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domingo, 17 de maio de 2015

Programa abre mais de 200 vagas para atendimento de pessoas com depressão

Psicóloga iniciou o projeto há 18 anos e hoje conta com a participação de 27 profissionais em bairros do Rio
 
Rio - “Muitas pessoas chegam no consultório e falam: ‘Não sou a mesma pessoa’. Esse é um indício eficaz”, alerta a psicóloga Fátima Marques, responsável técnica do Programa de Combate à Depressão, que abre, a partir da próxima segunda-feira, dia 18, 240 vagas para atendimento de pessoas portadoras de depressão e/ou ansiedade. O projeto, que receberá inscrições até o dia 21 deste mês, das 9h às 16h, acontece nos bairros de Jacarepaguá, Tijuca, Vila Valqueire, Méier e Madureira.

Há 18 anos em atividade, o programa segue normas técnicas e protocolos atualizados por Harvard, com padrões diagnósticos e abordagens terapêuticas atualizadas, baseadas e referendadas no US Department of Health and Human Services e do National Institute of Mental Health’s Depression Awareness, Recognition and Treatment Program. A equipe, formada atualmente por 27 profissionais, conta com psicólogos e psicoterapeutas especialistas e é coordenado por Fátima, presidente em exercício do Núcleo Convivências.

— Existe muita dúvida sobre o fato de a depressão não ser algo palpável. Existem exames clínicos que apontam, mas não determinam a doença — diz. — Não é algo como uma ferida, que a pessoa olha e vê o problema.

Segundo a especialista, a própria pessoa deprimida classifica o que tem como uma “preguicinha”, por uma falta de informação e ausência de um mecanismo que avalie de forma objetiva o que está causando a mudança de comportamento. O próprio termo “procurar ajuda” já vem carregado de preconceito, como avalia Fátima, já que o indivíduo acaba entendendo aquilo como um fracasso e uma impotência, aumentando o estado deprimido.

— Um exemplo engraçado que eu costumo dar é: Você tem testa, né? Você tem sobrancelha. Disso você sabe. Mas se tiver alguma coisa suja na sobrancelha ou na testa você não tem condição de saber até que alguém diga — esclarece a psicóloga. — Assim acontece no consultório. O profissional diz se algo que você tem não está em conformidade. E isso não é um fracasso, está no dia a dia. Se você vai pentear o seu cabelo sem espelho e ficar com um cabelo esquisito, não vai saber até alguém falar.

O Programa de Combate à Depressão não é gratuito, já que exerce o valor mínimo para o exercício do profissional, contidos na tabela do respectivo Conselho Regional de Psicologia. Existe a cobrança, mas que é negociada quanto à capacidade de competência financeira do cliente e do perfil de cada profissional. A ideia do projeto veio de Fátima pela observação ao longo de sua carreira de que muitos pacientes largavam o tratamento pelo dinheiro. Começou, então, a abrir o seu consultório para pessoas que não conseguiam pagar uma quantia alta. Mas a demanda foi ficando cada vez maior e a psicóloga sozinha não conseguia atender a todos. Assim, convidou colegas de profissão para começar o programa.

O atendimento pode ser individual, em grupo ou ambos, de acordo com a demanda específica de cada caso, avaliado individualmente no processo de triagem. Ao passo que a depressão tem um difícil diagnóstico, é grave e a sua incidência está aumentando assustadoramente na população, Fátima alerta que a primeira coisa que as pessoas podem fazer é romper com o preconceito e entender que quando é possível perceber o sofrimento das coisas mais simples, um desgaste excessivo para tarefas cotidianas, é necessário se dirigir a um profissional que vai avaliar a condição adequadamente.
 
De acordo com o Datasus e a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se em 2 milhões a cada ano o número de casos novos de depressão no mundo. Assim, até 2020, a depressão será o principal distúrbio mental e de comportamento a atingir a população.

As inscrições para o programa deverão ser efetuadas através do telefone (21) 2445-6061.

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