Foto: Reprodução/TV Integração Equipamentos de hemodiálise: resolução define novas regras |
Uma resolução da Anvisa publicada nesta sexta-feira (14) proíbe o reuso de um material que faz parte do procedimento de hemodiálise em pacientes com hepatite B e C. Antes da nova regra, isso só era feito no caso de pacientes com HIV. A medida tem o objetivo de tornar o procedimento mais seguro.
A hemodiálise é o tratamento indicado para pessoas que perderam a função dos rins que permite a filtragem do sangue, como em um rim artificial. O material que passará a ser descartado depois de cada uso entre os pacientes com hepatite é o dialisador, filtro que livra o sangue das impurezas. As clínicas terão um ano para se adequar às novas normas.
O médico Daniel Rinaldi dos Santos, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) explica que, durante a hemodiálise, o sangue sai do paciente e, por meio de um tubo – chamado de linha de sangue – chega ao dialisador. Lá, o sangue recebe uma solução líquida para tirar suas impurezas e é filtrado. Em seguida, o sangue já purificado retorna para o paciente por meio de outra linha de sangue.
Outra mudança determinada pela Anvisa é que as linhas de sangue passarão a ser descartáveis para todos os pacientes. A adequação a essa norma poderá ser feita em até três anos.
Hoje em dia, o material utilizado na hemodiálise de um paciente é, depois do procedimento, lavado, processado, esterilizado e guardado para uso posterior do próprio paciente. “É muito pouco provável que haja contaminação, pois esse material é processado de forma separada nas clínicas. Mas as mudanças são um grande avanço porque realmente vai tornar o procedimento muito mais seguro não só para o paciente, mas também para o funcionário”, diz Santos.
Ampliação de atendimento
Também nesta sexta-feira (14), o Ministério da Saúde anunciou, por meio de uma nova portaria, a criação de uma linha de cuidado para pessoas com doença renal crônica.
Também nesta sexta-feira (14), o Ministério da Saúde anunciou, por meio de uma nova portaria, a criação de uma linha de cuidado para pessoas com doença renal crônica.
Segundo Santos, a portaria determina que o médico da atenção básica receba uma orientação sobre como diagnosticar precocemente problemas renais em diabéticos, hipertensos e idosos. “Esse paciente vai ser diagnosticado na unidade básica de saúde, acompanhado, tratado e, se tiver piora significativa na função dos rins, vai ser referendado para uma rede de especialistas como nefrologista, psicólogo e enfermeira.” Só em fases mais avançadas o paciente será encaminhado para clínicas de hemodiálise.
Santos observa que, hoje, não existe uma rede organizada de atendimento a esse paciente e a consequência é que o diagnóstico só acontece quando o paciente já perdeu grande parte da função dos rins. É comum que ele tenha que partir direto para um tratamento de hemodiálise. Um tratamento precoce abre a possibilidade de preservar a função dos rins e evitar a necessidade da hemodiálise ou do transplante.
Atualmente, cerca de 100 mil brasileiros fazem hemodiálise, de acordo com a SBN. Segundo Santos, 70% perdem a função dos rins por pressão alta e por diabetes.
G1
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