Fonte de Vitamina C – Ácido ascórbico - Os frutos e os legumes frescos (pimentas, couves, espinafres, laranjas, limões).
Ação – permite a síntese do colagénio, intervém no metabolismo de algumas hormonas, facilita a absorção do ferro.
Sintomas de carência – Fafiga, cefaleias, dores musculares e dos ossos, maior sensibilidade às infecções, taquicardia, enfraquecimento dos tecidos que contêm colagénio (dentes, ossos).
Necessidade acrescida em caso de – Atividade desportiva, stress devido ao trabalho, consumo de tabaco e álcool, absorção de medicamentos (aspirina), de contraceptivos orais.
Riscos de toxicidade – Não provoca efeitos tóxicos.
Destruída por – A luz, oxigênio, alguns métodos de preparação e confecção dos alimentos.
O papel da Vitamina C – Ácido ascórbico no organismo
Os mecanismos bioquímicos precisos da ação da Vitamina C – ou ácido ascórbico – ainda não são totalmente conhecidos. A Vitamina C absorvida no intestino delgado é transportada pelo sangue a todo o organismo, mas é distribuída de forma desigual. As mais fortes concentrações de Vitamina C encontram-se em certas glândulas e no fígado, as concentrações mais baixas nos músculos e nos tecidos adiposos.
É eliminada pela urina, o suor e as excreções. Exceptuando-se os casos de diarréias, a eliminação pelas fezes é muito pouco importante, assim como a eliminação pelo suor, salvo em caso de esforços musculares prolongados.
A Vitamina C intervém num grande número de funções metabólicas. Intervém antes de mais no processo de respiração celular. Assume igualmente uma função essencial em numerosas reações implicadas:
Na formação do colagénio – componente fundamental do tecido ósseo e dos dentes;
No metabolismo de algumas hormonas esteróides e de alguns lípidos, como na transformação do colesterol em ácido biliar;
Na síntese da carnitina nas células musculares, cardíacas, hepáticas, etc, cuja função é facilitar o transporte dos ácidos gordos até às células onde serão degradados para reaprovisionamento da energia das células;
Na síntese de alguns neuro-transmissores fundamentais para o funcionamento do sistema nervoso;
No processo de desintoxicação de alguns fármacos, pesticidas e substâncias cancerígenas.
A vitamina C favorece, também, a absorção do ferro a nível intestinal e a sua distribuição em todo o organismo. É então lógico que uma carência em vitamina C pode ser a origem de uma anemia hipocrómica: esta anemia é devida a um baixo teor de ferro no organismo.
A vitamina C envolvida nas funções imunológicas e antibacterianas favorece uma maior atividade dos glóbulos brancos, um aumento das taxas de imunoglobulinas e dos anticorpos, desenvolvendo a resistência do organismo às infecções. Acresce a capacidade de trabalho e de rendimento protegendo o organismo dos efeitos do stress. Uma outra função biológica importante da vitamina C – que é muito estudada nos nossos dias – é a sua capacidade de destruir as radiações livres.
Sinais de carência de vitamina C
Uma ligeira deficiência em vitamina C provoca:
Fadiga e cefaleias;
Falta de apetite (anorexia);
Dores musculares e ósseas;
Uma maior sensibilidade às infecções e ao stress.
Uma carência mais grave leva a:
Taquicardia;
Doença de Moller-Barlow (caracterizada por dores ósseas e uma perda de peso) ou escorbuto infantil;
Escorbuto.
O escorbuto é certamente a manifestação mais grave de uma carência em vitamina C, mas é felizmente muito raro nos dias de hoje. Caracteriza-se principalmente por uma anemia e por um enfraquecimento das estruturas que contêm colagénio (podemos dizer do colagénio que ele é o cimento de todos os tecidos), isto é, dos ossos, dos dentes, das cartilagens e dos vasos sanguíneos. Daqui decorre uma fragilidade dos capilares e uma tendência para hemorragias que começam pelas gengivas, depois os lábios, a pele, as articulações (como os joelhos e os tornozelos) e, por fim, as vísceras.
