genéricas do tenofovir, emtricitabine, cobicistat e elvitegravir, assim como a combinação desses produtos em única pílula para combater o HIV, conhecida como Quad.
O cobicistat, o elvitegravir e o Quad ainda estão em desenvolvimento clínico e a inclusão deles no acordo deve acelerar o fluxo de novos tratamentos nos países pobres.
Fonte Folhaonline
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