Método utiliza proteína do DNA e é capaz de fabricar doses em apenas seis
semanas
Uma vacina experimental que tem como base uma molécula ligada ao DNA pode se
tornar no futuro a fonte de uma maneira mais rápida de produzir doses para
controlar a gripe, aponta uma pesquisa de cientistas alemães que já testam a
vacina em animais.
Caso a vacina também funcione em humanos, a nova técnica pode fazer com que
doses comerciais sejam produzidas em questão de semanas. Atualmente, a produção
pode durar meses.
A produção rápida de vacinas é crucial para o combate à gripe,
particularmente durante pandemias e surtos, quando a autoridades e os
laboratórios se desdobram para manter os estoques em alta.
O processo de fabricação de vacinas contra a gripe é tradicionalmente feito
em ovos de galinha, de forma demorada. Mais recentemente algumas empresas, como
a Novartis, começaram a usar células animais para o processo. Qualquer que seja
o método, porém, ainda há o envolvimento do cultivo do vírus, o que pode
resultar em "safras" variáveis e atrasos na produção.
A nova vacina, desenvolvida pelo Instituto Friedrich-Loeffler, é produzida
por um método mais eficiente. Ela é feita somente por um RNA mensageiro, uma
molécula que carrega informação dizendo para as células quais proteínas devem
fabricar. "A única coisa que precisamos é a sequência dos genes relevantes. É
uma nova opção e não demora para ficar pronta", conta Lothar Stitz, um dos
criadores da nova vacina.
A equipe vacinou ratos, furões e porcos e descobriu que a resposta do sistema
imunológico foi similar ou até melhor que a detectada nas vacinas convencionais.
As doses ainda se mostraram mais eficazes em animais muito jovens ou muito
velhos, o que é considerado um problema nas vacina atuais quando aplicadas em
idosos ou crianças.
Os resultados da pesquisa foram publicados no jornal científico Nature
Biotechnology após os cientistas calcularem que as vacinas - que não
precisam ser refrigeradas - poderiam ser produzidas em um período variável de
seis a oito semanas. Vacinas produzidas por meio de ovos de galinhas demoram até
seis meses para ficar prontas, enquanto as de cultura de células levam de oito a
dez semanas.
Fonte Estadão
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