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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Tecnologia reduz o tempo de recuperação em queimados

Foto: Jomar Bellini / G1
Médico simula cirurgia realizada pela primeira vez em Sorocaba
Implante de pele artificial com pressão negativa foi realizado em Sorocaba. É a primeira vez que a operação acontece na cidade pelo SUS
 
Um homem de 30 anos passou por uma cirurgia inédita em Sorocaba (SP). Uma pele artificial foi implantada com o auxílio de um equipamento importado que acelera a recuperação dos pacientes. Esta foi a primeira vez que o procedimento, orçado mais de R$ 50 mil, foi realizado de forma experimental no Centro de Queimados no Conjunto Hospitalar (CHS) e custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A expectativa é de que a cirurgia possa ser realizada em mais pacientes dentro de um ano, quando o procedimento deve ser padronizado pelo CHS.
 
A cirurgia em Sorocaba foi realizada na terça-feira (14) e o paciente está internado no CHS. Após sofrer uma lesão no pescoço com arame farpado em uma chácara, uma espécie de queimadura por fricção, o homem que mora em Itu (SP) já precisou passar por 17 cirurgias.
 
De acordo com o cirurgião plástico Flávio Stillitano Orgaes, o quadro do paciente foi agravado pelo fato de ele ter quelóide, saliência formada por tecido de cicatrização que é registrado em pessoas com tendência genética. A expectativa é que a nova cirurgia melhore a qualidade de vida dele. "A operação, nestes casos, muda a vida de uma pessoa. Tanto na parte estética, quanto na funcional, porque o paciente tinha, inclusive, dificuldades para movimentar o pescoço".
 
Pele artificial é feita com substâncias retiradas de bois e tubarões (Foto: Jomar Bellini / G1)
Foto: Jomar Bellini / G1: Pele artificial é feita com
substâncias retiradas de bois e tubarões
Segundo o cirurgião plástico, que coordena o Centro de Queimados de Sorocaba, o procedimento reduz de quatro para duas semanas o tempo de internação após a cirurgia. São dois procedimentos. No primeiro, a queimadura é retirada do local e é aplicada a matriz com a pele artificial, que substitui a derme, uma camada intermediária da pele. Cada placa da matriz, que é produzida nos Estados Unidos, varia entre R$ 15 mil e R$ 25 mil.
 
Em seguida, o paciente recebe um curativo, que fica conectado uma máquina que reduz a pressão na área que passou pela cirurgia. “Essa pressão constantemente suga as secreções do curativo, além de sangue e qualquer coisa que possa atrapalhar o sistema”, explica o médico. Ele fica aproximadamente duas semanas internado em observação.
 
O material é trocado a cada quatro dias, num procedimento orçado em R$ 5 mil. A tecnologia é produzida na Inglaterra e chegou ao Brasil há um ano. O material é produzido com colágeno retirado do tendão do boi e de um extrato retirado da cartilagem do tubarão, que formam um produto parecido com a pele humana. "A possibilidade de rejeição é menor por não se tratar de um órgão, mas um conjunto de proteínas que com o tempo é absorvido pelo organismo."
 
Médico mostra aparelho inglês que reduz tempo de internação após cirurgias (Foto: Jomar Bellini / G1)
Foto: Jomar Bellini / G1: Médico mostra aparelho inglês
que reduz tempo de internação após cirurgias
Após isto, o paciente volta para a sala de cirurgia para a aplicação de um enxerto de epiderme, a camada externa da pele. O material é retirado de outro local do corpo, como as coxas, e aplicado na área queimada. “O novo método, associando os dois procedimentos, reduz a quantidade do enxerto de epiderme que seria retirado e aplicado novamente no paciente na cirurgia tradicional e ainda trás uma elasticidade semelhante a de uma pele normal”, compara Orgaes.
 
A tecnologia já pode ser encontrada em capitais na rede particular, mas segundo Orgaes, raramente é custeada pelo SUS. O médico explica que o procedimento completo realizado de forma experimental em Sorocaba deve ser padronizado e estar disponível pela rede pública no CHS em até um ano para toda a região. “Pacientes que talvez tenham sido ou poderão vir a ser vítimas de queimaduras terão a capacidade de melhorar tanto a qualidade estética quanto funcional, como ele está mexendo o braço, o pescoço. Todos poderão ser beneficiados.”

G1

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