Os latinos são mais vulneráveis do que os brancos e os negros a armazenar gordura no pâncreas e, assim, a produzir menos insulina, o que os torna mais propensos a sofrer de diabetes tipo 2, alertou um estudo realizado em Los Angeles e publicado esta terça-feira na revista especializada Diabetes Care.
"A prevenção do diabetes é o nosso objetivo", afirmou Richard Bergman, diretor do Instituto do Coração Cedars-Sinai, em Los Angeles, e principal autor do estudo realizado pelo Cedars-Sinai e pelo Instituto de Pesquisas de Diabetes e Obesidade.
"Nem todos os que têm sobrepeso ou são obesos desenvolvem diabetes, nem todos têm resistência à insulina. Se pudermos determinar quem é mais propenso a desenvolver diabetes e porque, podemos avançar na prevenção", acrescentou.
O estudo comparou 100 indivíduos brancos, negros e latinos por volta dos 39 anos, de ambos os sexos, com um sobrepeso similar e que compartilhavam os mesmos sintomas pré-diabéticos.
Os adultos fizeram três exames: um teste oral de tolerância à glicose, um teste sanguíneo para avaliar a resistência à insulina e uma ressonância magnética para avaliar os níveis de gordura no pâncreas e no fígado.
Os resultados demonstraram que os hispânicos e os brancos têm três vezes mais triglicerídeos (gordura) no pâncreas do que os negros.
No entanto, enquanto brancos e latinos têm tendências similares a desenvolver pâncreas gorduroso, o estudo mostrou que os últimos são menos capazes de produzir insulina adicional.
"Embora os brancos submetidos ao estudo também tenham mostrado uma tendência a desenvolver pâncreas gorduroso, eles conseguem secretar insulina adicional", explicou Szczepaniak à AFP.
Já os latinos são menos capaz de produzir insulina suficiente, o que explica porque têm mais risco de desenvolver diabetes tipo 2.
"Alguns indivíduos podem ser resistentes à insulina, mas não desenvolvem diabetes porque o pâncreas consegue compensar secretando mais hormônio. Em outros, o pâncreas não consegue compensar a insulina, razão pela qual têm risco maior de diabetes tipo 2", explicou o Cedars-Sinai em um comunicado.
Se não for controlado, o diabetes tipo 2 pode provocar graves problemas de saúde, como doenças do coração, problemas renais, amputações e cegueira. Em geral, é associado ao sobrepeso e causado quando a insulina não consegue metabolizar o açúcar no sangue.
O diabetes, sétima causa de morte nos Estados Unidos, afeta a 25,8 milhões de pessoas no país e calcula-se que 79 milhões de americanos sejam pré-diabéticos, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças.
Fonte R7
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