Foto: Jomar Bellini / G1 Médico simula cirurgia realizada pela primeira vez em Sorocaba |
Um homem de 30 anos passou por uma cirurgia inédita em Sorocaba (SP). Uma pele artificial foi implantada com o auxílio de um equipamento importado que acelera a recuperação dos pacientes. Esta foi a primeira vez que o procedimento, orçado mais de R$ 50 mil, foi realizado de forma experimental no Centro de Queimados no Conjunto Hospitalar (CHS) e custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A expectativa é de que a cirurgia possa ser realizada em mais pacientes dentro de um ano, quando o procedimento deve ser padronizado pelo CHS.
A cirurgia em Sorocaba foi realizada na terça-feira (14) e o paciente está internado no CHS. Após sofrer uma lesão no pescoço com arame farpado em uma chácara, uma espécie de queimadura por fricção, o homem que mora em Itu (SP) já precisou passar por 17 cirurgias.
De acordo com o cirurgião plástico Flávio Stillitano Orgaes, o quadro do paciente foi agravado pelo fato de ele ter quelóide, saliência formada por tecido de cicatrização que é registrado em pessoas com tendência genética. A expectativa é que a nova cirurgia melhore a qualidade de vida dele. "A operação, nestes casos, muda a vida de uma pessoa. Tanto na parte estética, quanto na funcional, porque o paciente tinha, inclusive, dificuldades para movimentar o pescoço".
Foto: Jomar Bellini / G1: Pele artificial é feita com substâncias retiradas de bois e tubarões |
Em seguida, o paciente recebe um curativo, que fica conectado uma máquina que reduz a pressão na área que passou pela cirurgia. “Essa pressão constantemente suga as secreções do curativo, além de sangue e qualquer coisa que possa atrapalhar o sistema”, explica o médico. Ele fica aproximadamente duas semanas internado em observação.
O material é trocado a cada quatro dias, num procedimento orçado em R$ 5 mil. A tecnologia é produzida na Inglaterra e chegou ao Brasil há um ano. O material é produzido com colágeno retirado do tendão do boi e de um extrato retirado da cartilagem do tubarão, que formam um produto parecido com a pele humana. "A possibilidade de rejeição é menor por não se tratar de um órgão, mas um conjunto de proteínas que com o tempo é absorvido pelo organismo."
Foto: Jomar Bellini / G1: Médico mostra aparelho inglês que reduz tempo de internação após cirurgias |
A tecnologia já pode ser encontrada em capitais na rede particular, mas segundo Orgaes, raramente é custeada pelo SUS. O médico explica que o procedimento completo realizado de forma experimental em Sorocaba deve ser padronizado e estar disponível pela rede pública no CHS em até um ano para toda a região. “Pacientes que talvez tenham sido ou poderão vir a ser vítimas de queimaduras terão a capacidade de melhorar tanto a qualidade estética quanto funcional, como ele está mexendo o braço, o pescoço. Todos poderão ser beneficiados.”
G1
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