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sábado, 17 de janeiro de 2015

Viver com fumantes é como viver em uma cidade muito poluída

Eu sou filha de um ex-fumante, que passou os primeiros 19 anos da minha vida consumindo algo em torno de 2 maços de cigarro por dia – dentro de casa, dentro do carro e, como um fumante cara de pau, até dentro de elevadores
 
O argumento era: “Eu não estou fumando, só estou com o cigarro aceso”. Por uma grande sorte, minha saúde nunca sofreu nenhum grande abalo por causa disso, apesar de todos termos plena consciência de que éramos fumantes passivos.
 
Minha mãe, contudo, não teve a mesma sorte. Ela, que tinha bronquite desde criança, desenvolveu uma mancha nos pulmões e teve que rebolar para convencer o médico que ela não fumava. Para ele, ela era mais um caso de paciente dissimulada que mentia na cara dura.
 
Mas quando ela falou que quem fumava era o marido dela, ele não só acreditou como deixou bem claro que ela não era menos fumante que ele. Se ela quisesse melhorar… Bom, ele teria que parar de fumar. Depois de muita pressão social, ele finalmente se convenceu de que era hora de parar – afinal, se o cigarro estava fazendo aquilo com quem estava POR PERTO, imagina o que não estava fazendo com a sua própria saúde.
 
Os não fumantes que convivem com fumantes, como a minha mãe há alguns anos, estão expostos ao triplo dos níveis de segurança recomendados pela Organização Mundial de Saúde, de acordo com um novo estudo desenvolvido pelo Dr. Sean Semple, da Universidade de Aberdeen, na Escócia.
 
Isso significa que os níveis de partículas no ar de uma casa com um fumante são semelhantes aos do ar nas grandes cidades poluídas. Consequentemente, viver em casas livres de cigarro, então, poderia oferecer importantes benefícios para a saúde dos não fumantes.
 
Casas de fumantes vs. Cidades poluídas
De acordo com o estudo, essa comparação entre a qualidade do ar em casas de fumantes e cidades altamente poluídas mostra que o tabaco pode produzir altos níveis de partículas tóxicas em sua casa. E esses níveis inclusive podem ser muito maiores do que em qualquer ambiente ao ar livre de vilas e cidades no Reino Unido.
 
Ou seja: deixar sua casa livre de fumo é a maneira mais eficaz de reduzir drasticamente a quantidade de partículas finas prejudiciais que você inala. É o conselho do Dr. Sean Semple e uma das principais conclusões do estudo.
 
O estudo
Os autores do estudo compararam os níveis de partículas finas em suspensão, como poeira fina ou fuligem no ar, de quase 100 casas com fumantes e cerca de 20 casas com não fumantes, na Escócia.
 
Os pesquisadores descobriram, então, que as concentrações médias de material particulado fino foram cerca de 10 vezes maiores nas casas com fumantes do que nas casas de não fumantes. O estudo também observou que, em média, os não fumantes que vivem com fumantes foram expostos a níveis de matéria fina particulada três vezes superiores ao limite de exposição anual recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
 
Outras observações
Os pesquisadores também perceberam que muitos fumantes que viviam com fumantes inalam quantidades similares de partículas finas que as pessoas não fumantes que vivem e trabalham em ambientes livres de fumo em cidades com altos níveis de poluição do ar, como Londres ou Pequim.
 
Os pesquisadores estimam que uma pessoa que vive em uma casa não fumante inalaria cerca de 0,76 gramas de material particulado fino ao longo de 80 anos, enquanto que uma pessoa residente em uma casa fumante poderia inalar algo em torno de 5,82 gramas no mesmo período de tempo. Preocupante, não?
 
A boa notícia é que quando alguém da sua casa para de fumar, os não fumantes que moram ali passam a inalar cerca de 70% menos material particulado fino e tóxico por dia, segundo os pesquisadores. As reduções seriam mais significativas ainda para as crianças muito jovens e idosos, também de acordo com o estudo.
 
Vale o esforço para parar de fumar, não?
 
WebMed / Hypescience

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