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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Laqueadura moderna é pouco invasiva, dura 10 minutos e não tem anestesia

A molinha é inserida nas tubas uterinas. Em três meses, forma-se uma fibrose e impede a passagem do óvulo
Reprodução/Pinterest/Jenny Jones
A molinha é inserida nas tubas uterinas. Em três meses, forma-se
 uma fibrose e impede a passagem do óvulo
Procedimento não exige internação e mulher leva três meses para ficar protegida contra gravidez; saiba como funciona
 
Conhecido como Essure, o método minimamente invasivo é uma alternativa à laqueadura convencional, que pode envolver cortes e exige anestesia, além de um tempo mínimo de internação.
 
Na técnica disponível no Brasil há alguns anos, duas finas molas de 4 centímetros de comprimento são inseridas nas tubas uterinas, gerando uma inflamação local que obstrui a passagem impedindo que o espermatozoide encontre o óvulo.
 
Segundo Bárbara Murayama, ginecologista e coordenadora da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, a técnica é definitiva, mas só pode ser confirmada cerca de três meses depois de feito o procedimento. Nesse meio tempo, a mulher que não deseja engravidar deve se valer de outros métodos anticoncepcionais. A laqueadura, explica a médica, é a obstrução do trânsito entre o ovário e o útero, por meio da tuba.
 
“Qualquer coisa que obstrua a tuba é considerada uma laqueadura. Quando nós falamos de laqueadura histeroscópica (Essure), fazemos uma obstrução desse trânsito sem ter nenhum corte e sem anestesia, coisa que antes não era possível”, diz ela. “Essa laqueadura pode ser feita via ambulatorial. Coloca-se a câmera dentro do útero por meio da vagina, assim é possível acessar as tubas uterinas e, por meio de um cateter, coloca-se o dispositivo”, explica.
 
O ginecologista Reynaldo Machado Junior, do Hospital Beneficência Portuguesa, diz que não há risco de a mola se deslocar com o tempo.
 
“A partir do momento que formou essa fibrose, ela fecha e não vai se deslocar mais. Esse é o período do processo que a gente chama de corpo estranho em adaptação”, descreve.
 
Desconforto
Bárbara conta que, na inserção das molas, a mulher pode sentir um desconforto abdominal semelhante a uma cólica, mas analgésicos comuns já barram essa dor.
 
“Alguns calmantes específicos ajudam a deixar a tuba com menos movimentação (menos contração) e a paciente mais calma, o que facilita o procedimento”, conta ela.
 
Em 10 minutos, no entanto, as duas tubas são obstruídas e a laqueadura é completada com sucesso.
 
Depois, só esperar os três meses e reavaliar se a tuba está completamente obstruída, o que é confirmado por meio de uma radiografia convencional.
 
Consentimento
Bárbara conta que qualquer mulher acima de 25 anos e que já tenha dois filhos vivos, pode fazer, por lei, qualquer tipo de laqueadura. Antes disso, ou mesmo se a mulher for mais velha e não tiver dois filhos, a lei não permite o procedimento, salvo quando ela corre risco de morte caso engravide.
 
“Alguns estudos mostram que, abaixo dos 30 anos, a chance de a mulher se arrepender é maior do que acima dessa idade, mesmo que ela já tenha a prole constituída”, conta Bárbara. Segundo ela, isso acontece por causa de troca de parceiros e outros motivos que levam a mulher a desejar mais um filho.
 
“Costumamos sugerir outros meios de anticoncepção e recomendar que a laqueadura seja feita acima dos 30 anos e já com prole constituída”.
 
Ainda assim, a mulher que tiver esse desejo deve preencher um termo de consentimento livre esclarecido no mínimo 60 dias antes do procedimento.
 
“Se a paciente diz hoje que quer fazer a laqueadura, terá que assinar o consentimento agora, mas só será operada depois de dois meses, para que tenha tempo de digerir todas as informações e decidir”, explica a médica.

iG

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