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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Fumante sabe dos riscos, mas não acredita que vá ter câncer

Pesquisa sobre como pacientes com câncer de pulmão enxergam a doença aponta desinformação e crenças irreais sobre o problema

Entre os pacientes diagnosticados com câncer de pulmão, 90% apontam o cigarro como um dos fatores relacionados à doença. No entanto, 83% acreditavam que não iriam desenvolvê-la, mesmo fumando.

Os dados aparecem na pesquisa “Câncer de Pulmão: a visão dos pacientes”, realizada pelo Instituto Ipsos e patrocinado pela empresa farmacêutica Pfizer. Foram entrevistados 201 pacientes, de seis diferentes capitais do País.

Entre os motivos apontados para justificar a crença de que não teriam câncer, estão a ideia de que uma vida saudável e não ter parentes com a doença seriam uma espécie de proteção.

“É uma visão errada. Câncer de pulmão não é hereditário, não está relacionado à alimentação, nem ao sedentarismo, nem ao estresse e nem à carga emocional de cada um”, afirma Artur Katz, oncologista do Hospital Sírio-Libanês.

Os números da pesquisa confirmam a percepção falha sobre a doença: 49% dos entrevistados acham que o câncer de pulmão aparece por fatores hereditários, 36% acreditam que a doença está ligada a sentimentos negativos como mágoa ou tristeza e 33% associam ao consumo de álcool e ao estresse.

“A pesquisa mostrou também que 84% deles afirmaram saber pouco sobre o assunto antes de receber o diagnóstico”, ressaltou o oncologista.

Diagnóstico difícil, evolução rápida
Em comparação com os tipos de câncer mais incidentes na população masculina e feminina, o câncer de pulmão aparece em segundo lugar. A relação é de um caso para cada três de próstata e um para cada cinco de mama, respectivamente.

As principais diferenças da doença pulmonar, no entanto, estão na agressividade e na rapidez com que ele evolui e mata.

“Ele é seis vezes mais letal do que o câncer de próstata e quatro vezes mais do que o de mama”, afirma Katz. Fato confirmado pelos números do Instituto Nacional do Câncer (Inca) de novos casos da doença (27.630) e de óbitos (20.621).

Outro problema é a dificuldade do diagnóstico precoce. Quando os sintomas como tosse, escarro com sangue, falta de ar e de disposição aparecem, o câncer, em geral, já está em estágio avançado. Dos pacientes entrevistados na pesquisa, 75% estavam nessa fase. O tratamento é cirúrgico nos casos iniciais – e raros – e quimioterápico nos avançados – a maioria. O prognóstico mais otimista é de cinco anos de sobrevida e apenas 15% das pessoas chegam a esse número.

Também não existe um padrão preventivo estabelecido. “Não há estratégia. Não podemos recomendar a realização de raios-X ou tomografias regularmente e existe o risco de submeter o paciente a uma cirurgia que depois pode se mostrar desnecessária. O melhor é o tratamento contra o tabagismo. O melhor é não fumar”, afirma o oncologista.

Informação = prevenção
No Brasil, atualmente 15% da população é fumante, segundo dados da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde. Para o especialista, a palavra chave é política pública de prevenção ao tabagismo.

“As pessoas precisam de esclarecimento. Fotos no cigarro não surtem efeito, estratégias assim não produzem resultado, temos de evitar que as pessoas comecem a fumar. Precisamos levar informação às escolas primárias, temos de ter foco no adolescente. Estudos mostram que quem não começou a fumar antes dos 18 anos, dificilmente vai fazê-lo”, alerta Katz.

Só neste ano, o cigarro deve matar quase 6 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O número representa uma morte a cada seis segundos.

Fonte IG

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