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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Incontinência urinária noturna aumenta o risco de quedas

Sonolência, obstáculos na casa e sensação de urgência para ir ao banheiro favorecem os acidentes. Veja como diminuir o risco

Entre todos os transtornos que podem ser causados pela incontinência urinária, um deles é especialmente grave e pode comprometer seriamente a saúde feminina. São as quedas no banheiro da própria casa.

Cerca de 48% das mulheres com incontinência levantam ao menos uma vez no meio da madrugada para urinar.

“O retorno (do sangue) venoso é maior quando a pessoa está deitada porque fica mais fácil para o coração bombear o sangue, especialmente com o passar dos anos”, explica a ginecologista Raquel Figueiredo, do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), de São Paulo.

O sangue venoso é aquele que retorna de todo o corpo, depois de levar o oxigênio. Ele também carrega as impurezas do organismo, por isso é filtrado, processo no qual se forma a urina.

Com mais urina sendo produzida à noite, a mulher com incontinência tem o desejo de urinar acompanhado da sensação de urgência. “Não é raro a pessoa não se conter e acabar escorregando na própria urina, por causa do chão liso no banheiro”, revela a especialista.

Idade

A combinação quedas e urgência para urinar tende a piorar com a idade. Ela aparece mesmo em mulheres que não tinham incontinência, forçando-as a se levantarem à noite para ir ao banheiro. “Pelo menos 15% das mulheres após 65 anos levantam duas ou mais vezes por noite”, aponta Raquel.

Essa necessidade é chamada de noctúria. “Quem levanta de duas a três vezes por noite para ir ao banheiro tem de 1,8 a 2,1 vezes mais chance de sofrer uma queda”, explica a médica.

A sonolência favorece os acidentes noturnos. Para evitar, os geriatras recomendam ter a casa preparada para as necessidades do idoso, com fácil acesso à iluminação, sem obstáculos nas passagens, principalmente entre quarto e banheiros, além de apoios adequados próximos ao vaso sanitário. As quedas afetam 30% dos idosos brasileiros.

Não são apenas pessoas idosas que sofrem de incontinência urinária, mulheres jovens também enfrentam o problema. Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Urologia, a cada 25 pessoas, uma desenvolve incontinência urinária.

Redução de riscos

É possível combater a noctúria com algumas mudanças simples de comportamento. Essa costuma ser a primeira estratégia adotada pelos médicos.

1) Não ingerir líquidos nas duas horas antes de dormir e ir ao banheiro antes de deitar
2) Tratar as varizes. Os vasos dilatados tendem a segurar o sangue durante o dia. À noite, quando a pessoa deita, o bombeamento de sangue fica mais fácil e, assim, a pessoa produz mais urina. Uso de meias elásticas, emagrecimento e, em último caso, cirurgia contra varizes combatem a noctúria
3) Evitar bebidas alcoólicas e uso de medicamentos diuréticos
4) Ter controlada doenças como diabetes, insuficiência renal e apneia do sono

A ginecologista explica ainda que existem problemas relacionados à capacidade de armazenamento da urina que podem levar à noctúria. “Uma delas é a síndrome da bexiga hiperativa”, aponta.

Também conhecida como bexiga nervosa, ela se contrai o tempo todo, como se estivesse sempre cheia de urina. “Isso faz com que a mulher sinta vontade de urinar mesmo quando tem pouco conteúdo na bexiga”, explica a fisioterapeuta Priscila Yoda, do Iamspe. Ela explica que em grande parte das situações, uma série de exercícios que podem ser feitos em casa consegue controlar o problema. Mas antes é preciso uma orientação individualizada, baseada na avaliação de cada paciente.

“Em cerca de três meses, ela já consegue ganhar mais força, embora os resultados já possam ser notados a partir das primeiras sessões”, conta Priscila. Em alguns casos, a situação pode ser agravada por fatores psicológicos.

Fator psicológico

“Tenho pacientes que saem de casa, vão ao shopping, fazem compras, mas na hora em que entram no elevador perdem urina. Elas têm perda urinária relacionada a um estímulo psicológico”, explica Raquel.

São muitos os gatilhos, e todos muito individualizados. Há mulheres que têm incontinência ao ouvir barulho de água, outras ao lavar roupas, outras ao passar de um ambiente quente para outro frio.

O primeiro passo do tratamento é identificar o gatilho psicológico e se preparar, quando possível, para ele. “A paciente deve manter a bexiga sempre vazia quando for lidar com o estímulo psicológico, seja antes de voltar para casa ou quando for lavar a roupa, por exemplo”, recomenda a ginecologista.

O segundo passo do tratamento pode ser feito com fisioterapia. Em casos extremos, a incontinência requer intervenção cirúrgica. Mesmo assim há risco dela voltar, por isso é recomendado tratamento multidisciplinar.

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