Pesquisa diz que maior parte dos entrevistados concorda com legislação atual do país |
Foi um teste de farmácia e, em seguida, um exame de sangue que constataram a gravidez de oito semanas de Luciana*, 33, resultado de uma relação sexual sem o uso de preservativo. Naquela época, aos 20 anos, a descoberta foi um susto para a jornalista. Sem o apoio do namorado, de 22, para levar a gestação adiante, restou uma decisão: o aborto. “Eu ia começar a fazer um cursinho, tinha muitos planos e nenhuma maturidade. Não era a hora nem a pessoa certa”, contou.
Ela não está sozinha. Uma pesquisa realizada pela Expertise – empresa brasileira de pesquisa de opinião –, que quis entender o que os brasileiros pensam sobre o tema, revelou que pelo menos 37% dos entrevistados conhecem alguém que já interrompeu uma gravidez. Desses, 2% foram a própria entrevistada ou o parceiro dela. Cerca de 1.500 pessoas de todos os Estados participaram do estudo.
Ela não está sozinha. Uma pesquisa realizada pela Expertise – empresa brasileira de pesquisa de opinião –, que quis entender o que os brasileiros pensam sobre o tema, revelou que pelo menos 37% dos entrevistados conhecem alguém que já interrompeu uma gravidez. Desses, 2% foram a própria entrevistada ou o parceiro dela. Cerca de 1.500 pessoas de todos os Estados participaram do estudo.
Para 80% dos entrevistados, se o aborto no Brasil fosse legalizado, o índice de procedimentos aumentaria, e 66% dos participantes acreditam que a retirada do feto seria usada como método contraceptivo.
Segundo o Ministério da Saúde, não há dados sobre o número de procedimentos clandestinos ocorridos no país. No entanto, em 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 1.575 casos de abortos legais no Brasil, que são feitos em casos específicos. Em Minas Gerais, até junho deste ano, foram registrados dez crimes de aborto, quando a interrupção não tem motivação legal.
Segundo a coordenadora do Apoio a Mulheres numa Gravidez Indesejada (Amgi), Katilene Cristina das Graças, em média, cerca de cem mulheres procuram por ano o atendimento na sede do projeto, que é contra o aborto. “A falta de suporte do parceiro e o medo de ser abandonada por ele contribuem para os índices da prática no país”.
Trauma
Foi o que aconteceu com Luciana. O método escolhido por ela foi a ingestão de um medicamento abortivo, que não surtiu efeito na primeira tentativa. Um exame de ultrassom revelou que a criança ainda estava no útero da mãe.
Contracepção
Suporte. Vítimas de estupro devem procurar postos de saúde do SUS para receber atendimento psicológico e medicamentos de emergência para evitar uma gravidez e doenças sexuais.
SUS realiza métodos contra gravidez
Gratuito
Unidades Básicas de Saúde realizam distribuição gratuita de diversos métodos contraceptivos.
Cirurgias
Vasectomias (fechamento dos canais deferentes no homem) e laqueaduras (ligadura de tubas uterinas da mulher) podem ser feitas pelo Sistema Único de Saúde.
Técnicas
Curetagem, esvaziamento ou Aspiração Manual intrauterina (Amiu) e medicamentos são as técnicas de aborto realizadas pelo SUS, individualmente ou combinadas, conforme a necessidade da paciente.
O Dia
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