Minneapolis, EUA - Uma nova pesquisa sugere que pessoas mais velhas que
não receberam a quantidade suficiente de vitamina D podem ter o dobro de
chances de desenvolver demência e mal de Alzheimer. Publicado nesta
quarta-feira, no jornal "Neurology" da Academia Americana de Neurologia,
o estudo é considerado um dos maiores já realizados sobre o assunto.
O estudo analisou os níveis de vitamina D no sangue dos pacientes,
obtidos a partir de alimentos, suplementos e exposição ao sol. A
vitamina D é encontrada em peixes oleosos como o salmão, atum ou cavala,
além e leite, ovos e queijo, e sua síntese é feita pela exposição ao
sol.
- Esperávamos encontrar uma associação entre os baixos níveis
de vitamina D e o risco de demência e mal de Alzheimer, mas os
resultados foram surpreendentes: descobrimos que a relação era duas
vezes mais forte do que poderíamos esperar - disse o autor do estudo,
David J. Llewellyn, PhD da University of Exeter Medical School, no Reino
Unido.
Para o estudo, 1.658 pessoas com mais de 65 anos de idade
que estavam livres de demência tiveram seus níveis de vitamina D no
sangue testados. Após uma média de seis anos, 171 participantes
desenvolveram demência e 102 tiveram mal de Alzheimer.
O estudo
descobriu que as pessoas com baixos níveis de vitamina D tinham uma
propensão 53% maior em desenvolver demência, enquanto aqueles que eram
severamente deficientes corriam um risco 125% maior, em comparação a
participantes com níveis normais de vitamina D.
Além disso,
pessoas com níveis mais baixos de vitamina D eram quase 70% mais
propensas a desenvolver o mal de Alzheimer e, para aqueles que tinham
deficiência grave, as chances aumentavam 120%.
- Os ensaios
clínicos são agora necessários para determinar se a ingestão de
alimentos como peixes oleosos ou tomar suplementos de vitamina D pode
retardar ou mesmo prevenir o aparecimento da doença de Alzheimer e
demência. Precisamos ser cautelosos nesta fase inicial e os nossos
últimos resultados não demonstram que níveis baixos de vitamina D causem
demência. Dito isto, nossos resultados são muito encorajadores. Mesmo
se um pequeno número de pessoas pudesse se beneficiar, já teríamos
enormes implicações para a saúde pública, dada a natureza devastadora e
cara de demência - disse Llewellyn.
O Globo
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