Sejamos claros: para um modelo de gestão que busca alta performance ao mesmo tempo em que pretende gerar uma imagem positiva para Compras, não é possível negligenciar ou desrespeitar as necessidades de nenhum cliente. Para compreendermos melhor, proponho o seguinte exercício: suponha que seu departamento de Compras fosse uma empresa dentro da sua empresa. Você deveria entender muito bem as necessidades dos compradores de seus serviços para que pudesse oferecer o melhor resultado possível, correto? Vamos mais longe: como no mercado corporativo, você teria concorrentes. Outros departamentos de Compras dispostos a conquistar seus clientes, sejam eles os diretores, sejam eles as áreas de assistência como Manutenção, Recursos Humanos ou Produção. Agora, neste ambiente competitivo, façamos duas perguntas tentando respondê-las o mais honestamente possível: 1) Os serviços que você oferece permitiriam que o mercado consumidor se mantivesse fiel à sua marca? 2) Se você fosse o cliente, recomendaria os serviços prestados pelo seu Departamento de Compras? De forma geral, os profissionais de Suprimentos são muito pouco pacientes com as falhas e restrições de fornecedores tais como descumprimentos de prazos, qualidade abaixo do esperado, ausência de compromisso/retornos e excesso de formalidades. Porém, nem todos exercitam o entendimento de que nas companhias, o departamento Compras também é um fornecedor.A partir daí, a chave para a melhoria do nível de serviço prestado está justamente em exigir de si próprio a mesma qualidade e agilidade esperadas dos principais fornecedores. Quando compradores são taxados com uma imagem de burocratas, indiretamente, o que as outras áreas estão dizendo é que eles estão dificultando o andamento de seus processos sempre exigindo requisições, 03 cotações, aprovações de Diretoria, etc. Você agora deve estar balançando a cabeça e discutindo mentalmente comigo: “mas todas estas formalizações são requisitos imprescindíveis para a transparência e confiabilidade ética de qualquer departamento de Compras!”. Não tiro sua razão e concordo que na nossa profissão “as evidências dos autos” é que demonstram a forma como estamos gerindo o capital da empresa para superiores hierárquicos ou eventuais auditores. Mas não deixa de ser inaceitável limitarmos nossa responsabilidade em atender os anseios do público, escondendo-nos atrás de procedimentos. Em verdade, acredito que o nível de satisfação quanto ao nosso trabalho deve ser alto mesmo com todos os controles que praticamos. Todos conhecem as dificuldades enfrentadas pelos empreendedores brasileiros. Segundo o Sebrae, o tempo médio para a abertura de uma empresa em São Paulo é de 152 dias, entre registros e preenchimento de formulários na Junta Comercial, na Receita Federal, na Secretaria da Fazenda, na Prefeitura, na Vigilância Sanitária, etc. Após a constituição do empreendimento, um novo mar rochoso: pagar dezenas de impostos, atualizar licenças, registrar produtos, FGTS, etc. Mas todas as empresas, das micro às multinacionais, compartilham de um entendimento: o consumidor não se sensibiliza com as dificuldades. Ele procura sempre as empresas que melhor atendem suas necessidades com os produtos oferecidos no tempo certo, nas características corretas e com preços justos. http://www.saudebusinessweb.com.br/blogs/blog.asp?cod=145&arquivo=05/2010
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