Infecções respiratórias lideraram a lista, seguidas de problemas gastrointestinais e da pele
Os atletas de alto rendimento que viajam para longe de seu país, acima de cinco fusos horários, correm de duas a três vezes mais riscos de contrair doenças, segundo estudo publicado no British Journal of Sports Medicine.
O estudo foi realizado com 259 jogadores que participaram de um torneio de rugby em 2010, durante um período de 16 semanas e em três países diferentes, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
Durante esse tempo, 187 atletas, (72% do total) relataram 469 enfermidades (fora lesões), o que indica uma incidência de 21 doenças em 1.000 dias de esporte.
Contudo, os autores do estudo encontraram uma ampla variação da incidência em função da localização das competições. Esta passou de 15 por 1.000 nas partidas disputadas em casa antes do torneio, a 32 por 1.000 nas partidas realizadas em lugares a mais de cinco fusos horários de distância, voltando a 10 por 1.000 nos confrontos disputados em casa depois do torneio. Os autores do estudo destacaram alguns pontos:
— O estudo confirmou que houve um aumento significativo das doenças quando as equipes viajaram mais de cinco fusos horários a partir de seu país de origem (seja de leste para o oeste, como ao contrário), mas não houve nenhum aumento quando as equipes estavam em casa.
A maioria das enfermidades relatadas pelos médicos nos 259 jogadores de rugby foi de natureza infecciosa. As infecções respiratórias (31%) lideraram a lista, seguidas de problemas gastrointestinais e da pele.
Martin Schwellnus, da Universidade da Cidade do Cabo, que dirigiu o trabalho, se mostrou cautelosa na hora de explicar o fenômeno, que pode durar várias semanas.
— Os resultados informaram que o risco de enfermidade não está diretamente relacionado com o deslocamento, mas sim com a chegada e permanência de uma equipe em um destino distante.
Os autores sugeriram várias hipóteses, inclusive a exposição a diferentes condições climáticas (temperatura, umidade, contaminação) e as mudanças na dieta, mas destacaram a necessidade de realizar mais estudos para determinar o papel exato destes fatores.
Segundo Schwellnus, o interesse é "identificar os jogadores em maior situação de risco, como os que tenham uma predisposição a alergias, a fim de tratá-los antes de viajar".
Fonte R7
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