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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Mobile Health não tem aplicação apenas em países ricos

Por Luiz Tizatto*
 
mHealth deixou de ser uma tendência para tornar-se parte do dia-a-dia dos sistemas de saúde mundiais. O Connected World Forum, em Dubai, mostrou experiências de países como Afeganistão e Paquistão
 
O acesso a saúde tem mudado significativamente nos últimos anos. Com o advento da internet pacientes passaram a questionar médicos sobre tratamentos mais recentes, ao buscarem informações sobre suas moléstias e muitas vezes tratamentos alternativos ou duvidosos, no mar de informações existentes.
 
Recentemente o acesso a saúde através de dispositivos móveis, ou mHealth tem revolucionado os sistemas de saúde tanto de países ricos quando de países pobres. Em recente conferência de mobile health, o Connected World Forum, em Dubai, onde estavam presentes representantes dos 5 continentes trocando experiências e resultados, ficou claro que mHealth deixou de ser uma tendência para tornar-se parte do dia-a-dia dos sistemas de saúde mundiais.


Na Áustria

Um exemplo importante foi o da Orange, companhia telefônica baseada na Áustria que apresentou dados do seu programa de mHealth. Iniciado há cinco anos, através do Dr. Jürgen Pillinger, o programa demonstrou que as pessoas têm uma tendência a mascarar seu real estado de saúde, minimizando os resultados das aferições de diabetes, o que causa implicações na escolha do tratamento médico. Comprovadamente, os dados aferidos por monitores de glicemia conectados a internet, eram diferentes dos anotados pelos mesmos pacientes e passados a seus médicos assistentes.
 
Com o uso de monitores de pressão que, também passaram a ser conectados a internet, através de um aparelho celular, foi possível ao longo de 4 semanas reduzir as pressões arteriais médias acima do padrão para o padrão aceitável mundialmente: os pacientes com acesso a suas medições em forma de gráficos, em seus dispositivos móveis como tablets ou celulares, puderam contar com um monitoramento que funcionou como um feedback positivo –os paciente percebem que estão acima dos limites preconizados e começam a seguir o tratamento médico, ou ainda, procuram auxílio para readequá-los quando necessário.
 
No Afeganistão
Mobile Health não tem aplicação apenas em países ricos através de tecnologias avançadas e de custo significativo. O Dr. Husnia Sadat, do Afeganistão, representante do Ministério da Saúde, mostrou um programa simples e de baixo custo destinado a gestantes. Devido à enorme pobreza que existe no país, e os constantes conflitos armados, o acesso a saúde e hospitais tornam-se extremamente complicados e grande parte dos partos são feitos por parteiras sem o auxilio médico. Dessa forma, morrem cerca de 40 mil pessoas, na África, entre gestantes e bebês, por complicações na gravidez ou no parto. O programa criado faz a simples comunicação das gestante com os hospitais e médicos, que acompanham através de ligações de aparelhos móveis os sinais da gravidez, número de contrações e orientam as parteiras e futuras mães; caso exista alguma complicação acionam um táxi comum (no país não existe SAMU), e este vai até o local e remove a mãe para um maternidade. Obviamente esse não é a melhor maneira de acesso a saúde mas reduziu drasticamente o número de mortes no país.

No Paquistão
É interessante observar o caso de países em desenvolvimento como Paquistão que utilizam um call center operado por médicos e enfermeiros com o objetivo de oferecer um auxílio a pacientes de zonas rurais com dificuldade de acesso a saúde. O serviço orienta um fluxo consciente da população sobre a necessidade da procura imediata de um médico e ainda tira duvidas simples sobre medicações, dosagens e interações medicamentosas. Também em Dubai existe um serviço semelhante: é oferecido um check up anual em um clínica selecionada pela operadora do serviço.
 
Uma outra mostra das vantagens do mHealth foi dada pelo diretor executivo da Continua Health Aliance, Chuck Parker, baseado nos USA. Ele apresentou formas simples e eficazes de auxiliar pacientes, como o Text 4 babies que oferece dicas para mães de primeira viagem e um programa oferecido pelos laboratórios para verificar a autenticidade das medicações. Mais uma vez reafirma as bases da Continua Health Aliance, cujo principal propósito é reunir os mais importantes players da área de telemedicina e tornar todo sistema simples e interoperável .
 
*Dr. Luiz Tizatto é CEO da Unit Care Saúde, empresa especializada em homecare e telemedicina
 
Fonte SaudeWeb

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