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sábado, 20 de setembro de 2014

Desenhos feitos na infância influenciam a inteligência na vida adulta

Reprodução
Especialistas do estudo britânico ressaltam que a habilidade também é influenciada por outros fatores, como atividades extracurriculares e relações sociais saudáveis
 
Aos 5 anos, André Luiz Alcântara fez um desenho da família que foi escolhido para estampar uma camiseta comemorativa da escola em que estudava. Nesse mesmo ano, começou a ler antes dos ensinamentos da professora. Destaques de aprendizagem se repetiram ao longo da vida estudantil.
 
O mais recente é a aprovação no último vestibular da Universidade de Brasília antes mesmo de o jovem completar o ensino médio. Um estudo feito no Instituto de Psiquiatria do King's College London, no Reino Unido, indica que pode existir relação entre a primeira e a atual vitória. Publicada na revista científica Psychological Science, a pesquisa indica que os primeiros rabiscos de uma criança servem como indicativo do nível de inteligência quando ela fica mais velha.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram mais de 7 mil pares de gêmeos idênticos e não idênticos, convidados a desenhar uma pessoa. As ilustrações receberam nota conforme a equivalência com a realidade. Dez anos depois, os voluntários retornaram para realizar um novo teste. Dessa vez, mais cognitivo (Leia Para saber mais). Aqueles que se destacaram no primeiro experimento chamaram a atenção também no segundo.

Segundo Rosalind Arden, líder da pesquisa, o tamanho da amostra dá grande confiança aos resultados, mas as conclusões foram apenas de que há alguma associação entre os escores de desenho aos 4 anos e a inteligência. “Muitas crianças que apresentaram resultado baixo vão ser brilhantes. Percebemos uma tendência, não uma certeza”, ressalta.
 
Ao longo da vida, habilidades se sobrepõem. Quando se tem facilidade com alguma coisa e se começa a aprender outra, mesmo que utilizando diferentes partes do cérebro, ambas as habilidades evoluem. “Muitas vezes, usamos essa sobreposição entre facilidades como nossa medida de inteligência”, explica a pesquisadora.

Basta estimulá-los
Arden, responsável pelo estudo, reforça que a relação entre os primeiros desenhos e a inteligência é uma tendência. Outros fatores vão interferir na construção dessa habilidade, como os estímulos recebidos pela vida. Cabe aos pais, portanto, estimular os filhos a expressarem a forma como veem o mundo. “Vamos incentivar as crianças a desenhar sem que eles, os pais, avaliem a si mesmo e os filhos”, propõe.
 
É no jardim de casa e usando tintas que Eduardo Pires, 5, gosta de ficar. “Durante um tempo, se chateava porque não conseguia colocar no papel o que imaginava”, conta a mãe, Valdênia Pires, 33. “Mas eu o incentivei a continuar e ele voltou.”
 
A insistência da mãe e a prática do filho o levou a ter um olhar bem mais detalhista. “Se peço para ele desenhar uma casa, fica muito claro a casa que ele escolheu. Quando é a nossa, por exemplo, ele faz a cor, o número de janelas e as plantas bem certinhos”, orgulha-se. A maturidade que o pequeno mostra nos traços também impressiona a mãe. “Se ele está triste, desenha. Se está feliz, desenha. Ele se abre a uma expressão diferente dos sentimentos e consegue mostrar as emoções.”
 
Correio Braziliense

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