Emoções positivas são boas para a saúde física e mental, além de contribuir para uma maior socialização e criatividade no dia a dia. Mas os bipolares podem ter problemas com isso, afinal na montanha russa emocional que vivem, o caminho até o topo pode ser indicativo de problemas.
Como se sabe o transtorno bipolar é caracterizado por extremos que vão da alegria extrema, ou fase de mania, até a depressão, ou hipomania. Quando na fase crescente positiva, os bipolares se sentem com muita energia, autoconfiantes, mas podem perder o sono. Isso pode até parecer positivo – eles “rendem” mais dia e noite – mas também acabam correndo mais riscos (físicos ou mesmo financeiros) e impactam os relacionamentos amorosos com frequência (não é todo mundo que acompanha seu ritmo).
“Ver nas emoções positivas algo ruim só é válido para os indivíduos com bipolaridade. A maioria dos transtornos é justamente caracterizado por emoções negativas – como a depressão e ansiedade – mas na bipolaridade o excesso de alegria e felicidade traz impactos negativos”, explica June Gruber, pesquisador da Universidade de Yale, nos EUA, e autor da pesquisa publicada no periódico Current Directions in Psychological Science.
De acordo com o pesquisador mesmo quando o transtorno está em remissão – controlado graças a algum tratamento ou naturalmente “adormecido” – os bipolares costumam ser mais positivos, mesmo face a situações muito ruins, como problemas afetivos ou familiares.
“Parece uma ideia estranha, mas eventualmente a resposta a uma situação deveria ser negativa. Bipolares podem, com isso, perder a empatia. Eles vêm pessoas com rostos tristes e não conseguem identificar as emoções ou perigo por trás daquilo”, diz o autor.
A descoberta serve especialmente para identificar pessoas que não foram diagnosticadas com o transtorno bipolar. “Quando as emoções positivas persistem mesmo em situações negativas ou neutras há uma maior possibilidade de estarmos lidando com um potencial bipolar”, explica.
Além de tudo isso os traços de bipolaridade também estão associados a maior sentimentos de orgulho. Além disso as emoções ligadas ao amor ou compaixão também ficam comprometidas. “Diversas pesquisas atentam ao fato de que a bipolaridade faz com que essas pessoas se sintam muito ambiciosas repentinamente, projetem metas pessoais ou profissionais acima de suas habilidades e mesmo tenham algum tipo de característica que as façam se sentir muito mais especiais que as pessoas ao seu redor”, detalha Gruber.
“Emoções moderadas, e que sejam associadas de forma mais próxima da resposta ideal dentro de um determinado contexto – ficar triste com a morte de alguém próximo ou se solidarizar com outras pessoas em situações difíceis – é algo associado a um menor risco de transtornos mentais. No caso da bipolaridade, ou do risco para o transtorno, a alegria extrema é um indicativo cada vez mais claro do problema”, finaliza o autor.
Fonte O que eu tenho
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