Para especialista, a fase de fusões e aquisições caracterizam uma estabilização de mercado. Os produtos tendem a comoditização e os clientes passam a ter um nível mais alto de conhecimento
Mais do que fatos isolados, a aquisição da Wheb pela Philips e da WPD pela Agfa Healthcare, são indicadores de um momento importante no mercado de aplicações hospitalares, notoriamente HIS (Hospital Information System) e soluções de ERP hospitalares.
Um momento de consolidação que pode ser contextualizado na curva de maturidade que, da mesma forma que nos casos de produtos, podem ser extrapoladas para os mercados.
Esta fase de fusões e aquisições caracterizam o início de uma fase de estabilização de mercado, ou seja, após um período de crescimento acelerado, onde vários players entram em cena e os produtos são demandados pelos próprios clientes, o mercado tende a consolidar-se.
Na fase de estabilização, a demanda sofre uma retração o que faz com que diminua o número de players. Isso se dá pelo fato de que muitos concorrentes passam a disputar os mesmos negócios e, normalmente, aqueles que são mais fortes acabam ganhando o negócio.
Ou seja, apesar de que o faturamento geral do mercado possa até diminuir, as empresas mais fortes continuam crescendo pela concentração decorrente deste momento.
Poderia ilustrar este momento com a velha frase “only the strongs will survive”.
Os produtos, por sua vez, tendem a comoditização e os clientes passam a ter um nível mais alto de conhecimento e, portanto, de exigência.
Um mercado mais maduro é sempre mais exigente.
Exigente em qualidade e modelo de negócios fazendo com que as empresas busquem construir ofertas com cada vez mais valor agregado.
Existem diversos fatores que fazem com grandes fabricantes integrem soluções de HIS ou ERP em ambientes hospitalares. Por exemplo, a oferta integrada de equipamentos e software pode ser um elemento diferenciador frente a concorrência.
Outro exemplo é a possibilidade de dissolver um investimento importante na aquisição destes sistemas nos financiamentos de longo prazo que costumam acompanhar a venda de equipamentos médicos de alto custo.
No entanto, mais do que falar sobre alguns benefícios ou estratégias associadas a estas aquisições, o importante é destacar que o mercado está dando claros sinais deste momento de estabilização.
Tanto sob o ponto de vista dos fornecedores, como dos clientes, este fato tem impactos concretos que precisam ser tratados com o devido cuidado. Os períodos de teste de mercado, associado a uma certa tolerância associada com elementos inovadores, tem seus dias contados.
Posso destacar alguns pontos que merecem atenção:
Os clientes, precisam ter ferramentas objetivas de avaliação das ofertas de mercado nos âmbitos tecnológicos e operacionais, estudos de aderência das ferramentas que respeitem o perfil assistencial dos hospitais, e cultura, entre outros.
Também precisam assegurar um trabalho de ajuste organizacional para implantação destes sistemas de informação, ou seja, não dá para informatizar o caos organizacional e processual que acomete muitos hospitais.
Os fornecedores, por sua vez, precisam entender cada vez mais do “negócio” de seus clientes, adequando suas ferramentas aos diferentes tipos e portes de unidade, além de buscar novas modalidades de comercialização.
O controle de qualidade das implantações dos sistemas de informação devem ser cada vez mais rigorosos e buscando dar respostas concretas às demandas assistenciais. Ou seja, sem impacto prático e relevante, os sistemas de informação perdem seu sentido.
Outro ponto importante é a adoção de modelos se SLA (Service Level Agreement), que possam servir de parâmetro objetivo para regular a relação entre clientes e fornecedores.
Não pretendo esgotar um assunto tão abrangente e complexo em poucas linhas mas, apenas chamar a atenção para a inegável transformação que este mercado está vivendo.
Uma coisa é certa, não observar estes sinais é colocar-se a margem do processo.
Fonte SaudeWeb
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