O escorbuto não é uma doença atual. Em contra-partida, os fenômenos de hipovitaminose são muito importantes e espalham-se cada vez mais, sobretudo pelas seguintes razões:
Insuficiências alimentares: consumo muito reduzido de legumes e de frutos. Alimentação desequilibrada;
Perturbações da absorção, como é o caso nas infecções gastrintestinais.
É muitas vezes difícil diagnosticar a carência visto que os sintomas são relativamente pouco específicos: fadiga, dores musculares e ósseas, menor resistência às infecções.
Fontes alimentares
A vitamina C está principalmente presente nos legumes, nos frutos, no fígado e nos rins mas muito pouco concentrada na carne.
É muito sensível à luz, ao oxigênio e ao calor. Se for exposta ao mesmo tempo ao calor e ao oxigênio, oxida-se a uma velocidade proporcional à elevação da temperatura. Eis por que grandes quantidades de vitamina C são destruídas pela cozedura: por um lado, é muito oxidável; por outro, grandes quantidades de vitamina dissolvem-se na água. É então necessário reduzir consideravelmente os valores transcritos no quadro a seguir, quando se cozem os gêneros alimentares.
Quantidades recomendadas
Recomenda-se a absorção de 60 mg de vitamina C por dia, seja para os homens como para as mulheres. Aumentou-se recentemente esta dose (mais 45 mg) tendo em conta o número importante de hipovitaminoses e o efeito positivo que esta vitamina tem sobre a absorção do ferro pelo intestino.
Cerca de metade das necessidades diárias é coberta por:
1 laranja
1 toranja
O sumo de 2 limões
100 gramas de alface
100 gramas de couve-flor
50 gramas de pimenta
50 gramas de couve-de-bruxelas
As necesidades em vitamina C podem ser maiores em caso de:
Stress físico (trabalho ou atividade desportiva) ou emocional;
Consumo de tabaco;
Consumo elevado de álcool.
A absorção de alguns medicamentos pode também interferir com a atividade normal da vitamina C. Trata-se nomeadamente de:
Ácido acetilsalicílico que parece ser um antagonista da vitamina C. É por isso que é bom associar o consumo de aspirina (derivada do ácido salicílico) com o de vitamina C.
Contraceptivos orais.
Indicações terapêuticas
A vitamina C é prescrita em diferentes circunstâncias:
Para prevenir algumas formas de anemias nos recém-nascidos prematuros alimentados com leite artificial;
Em algumas formas de hemorragias devidas a uma fragilidade dos capilares;
Como auxiliar nos tratamentos de ferimentos e de traumatismos pois ela tem uma ação positiva na síntese do colagénio durante a formação do novo tecido;
Para prevenir e tratar infecções. Utiliza-se, por exemplo, para resfriamentos e gripe;
Em algumas manifestações alérgicas.
Estuda-se atualmente o possível papel da vitamina C na prevenção e na terapia dos tumores, o papel imputado em parte às suas propriedades anti-oxidantes e à sua reactividade com as radiações livres. A sua ação preventiva já foi demonstrada na síntese da nitrosamina e de outros compostos nitrosos cancerígenos contidos nos alimentos, no tabaco ou na atmosfera, apesar de se ter verificado que a vitamina C não tem qualquer efeito sobre a ação destas substâncias quando elas foram sintetizadas. Numerosos outros estudos confirmam a ação benéfica do ácido ascórbico na terapia de algumas formas de tumores, mesmo que não tenham sido obtidos resultados muito seguros.
A administração de doses elevadas não tem efeitos tóxicos, em parte graças à capacidade limitada de absorção intestinal e à eficácia de eliminação pela urina que tornam praticamente impossível uma sobrecarga vitamínica. É preciso dizer que a vitamina C, após ter sido utilizada pelo organismo, é eliminada pela urina sob forma de ácido oxálico que está implicado na formação de cálculos ureterorrenais. Mas parece desde já certo que, mesmo após a ingestão de altas doses de vitamina, a sua contribuição para a produção de ácido oxálico é limitada e certamente inferior ao nível crítico para a formação de cálculos.
Utilização industrial
As propriedades antioxidantes da vitamina C são exploradas igualmente na indústria alimentar. Utiliza-se como conservante e antioxidante nos sumos de fruta, nos bombons e nos biscoitos, na carne enlatada, nos produtos de charcutaria e em grande número de outros produtos.
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