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domingo, 19 de outubro de 2014

Relatório da OMS aponta falhas da própria agência no combate ao ebola

Foto: AFP
Relatório interno culpa a própria entidade por ter prejudicado esforços para impedir propagação do ebola no oeste da África
 
Um relatório interno da Organização Mundial da Saúde (OMS) culpa a própria entidade por ter prejudicado os esforços para impedir a propagação do ebola no oeste da África.
 
O documento – revelado pela agência de notícias Associated Press - diz que agência foi muito lenta para agir no combate ao vírus por causa da falta de informação sobre ele e também por "incompetência" de suas equipes.
 
O relatório diz que a OMS "falhou ao não reconhecer a seriedade da situação, conforme o número de infectados crescia" e ressaltou principalmente o que foi chamado de "compromissos de motivação política" na liderança exercida pelos escritórios da OMS em cada país da região.
 
"Quase todos os envolvidos na resposta ao surto não conseguiram ver uma escrita bastante simples na parede", diz o relatório, segundo a agência.
 
A ONG Médicos Sem Fronteiras alertou a OMS em abril sobre a epidemia do ebola dizendo que era "o surto do vírus estava se tornando incontrolável."
 
De acordo com um correspondente da BBC na Genebra, a acusação à OMS não é nova – mas o relatório interno evidencia a falta de comunicação da organização enquanto a epidemia do ebola se espalhava das vilas mais remotas avançando as fronteiras até as cidades mais centrais da África.
 
Ao mesmo tempo, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, disse que o mundo estaria perdendo a guerra contra o ebola porque não está agindo de forma unificada.
 
Ajuda
O envio de equipes internacionais e de equipamentos à África para combater o ebola ainda não nenhum impacto na epidemia, segundo a Médicos Sem Fronteiras. Christopher Stokes, membro da entidade, disse que a doença ainda está totalmente fora de controle.
 
Segundo ONG, falta médicos, enfermeiras e material de apoio para combater o ebola na ÁfricaSegundo ele, "é ridículo que os voluntários que trabalham por caridade arquem com o ônus dos cuidados das vítimas do ebola nos países mais afetados."
 
"Nós estamos pedindo e chamando a atenção para a necessidade do envio de uma ajuda gigantesca nos últimos meses, mas a ajuda que chega é sempre menor do que a necessária", disse.
 
A Action Aid, outra ONG envolvida no combate ao ebola, também se manifestou pedindo mais ajuda dos países no combate ao vírus. O líder humanitária da entidade, Mike Noyes, fez outro apelo.
 
"Ainda há uma demanda urgente em países como Libéria e Serra Leoa por mais médicos, enfermeiras, suprimentos médicos e apoio para medidas preventivas"
 
Situação
Mais de 4,5 mil pessoas já morreram por causa do ebola – a maioria delas no oeste africano. A ONG Médicos Sem Fronteiras toma conta de 700 das 1.000 camas disponíveis para tratamento do vírus na Libéria, Serra Leoa e na Guiné.
 
Segundo o correspondente da BBC Mark Doyle, na base logística da ONU para o ebola em Gana, já se reconhece que seriam necessárias pelo menos três vezes mais camas para tratar os doentes no local.
 
As doações vindas de vários países para o combate ao ebola nas agências das Nações Unidas já atingiram US$ 400 milhões (cerca de R$ 973 milhões), depois de um apelo lançado em setembro por uma meta de US$ 988 mi (R$ 2,4 bi).
 
Separadamente, a ONU está tentando arrecadar US$ 1 bilhão para um fundo de investimento do ebola para providenciar um recurso flexível de ‘back-up’ para combater o vírus.
 
Mas o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon fez um novo apelo na última quinta, dizendo que o fundo teria recebido US$ 100 mil da Colômbia, quando o prometido teria sido US$ 20 mi.
 
BBC Brasil / iG

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