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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Nova tecnologia tem potencial para curar o diabetes tipo 1

Pesquisadores americanos desenvolveram uma nova tecnologia que seria capaz de superar os limites atuais da terapia celular do diabetes tipo I

O diabetes tipo 1 ocorre quando as células beta do pâncreas, que são as únicas capazes de produzir insulina, são destruídas por um ataque do sistema imunológico. Estes pacientes então necessitam receber injeções de insulina por toda a vida para sobreviver. As únicas alternativas existentes a esse tratamentosão o transplante de pâncreas ou o implante das ilhotas de Langherans, que contém as células beta, procedimentos que necessitam de tratamento imunossupressor para evitar a rejeição.

Além disso, a carência de órgãos disponíveis para os transplantes impossibilita que sejam usados em larga escala , sendo reservados para situações muito específicas, como para pacientes que não conseguem controlar os níveis de glicose no sangue, mesmo com o uso adequado das insulinas

Limitações da ciência
A ciência tem enfrentado estes obstáculos tentando multiplicar as células beta em laboratório, mas verificou-se que à medida que a expansão desta células é induzida, estas se desdiferenciam perdendo a capacidade de produzir insulina. Por outro lado, as tentativas de encapsular as ilhotas de modo a protegê-las da rejeição, permitindo transplanta-las sem o uso de imunossupressores não tem tido êxito devido ao curto tempo de sobrevida das ilhotas encapsuladas.

Nova tecnologia abre espaço para a cura
Pesquisadores da universidade de Utah nos Estados Unidos, liderados pelo Dr. Christof Westenfelder publicaram uma nova tecnologia que seria capaz de superar os limites atuais da terapia celular do diabetes tipo 1.

Estes cientistas criaram uma metodologia de cultivo das ilhotas pancreáticas que permite uma expansão do número de células, de tal modo que, ao invés de necessitarmos de dois a cinco pâncreas para obter a quantidade de células beta necessárias para transplantar um paciente, segundo os autores, um único órgão seria suficiente para fornecer as células para tratar 80 pacientes.

Em conjunto com as ilhotas, os pesquisadores cultivaram células tronco mesenquimais adultas formando estruturas tridimensionais que contém 50% de células-tronco mesenquimais e 50% de células de ilhotas pancreáticas. Estas estruturas chamadas de ilhotas novas (“new islets”) foram utilizadas para o implante em modelo animal.

O papel dessas células-tronco é proteger as células da ilhota da rejeição. De fato, sabe-se que as células-tronco mesenquimais adultas têm capacidade imunomoduladora e anti-inflamatória. Entre outros mecanismos, são capazes de secretar Indoleamina, substância que “paralisa” as células imunológicas que se aproximam para atacar, deste modo, funcionam como um escudo, evitando a rejeição das células pancreáticas. Além disso, promoveriam a rediferenciação das células das ilhotas, restaurando a capacidade de secretar a insulina perdida durante o processo de cultivo.

Estudos em animais mostraram-se promissores
A eficácia desta nova tecnologia em curar o diabetes tipo 1 foi testada em camundongos diabéticos através da injeção das “new islets ” no omento (que é uma camada de tecido que recobre os intestinos). Nesses modelos experimentais, o procedimento foi capaz de reverter o diabetes e a retirada do omento que continha as “new islets” provocou o reaparecimento do diabetes provando que a reversão do mesmo foi devida a capacidade de secretar insulina das “new islets”

O exame das “new islets” existentes no omento retirado mostrou a presença de células beta diferenciadas e a presença de uma microcirculação recém-formada capaz de nutrir as células implantadas. O implante das “new islets ” em cãesnormais não provocou o aparecimento de hipoglicemia (queda dos níveis de glicose no sangue) provando assim que a secreção de insulina pelas “new islets” era fisiologicamente regulada.

Os desenvolvedores desta nova tecnologia criaram uma empresa (Symbiocell Tech) e pediram autorização aos órgãos regulatórios para iniciar os testes clínicos em seres humanos no início de 2018.

Veja

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