A empresa Crioestaminal disponibiliza hoje nos mercados de Portugal, Espanha e Itália um inovador serviço de criopreservação do cordão umbilical, do qual são extraídas células estaminais para transplantação e que, no futuro, poderão tratar várias doenças.
É um serviço desenvolvido em parceria com uma empresa americana, e que, ao contrário de outros, permite ter as células estaminais mesenquimais extraídas do cordão umbilical prontas a serem utilizadas em caso de necessidade.
“É um método único a nível europeu que permite, com uma manipulação pequena, que as células estejam aptas para serem usadas em transplantação”, declarou à agência Lusa André Gomes, administrador executivo da empresa portuguesa instalada no Biocant Park, em Cantanhede.
Com este serviço a empresa, que já fatura anualmente cerca de 10 milhões de euros, espera aumentar em 20 por cento o volume de negócios, e fazer crescer significativamente os seus resultados naqueles dois mercados estrangeiros, que já representam um terço da atividade comercial.
A Crioestaminal foi criada em 2003 para se dedicar à criopreservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical dos recém-nascidos, mas avanços científicos evidenciaram que o próprio tecido do cordão umbilical é outra importante fonte de células estaminais.
“Lançar para o mercado um produto com células mesenquimais do tecido do cordão umbilical é uma vantagem, porque são células diferentes do sangue do cordão umbilical, e são de certa forma complementares, quer nas suas aplicações, quer como são obtidas e são processadas”, observa à agência Lusa André Gomes.
Trata-se de uma complementaridade – acrescenta – “sobretudo na aplicação”, dado que estas células “têm propriedades imunoreguladoras muito importantes na altura de um transplante de sangue do cordão umbilical ou de medula óssea”.
“Permitem aumentar a capacidade de sucesso deste tipo de transplantes. São utilizadas em conjunto com medula óssea ou sangue de cordão umbilical e asseguram melhores resultados nesse tipo de transplantes”, sublinha, acrescentando que o método utilizado tornam a Crioestaminal no único laboratório autorizado no mercado pela Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação (ASST).
Por outro lado, projetos de investigação indicam que as células estaminais mesenquimais têm potencial elevado para a regeneração celular em doenças como a diabetes, colite ulcerosa, cirrose hepática, cardiomiopatias ou esclerose múltipla.
Diferentemente do sangue do cordão umbilical para criopreservação, que é líquido, o processamento do tecido exige uma manipulação mecânica e biológica, ou enzimática, para separação das células mesenquimais.
Depois de recolhido, no momento do parto, o tecido do cordão umbilical é dissecado, para seleção de uma parte, depois macerado, seguidamente adicionada uma enzima e filtrado. Depois de ter as células células mesenquimais do tecido do cordão umbilical em líquido, são congeladas, e conservadas ficam prontas a serem utilizadas em transplantação.
“Na Europa, penso que temos uma grande vantagem pela metodologia que utilizamos”, afirma André Gomes, administrador executivo do grupo Crioestaminal, frisando que mesmo no atual contexto de crise internacional a sua empresa continua a estudar estratégias de expansão para outros mercados externos.
Fonte Destak
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