Rogerio da Silva/Agencia RBS
Jogos de computador ajudam a tratar depressão em idosos,
revela estudo
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Jogos de computador que estimulam o cérebro podem ser tão eficazes
quanto os medicamentos para tratar a depressão severa em alguns idosos, talvez de uma forma até melhor, segundo resultados de um estudo publicado nesta semana.
Um grupo de idosos de 60 a 89 anos, para o qual os remédios
antidepressivos não funcionavam, ficou mais ativo depois de quatro
semanas jogando games de computador, desenvolvidos para estimular a
atividade cerebral — escreveram os autores da pesquisa na revista Nature
Communications.
Os programas foram desenvolvidos para testar uma teoria de que o cérebro em processo de envelhecimento pode se regenerar por meio de exercícios intensos,
recuperando as funções perdidas de aprendizado e memória, e melhorando a
tomada de decisões, o que pode, por sua vez, aliviar a depressão.
Estudos anteriores tinham demonstrado que danos em algumas funções
intelectuais também provocam uma resposta pobre aos antidepressivos.
"Apesar dos avanços significativos, os tratamentos convencionais com
antidepressivos deixam muitos adultos idosos deprimidos e em sofrimento"
destacou o texto do estudo.
As medicações costumavam demorar a fazer efeito e os resultados eram
instáveis, com a remissão ocorrendo em apenas um terço das pessoas.
Uma equipe de especialistas dos Estados Unidos e da China colocaram
11 pessoas em um programa de treinamento de computação de quatro semanas
e testaram-nas para verificar melhorias nos níveis de depressão e da
função cerebral. Eles compararam os resultados aos de um grupo de 33
idosos de um estudo em separado, ao qual foi dado o antidepressivo
Escitalopram, apresentado sob as marcas Lexapro, ou Cipralex, no lugar
da terapia com computadores. Os resultados sugerem que os exercícios
cerebrais com o computador por quatro semanas foram tão eficazes em
reduzir os sintomas da depressão quanto o Escitalopram, apontam os
autores do estudo.
— De fato, 72% deles tiveram uma remissão completa da depressão —
disse a coautora do estudo, Sarah Morimoto, do Instituto de Psiquiatria
Geriátrica, em Nova York.
Além disso, segundo a investigação, o treinamento com o computador
"melhora as medições da função (cerebral) executiva mais do que o
Escitalopram". Entre as limitações do estudo estão a amostra pequena e a
ausência de um grupo de estudos comparativo - acrescentaram os
cientistas, ressaltando que seu trabalho exige investigações futuras.
AFP / Zero Hora
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