A médica Maria Helena Rosa (à esq.) à saída do tribunal |
Os pais das duas crianças que sofreram queimaduras graves na sequência de uma troca de medicamentos no Hospital Garcia de Orta, em Almada, desistiram da queixa contra a médica e a técnica de audiologia, acusadas pelo Ministério Público de ofensa à integridade física por negligência e ofensa à integridade física grave. Após ano e meio, as partes chegaram a acordo quanto ao valor da indemnização e o processo foi arquivado.
A 17 de Junho, recorde-se, duas crianças, de 18 meses e de três anos, sofreram queimaduras nos intestinos depois de lhes ter sido administrado ácido em vez de sedativo durante a realização de um exame de diagnóstico no serviço de Otorrinolaringologia. Uma das crianças, a mais velha, sofreu ainda lesões no estômago, traqueia e esófago.
Recusando-se a revelar o valor da indemnização, o presidente do Conselho de Administração, Daniel Ferro, diz tratar--se de um valor "justo". Reafirmou também que o hospital se compromete a assistir as crianças em caso de complicação do estado clínico. A directora clínica, Ana França, reiterou a confiança da administração nas duas profissionais envolvidas na troca de medicamentos: a médica Maria Helena Rosa e a técnica Maria Morgado. "Não há razão para duvidar da capacidade profissional da médica e da técnica, são merecedoras de todo o respeito pela exactidão das suas funções", disse.
Em tribunal, a 3 de Outubro, as arguidas admitiram que não olharam para o rótulo. Situação que, diz Ana França, se deve à "automatização dos processos".
Para Samuel Lima, pai do Simão, agora com 4 anos, o processo teria continuado. "Temos consciência do estado da Justiça e da morosidade dos processos, isso levou-nos a optar pelo acordo", disse ao CM.
Fonte Correio da Manhã
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