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sábado, 15 de março de 2014

Cientistas italianos criam roupa que monitora funções vitais de recém-nascidos

O monitoramento de sinais vitais por roupas inteligentes reduz o estresse de bebês prematuros e seus pais (Foto: BBC)
Foto: BBC
O monitoramento de sinais vitais por roupas inteligentes
reduz o estresse de bebês prematuros e seus pais
O uso de fios inteligentes incorporados à malha do tecido permite um tratamento menos estressante para bebês e seus pais
 
A luta pela vida de um bebê prematuro numa incubadora e coberto por eletrodos é uma experiência difícil para seus pais.
 
Normalmente, eles têm poucos minutos por dia para estar ao lado da criança e vivem uma rotina desgastante, de grande preocupação com a saúde do recém-nascido.
 
Amenizar este sofrimento foi o objetivo de três italianos - um engenheiro, um médico e uma empresária do ramo têxtil - ao criar uma roupa com tecido especial capaz de monitorar dados cardíacos, respiratórios e de movimentos de bebês.
 
"Isso possibilita uma terapia fundamental: a do contato da pele da mãe com a do filho", diz Rinaldo Zanini, diretor da maternidade e coordenador médico da unidade de terapia intensiva neonatal do hospital da Província de Lecco, no norte da Itália, em entrevista à "BBC Brasil".
 
"Ainda temos controle e segurança, mas sem criar uma barreira entre os dois."
 
Fios inteligentes
Na verdade, os cabos e sensores ainda estão lá, mas integrados ao tecido. É como se os recém-nascidos "vestissem" os eletrodos.
 
Os dados captados pela roupa são analisados em tablets, computadores ou celulares (Foto: BBC)
Foto: BBC
Os dados captados pela roupa são analisados em tablets,
computadores ou celulares
Feitos de prata, os fios inteligentes são bons condutores de eletricidade. "Isso garante boa qualidade do sinal para o monitoramento", afirma pesquisador Giuseppe Andreoni, da Universidade Politécnica de Milão.
 
Ao mesmo tempo, os fios têm uma textura semelhante à da malha de algodão e propriedades antibacterianas, evitando alergias no bebê.
 
No protótipo final, os fios inteligentes foram incorporados à costura das mangas. "Assim, temos certeza de que sempre estão em contato com a pele", explica a empresária Alessia Moltani à "BBC Brasil".
 
Um modem preso à roupa transmite por rede sem fio os dados captados por sensores. As informações podem ser, então, analisadas por computador, tablet ou celular.
 
Cura e cuidado
Assim, tenta-se conciliar a cura com o cuidado. O uso do tecido inteligente diminui o impacto psicológico na mãe, que já está sensível pela gravidez encerrada antes da hora.
 
Também evita uma terapia incômoda, em que os eletrodos presos à pele do bebê devem ser trocados diariamente.
 
Pesquisas mostram que o contato da mãe com o bebê prematuro ajuda na recuperação (Foto: BBC)
Foto: BBC
Pesquisas mostram que o contato da mãe com o bebê
prematuro ajuda na recuperação
Nos testes, os bebês eram duplamente monitorados, pelo método tradicional e pela roupa.
 
"Cientificamente, chegamos aos mesmos resultados", diz Zanini. "Mas o novo tratamento é menos estressante e favorece a descida do leite materno", afirma Zanini.
 
Marina Padovan foi uma das mães que aceitou fazer parte da pesquisa. Ela chegou à maternidade para um parto prematuro com 32 semanas de gravidez. Seu filho nasceu com 1,340 quilos e ficou um mês e meio no hospital.
 
"Era difícil ver meu filho com todos aqueles tubos e fios. Pedia ajuda à enfermeira a cada amamentação", diz ela, que, por isso, decidiu testar o protótipo da roupa inteligente. "Era melhor ter ele monitorado, mas no meu colo, sem precisar da ajuda de ninguém."
 
'Start-up'
Há dez anos, a ciência estuda diferentes aplicações desses tecidos eletrônicos. Seu uso em roupas de bebês é o mais novo passo deste tipo de tecnologia, que poderá ser usada também para monitorar idosos no futuro.
 
O projeto nasceu há cerca de quatro anos, como uma pequena empresa, ou "start up", na Universidade de Milão. A Comftech hoje faz parte de um grupo seleto de oito empresas da União Europeia que integram o programa do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia, dedicado à saúde e prevenção de doenças.
 
Segundos dados oficiais, nascem cerca de 40 mil bebês prematuros a cada ano na Itália, o que representa cerca de 7% do total de partos. Nestes casos, a roupa oferece um tratamento mais humanizado.
 
No entanto, seu uso caseiro requer atenção. "Não é um instrumento genérico para dar uma falsa sensação de segurança aos pais", alerta Zanini. "A roupa revela situações de crise e perigo, mas é necessário também ensinar a eles a como reagir numa emergência assim."

G1

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