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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Hospitais entram em crise com ebola e Libéria decreta estado de emergência

Reuters - Tickers: Voluntários carregam corpos em Kailahun
Foram registrados até agora 1.711 casos na África Ocidental; no total, vírus incurável já matou 932 pessoas, recorde histórico 

Os funcionários da área de saúde da África Ocidental fizeram um apelo por ajuda urgente para controlar o pior surto de ebola da história mundial - 932 já morreram -, nesta quarta-feira (6) . No mesmo dia, a presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, decretou estado de emergência por um período de 90 dias no país, onde um hospital em que vários agentes foram infectados teve de ser fechado.

"O governo e o povo da Libéria requerem medidas extraordinárias para a sobrevivência do nosso Estado e para a proteção das vidas do nosso povo", disse ela em comunicado oficial sobre o vírus, que no total teve 1.711 casos registrados em três países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

A epidemia de febre hemorrágica sobrecarregou os rudimentares sistemas de saúde pública e levou ao destacamento de tropas para impor quarentenas nas áreas mais atingidas, na região remota das fronteiras entre Guiné, Libéria e Serra Leoa, países em que os casos foram registrados.

A OMS relatou 45 novas mortes nos três dias desde 4 de agosto. Seus especialistas iniciaram uma reunião de emergência em Genebra para discutir se a epidemia constitui uma “Emergência de Saúde Pública de Gravidade Internacional” e avaliar novas medidas para detê-la, incluindo o possível uso de tratamentos com drogas experimentais.

"Este surto é inédito e está fora de controle", disse Walter Lorenzi, chefe da organização Médicos Sem Fronteiras em Serra Leoa. “Precisamos desesperadamente de novos participantes no local – não em escritórios ou reuniões – mas com luvas, fazendo trabalho de campo”.

O alarme global com a propagação da doença aumentou quando o norte-americano Patrick Sawyer morreu na Nigéria, no mês passado, depois de passar pela Libéria.

O Ministério da Saúde informou nesta quarta que uma enfermeira nigeriana que cuidou de Sawyer também foi a óbito em consequência do ebola e que cinco outras pessoas estão sendo tratadas em uma ala de isolamento em Lagos, maior cidade da África.

A Libéria, onde o saldo de mortos cresce mais rápido, está com dificuldades para lidar com o problema. Muitos moradores estão em pânico e em alguns casos abandonam os corpos de familiares nas ruas da capital, Monróvia, para evitar quarentenas.

O hospital católico St. Joseph foi fechado depois que seu diretor morreu, disseram autoridades, e seis funcionários testaram positivo, incluindo duas freiras e o padre espanhol Miguel Pajares, de 75 anos, que deve ser repatriado de avião por uma equipe médica. 

Três dos maiores especialistas mundiais em ebola exortaram a OMS a também oferecer drogas experimentais às pessoas no oeste africano, mas a agência afirmou que “não irá recomendar qualquer droga que não passou pelo processo normal de licenciamento e testes clínicos”.

Muitos hospitais e clínicas convencionais foram forçados a fechar em toda a Libéria, muitas vezes porque os próprios funcionários temem contrair o vírus ou por causa de episódios de violência de locais que acreditam que a doença seja uma conspiração governamental.

O país mobilizou o Exército para implementar controles e isolar as comunidades atingidas com maior gravidade, na chamada operação “Escudo Branco”.

A vizinha Serra Leoa afirmou ter implementado novas restrições no aeroporto e estar pedindo aos passageiros que preencham formulários e meçam a temperatura antes de embarques e desembarques. No leste da nação, os militares criaram bloqueios nas estradas para limitar o acesso às áreas afetadas.

Algumas das maiores companhias aéreas, como a British Airways e a Emirates Airlines, interromperam os voos aos países contaminados, e muitos expatriados estão partindo, segundo autoridades do governo.

Reuters / iG

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