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terça-feira, 16 de junho de 2015

Aditivo presente em cigarro eletrônico aumenta dependência de nicotina

Pirazinas, também presentes nos cigarros de baixo teor de alcatrão, são usadas para garantir sabor mais suave
 
Washington - Aditivos de pirazina em cigarros eletrônicos e de baixo teor de alcatrão aumentam a dependência de nicotina e deveriam sofrer forte regulação, concluiu uma pesquisa publicada na versão on-line desta quarta-feira no periódico “Tobacco Control”. O aditivo é usado para garantir um sabor mais suave ao produto.
 
A dependência de nicotina é um processo complexo e depende de vários fatores. Mas ocorre principalmente pela capacidade de a nicotina enviar sinais ao cérebro para liberar dopamina, substância relacionada ao prazer. E evidências vêm mostrando que a nicotina sozinha não tem propriedades tão aditivas.
 
Os pesquisadores vasculharam documentos internos da indústria do tabaco que foram divulgados nos anos 1990 após um processo judicial e revelaram a composição do tabaco e o papel de seus aditivos.

A indústria do tabaco desenvolveu cigarros de baixo alcatrão à medida que aumentava a preocupação sobre o impacto do fumo na saúde. Mas esses cigarros não eram saborosos ou aromáticos como os tradicionais.
 
Os documentos revelam que a Philip Morris queria desenvolver cigarros com níveis ainda mais baixos de alcatrão, mas com sabor e aroma que fossem mais atraentes. A empresa desenvolveu pesquisas para identificar os componentes que estavam associados com o odor entre as substâncias químicas de cigarros tradicionais e então fez versões sintéticas destas substâncias nos cigarros de baixo alcatrão.
 
As pirazinas estão entre os mais importantes compostos que caracterizam o sabor e o aroma do tabaco. Elas também agem como receptores sensoriais. Segundo os pesquisadores, os documentos mostram que a indústria identificou o papel da substância, que facilita a inalação, a absorção e a entrega de nicotina no organismo, ao reduzir os efeitos irritantes dos ingredientes do tabaco.
 
Documentos da indústria indicam ainda que estes compostos ajudariam a promover a aceitação e a continuidade do uso do cigarro. Derivados da pirazina parecem ter um papel de aumentar a quantidade de dopamina liberada durante o fumo, um efeito que é independente da nicotina, mostram os estudos.
 
Atualmente, a agência reguladora de remédios dos EUA (FDA) baniu o uso de aditivos no cigarro que caracterizam sabores, como doce, azedo, etc. Porém, a indústria não parou de usar sabores como coco e baunilha, que estavam presentes em produtos antes de a proibição entrar em vigor. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegou a proibir todos os aditivos, mas o debate ganhou a esfera judicial.
 
“As pirazinas parecem aumentar o apelo do produto, facilitam o início do hábito por não fumantes e tornam mais difícil que fumantes parem de fumar, além de mais fácil para fumantes terem recaídas, e ainda mascaram os riscos tanto ativos e passivos do fumo”, concluem. “Eles podem aumentar a atratividade do fumo, principalmente entre os jovens”.
 
Eles cobram que regulares ao redor do mundo tomem rapidamente medidas para regular pirazinas e outros ingredientes semelhantes.
 
G1

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