Bebês e crianças pequenas com risco de desnutrição não tiveram grandes benefícios com a ingestão de suplementos alimentares especiais, oferecidos juntamente com a ração alimentar tradicional, revelou um novo estudo esta terça-feira.
Grupos humanitários costumam fornecer alimentos básicos, como grãos e feijões, para ajudar as famílias que enfrentam falta de comida. Mas alguns grupos se questionam se suplementos especialmente formulados poderiam ajudar as crianças a evitar a desnutrição.
Estes "suplementos alimentares prontos para o consumo", frequentemente apresentados com uma base de pasta de amendoim, já são usados como um recurso extra de calorias, gorduras e nutrientes para ajudar na recuperação de crianças desnutridas.
Mas novas pesquisas indicam que os suplementos alimentares, fornecidos preventivamente em maior escala, podem não ter o efeito esperado.
O estudo foi publicado esta terça-feira na edição online do periódico PLOS Medicine.
No Chade, onde as secas sazonais anuais causam um "abismo de fome" de quatro meses entre os períodos de colheita, cientistas monitoraram 1.000 bebês e crianças pequenas entre seis meses e três anos de idade.
A metade das famílias recebeu rações-padrão de comida e a outra metade, as mesmas rações com uma dose diária adicional - de cerca de três colheres de sopa - de suplementos alimentares especiais para as crianças afetadas.
Ao final de quatro meses, apesar do suplemento extra, "8,6% (das crianças) dos dois grupos estavam desnutridas" ou abaixo dos mínimos desejados de peso e altura, explicou Lieven Huybregts, chefe das pesquisas.
"Tivemos que tratá-las em um programa fora do estudo", explicou à AFP o cientista da Universidade de Ghent.
As crianças que tomaram os suplementos cresceram um pouco mais, tiveram melhores níveis de hemoglobina - o que significou um risco menor de anemia - e tiveram taxas mais baixas de febre e diarreia.
Estes benefícios puderam ser vinculados às vitaminas e minerais contidos nos suplementos, sugeriu Huybregts, ressaltando que não está claro porque o estes não ajudaram as crianças a ganhar peso.
Segundo o pesquisador, os cientistas estão analisando os dados "para ver se as crianças realmente ingeriram o suplemento e em que padrões".
Por enquanto, afirmou, os dados sugerem que a distribuição generalizada de suplementos alimentares, que são mais caros do que as rações alimentares tradicionais, pode não ser uma solução com boa relação custo-benefício para os desnutridos nestas regiões afetadas pela fome.
Fonte R7
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