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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Gestão de Estoques/ Padronização de Medicamentos

Gestão dos estoques da farmácia hospitalar Dentre as estratégias ligadas à gestão dos estoques da farmácia hospitalar estão aquelas envolvendo a seleção dos produtos mais adequados ao perfil de utilização dos mesmos por cada organização de saúde, incluída a padronização de medicamentos (BOND; RAEHL; FRANKE, 1999). Padronização de medicamentos A farmácia hospitalar, no âmbito de sua atuação, comporta-se como uma unidade de negócios, dados os seus relacionamentos comerciais com os laboratórios farmacêuticos, com os fabricantes dos diferentes produtos, com distribuidores e com os representantes comerciais. Gerir medicamentos na área hospitalar é deparar-se com uma grande variedade de produtos (cerca de 50000 itens diferentes se encontram à disposição dos profissionais médicos), com o compromisso de não permitir a ocorrência de stockout, sinônimo de morte, perdas ou fracasso organizacional (PORTELA, 2001). Quanto maior a habilidade da farmácia hospitalar em administrar seus produtos de forma racional, maior será sua capacidade de oferecer à clientela bens e serviços de qualidade e com baixos custos operacionais. Se, em cada ala ou setor do hospital, as equipes médicas e de enfermagem adotarem rotinas diferentes para o uso destes produtos (como diluições diferentes, concentrações diferentes e métodos de conservação diferentes), as medidas terapêuticas implicarão em maior ônus para a instituição (com desperdícios e obsolescências). O emprego racional dos medicamentos, incluindo sua padronização, é traduzido, portanto, em redução dos custos das organizações hospitalares (KLÜGL, 1999). Padronizar produtos abrigados em estoques é uma forma de normalização e auxilia na racionalização dos custos. Dentre as formas de racionalização, a padronização de medicamentos é uma das soluções mais viáveis, pois procura definir o quê se deve manter em estoques. Racionalizar custos com medicamentos implica em seguir normas técnicas que regulamentam o processo de formulação e aplicação de regras para o tratamento ordenado de uma atividade específica, segundo a International Organization for Standardization (ISO) (CUNHA, 1979). A redução do custo dos estoques da farmácia hospitalar é conseguida através do adequado abastecimento em produtos e serviços utilizando, se possível, processos que permitam sua padronização. Padronizar medicamentos significa escolher, dentre uma relação de produtos e de acordo com determinadas especificações, aqueles que atendam às necessidades de cobertura terapêutica da população-alvo que se deseja tratar (ANGARAN, 1999). Dentre os objetivos primários que se deseja alcançar com a padronização de medicamentos estão a redução dos custos de aquisição dos produtos, a remoção de diferentes obstáculos durante os processos de compras, o estabelecimento de maiores interações com os fornecedores, a redução dos custos de produção, a diminuição dos custos de manutenção dos produtos em estoques e a facilitação dos procedimentos de armazenagem e manuseio dos medicamentos, propiciando vantagens à instituição hospitalar como um todo (BARBIERI; MACHLINE, 2006). Dentre as vantagens advindas da padronização de medicamentos, encontram-se: a) Para os pacientes - existe a confiança do uso do medicamento correto e a satisfação psíquica por não necessitar adquirir quaisquer outros remédios pertinentes ao seu tratamento, dos quais o hospital não disponha; b) Para os médicos e para a enfermagem - ter a certeza de que os medicamentos disponíveis na farmácia hospitalar são adequados aos tratamentos propostos, garantindo aos pacientes a fidelidade em atender as prescrições e maior interação entre as equipes; c) Para a farmácia hospitalar e para o hospital - melhor controle dos produtos abrigados em estoques, através da menor diversidade de itens e benefício através da redução do custo dos estoques, da diminuição de pessoal ligado às estratégias de controle e redução do espaço físico destinado à farmácia (PATERNO, 1990). Contudo, os profissionais médicos muitas vezes se opõem à padronização de medicamentos, em função de interesses pessoais, sem a preocupação com a gestão dos custos hospitalares (MCKEE; HEALY, 2000). Estratégia para a padronização de medicamentos Para atingir uma padronização dos produtos da farmácia que contemple adequadamente as necessidades dos pacientes, determinados parâmetros são seguidos. Dentre estes, formar uma comissão de padronização de medicamentos (para estabelecer os critérios para inclusão/exclusão de produtos e revisar continuamente os itens padronizados); considerar o perfil epidemiológico das doenças prevalentes e/ou incidentes na população assistida pela instituição hospitalar; adotar o nome farmacológico para relacionar os medicamentos (mencionando, junto a este, a concentração e a forma de apresentação); selecionar fármacos com valor terapêutico comprovado, de menor toxicidade e de fácil aquisição no mercado; reunir os produtos em grupos farmacológicos semelhantes (classificação), reduzindo a variedade desnecessária de materiais (simplificação) e adotando uma codificação (para facilitar a identificação dos remédios); e, finalmente, criar um manual impresso ou virtual, que possa ser consultado facilmente pelos profissionais envolvidos (CAVALLINI; BISSON, 2002). Contudo, devemos lembrar que preferências por um determinado medicamento ou grupo de produtos, por parte dos médicos, e as pressões exercidas pela indústria farmacêutica sobre os responsáveis pelas aquisições de remédios, são as maiores barreiras encontradas para a padronização de medicamentos em hospitais, ocasiões em que, nem sempre, são respeitados os princípios éticos vigentes (MCKEE; HEALY, 2000). Diferentes técnicas gerenciais facilitam o processo de padronização. Um desses métodos seria a classificação ABC, utilizado para a administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de prioridades, para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais nas empresas (DIAS, 1994).
http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/962.pdf

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