Quase metade das crianças em idade pré-escolar tem alojada no nariz uma bactéria, responsável por vários tipos de infecções. Destas, 9% são portadoras de uma estirpe resistente a antibióticos, concluiu uma investigação da Universidade Católica.
“A situação não é de alarme, mas de alerta”, adverte Paula Teixeira, investigadora da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, no Porto. As conclusões, retiradas da análise a 296 crianças de quatro infantários da Área Metropolitana do Porto, servem sobretudo de aviso para as condições de higiene nas creches e nos jardins-de-infância, onde a maioria das crianças portuguesas passa os dias.
O estudo concluiu que 49% dos alunos de quatro estabelecimentos de ensino eram portadores saudáveis da bactéria Staphylococcus aureus (S. aureus), percentagem que não é preocupante, visto existirem cerca de 40% de adultos saudáveis que alojam a bactéria durante toda a vida, sem que manifestem sintomas.
A S. aureus é uma bactéria patogénica associada a vários tipos de infecção, de gravidade variável, que pode manifestar-se como numa infecção de pele ou, nos casos mais graves, como pneumonia e septicemia.
Os dados mais preocupantes resultantes do estudo, que Paula Teixeira deseja alargar a uma amostra maior, são os 9% de crianças portadoras desta mesma bactéria, mas um tipo resistente aos antibióticos, no caso a metilina.
“Agora, é necessário alargar a amostra e fazer um trabalho mais estruturado, relacionando com as práticas dos infantários”, explicou a investigadora ao JN.
A lavagem das mãos com frequência e sempre depois de assoar o nariz a uma criança, não partilhar lenços, nem guardá-los nos bolsos depois de usados são algumas das regras que todas as escolas devem instituir. É também aconselhável lavar e desinfectar frequentemente os brinquedos e arejar bem os espaços.
Fonte Diário de Notícias
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