Mistura, comum nas casas noturnas, pode ser fatal por intoxicar o corpo, alerta especialista
O álcool forma uma dupla de risco quando misturado a qualquer medicamento, mas o efeito é ainda mais nocivo quando o remédio é um antidepressivo ou um tranquilizante.
O sertanejo Luciano, nesta terça-feira (1) creditou à parceria entre Rivotril e uísque o seu comportamento explosivo e anúncio da separação com o irmão Zezé di Camargo. Mas o psiquiatra e diretor da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Drogas (Abead), Sérgio de Paula Ramos, afirma que os danos deste coquetel poderiam ir muito além da briga e de uma confusão mental.
"Tanto o etanol quanto estes tipos de drogas são depressores do sistema nervoso central. Elas desaceleram o cérebro e o efeito é espalhado por todo o organismo. Os batimentos cardíacos também perdem ritmo e o resultado pode ser desde sonolência excessiva a coma e até a morte”, diz Ramos.
O nome Rivotril é uma marca comercial para uma substância chamada clonazepam, um tranquilizante de um grupo de medicamentos conhecidos como benzodiazepínicos.
É justamente esse efeito que o torna eficaz no tratamento de doenças psiquiátricas como fobia social, transtorno do pânico e diversas formas de ansiedade generalizada ou decorrentes de situações estressantes.
Por ser um remédio com efeito inibidor do sistema nervoso central, as principais reações adversas do clonazepam são sonolência, dor de cabeça, fraqueza muscular, fala mal articulada, tremores, vertigens, perda de equilíbrio, depressão respiratória, e formigamento e alterações da sensibilidade nas extremidades do corpo. Para o excesso de bebida alcoólica, estas mesmas sequelas são elencadas pelos especialistas, o que indica um efeito duplo quando um é associado ao outro.
Juntos
De forma muito parecida, o uso crônico de álcool e utilização errônea dos medicamentos ameaçam o País. As pesquisas que mensuram os hábitos de risco, feitas pelo Ministério da Saúde, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade de São Paulo (USP) informam que um em cinco brasileiros bebe mais de quatro doses quando decide sair para beber, comportamento chamado pela literatura especializada de bebedor pesado.
Um dos indícios do potencial tóxico desta quantidade é fornecido pela médica Camila Magalhães, coordenadora do Centro de Informação Sobre Álcool (Cisa).
“O fígado só tem capacidade de metabolizar uma lata de cerveja, taça de vinho ou dose de uísque por hora. Qualquer coisa acima disso já sobrecarrega o corpo”, afirma.
Também é significativa a parcela de pessoas que se declara dependentes de medicações. O levantamento feito pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), com o público universitário, mostrou que quase 15% das pessoas são viciadas em tranquilizantes. Nos Estados Unidos, uma pesquisa nacional apontou que as overdoses por remédios, neste caso analgésicos, triplicaram em dez anos.
Fonte IG
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