Plan B é uma das pílulas do dia seguinte
mais usadas nos Estados Unidos
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A Academia Americana de Pediatria (AAP) fez uma apelo nesta segunda-feira,
26, para que todos os pediatras dos Estados Unidos aconselhem suas pacientes
sobre métodos contraceptivos de emergência e, se possível, prescrevam pílulas do
dia seguinte para meninas com idade inferior a 17 anos.
A lei federal americana proíbe a venda dessas pílulas para menores que não
tenham indicação médica para usá-las e por isso ter a receita em mãos pode
ajudar as adolescentes a buscar métodos contraceptivos de emergência mais
rapidamente. Do contrário, deverão consultar um médico e só então conseguir
autorização, o que pode ser tarde demais.
Susan Wood, ex-comissária-assistente para a saúde da mulher na Administração
de Medicamentos e Alimentos (FDA, na sigla em inglês), órgão que regula produtos
destes ramos nos EUA, considerou a decisão "significativa" e disse que "não é
raro ver organizações médicas alertarem que seus pacientes ficariam melhor sem o
envolvimento de seus médicos" em algumas situações.
É difícil prever se os médicos vão seguir as orientações, mas a APP se mostra
confiante. "Esperamos que os pediatras leiam o boletim e sigam as recomendações.
A Academia se orgulha de ter membros leais", disse Cora Breuner, pediatra do
Hospital Pediátrico de Seattle.
O uso de métodos contraceptivos de emergência tem sido um dos assuntos mais
debatidos na área da saúde pública dos Estados Unidos nas últimas décadas. Em
2005, a FDA não autorizou a venda da Plan B, uma pílula do dia seguinte no
balcão das drogarias. Em dezembro do ano passado, a decisão foi revertida e a
venda foi liberada. Mas a secretária de Serviçs de Saúde, Kathleen Sebelius,
revogou a ordem e desde então a venda para adolescentes com menos de 17 anos é
feita somente mediante apresentação de receita médica.
Com a política, todas as mulheres precisam provar suas idades antes de
comprar o medicamento. Além disso, as adolescentes "enfrentam barreiras
significantes se, por exemplo, precisarem de um contraceptivo de emergência à
meia-noite de um sábado", disse Susan, que deixou a FDA na ocasião da proibição
da venda desses remédios para menores.
Nos Estados Unidos, as pílulas do dia seguinte custam entre US$ 10 e US$ 80 e
podem ser tomadas até 120 horas depois da relação sexual para evitar a gravidez,
embora sejam mais efetivas se tomadas nas primeiras 24 horas. Elas funcionam ao
prevenir a ovulação, não ao paralisar a implantação de um óvulo fertilizado.
"Não são abortivas", explica Susan.
Fonte Estadão
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