Thinkstock - É preciso mais do que um bom salário e um cargo alto para que um
emprego seja atraente para sua carreira
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Quais são os seus critérios na hora de decidir se vai
aceitar ou não um novo emprego? Para muitos profissionais, um salário
mais alto do que ganhava na outra empresa e um cargo acima do seu último
já são mais do que suficiente para dizer sim àquela oportunidade. No
entanto, um emprego é muito mais do que dinheiro no bolso e status.
Além
dos benefícios financeiros, é preciso levar em consideração que você
vai passar boa parte do seu dia naquele novo ambiente, executando novas
tarefas e cercado por outras pessoas. Se você não analisar todos os
âmbitos do seu novo emprego, corre o risco de se arrepender futuramente.
“Isso
é péssimo para os profissionais e péssimo para as empresas. Às vezes, a
empresa contrata imaginando que o candidato está fazendo a avaliação
correta e que tomou a decisão de se juntar à empresa porque achou
interessante para ele e não, só foi porque o salário é legal. Depois
acaba saindo rápido se não gostou de todo o resto”, observa Marcelo
Braga, sócio da Search Consultoria em Recursos Humanos.
Para lhe ajudar a tomar uma decisão mais assertiva, ouvimos especialistas e criou uma lista com oito perguntas que você deve
se fazer antes de aceitar uma oferta de emprego.
Confira:
1 - Por que estou deixando meu emprego atual?
“As
pessoas muitas vezes mudam de emprego, mas levam as suas crenças, seus
valores e seus comportamentos. Antes de mudar, procure entender se é
realmente o ambiente que precisa ser mudado”, comenta o coach Edson de
Paula.
Para isso, é preciso fazer uma autoanálise para descobrir
se o motivo da sua insatisfação não é você mesmo. Não adianta sair da
companhia por estar infeliz e ir para outra achando que tudo vai
melhorar se, por exemplo, você não gostar da área em que está atuando.
2 - Os valores da nova empresa estão alinhados com os meus?
Não
é clichê. Quando você trabalha em um lugar cuja cultura valoriza
aspectos que diferem dos seus próprios valores, seu comprometimento,
produtividade e satisfação pessoal serão baixos. Alguém que preza pela
informalidade em um ambiente de trabalho, por exemplo, não ficará feliz
em fazer parte de uma companhia formal e burocrática. Por isso, é
preciso observar todos os sinais que revelam qual é a cultura da empresa
antes de aceitar a proposta.
“O
candidato tem de observar a forma como é tratado durante a seleção,
como ele foi recebido no momento da entrevista, dar uma olhada no
escritório para ver como é a dinâmica, se é um ambiente mais agitado, se
é mais calmo, se é informal ou não”, aponta Marcelo Braga, sócio da
consultoria Search RH.
3 - Qual é a fama da empresa entre seus funcionários?
Ninguém
melhor para lhe falar como é a cultura da empresa do que os próprios
funcionários. Tente entrar em contato com alguém que já tenha trabalhado
naquele escritório ou que ainda esteja lá e peça para descrever como é o
clima e a dinâmica do dia a dia. Com a experiência deles naquele
ambiente, eles podem lhe dizer se a pressão por resultados é grande ou
não, se existe uma boa comunicação entre os setores e até qual é a
personalidade do seu futuro chefe.
4 - A minha função vai agregar à minha carreira?
Quando
a pessoa tem um plano de carreira bem traçado em sua mente, fica mais
difícil tomar uma decisão errada em relação à mudanças de emprego. Ao
saber até onde quer chegar e quais são os passos para alcançar seu
objetivo, o profissional saberá avaliar quais funções vão agregar novas
competências e conhecimentos úteis ao seu plano.
Antes de aceitar
fazer parte da nova empresa, pergunte detalhadamente qual será o seu
papel na equipe e suas tarefas do dia a dia. Se elas não colaborarem
para o seu crescimento em direção ao seu objetivo profissional, talvez
seja melhor esperar por outra oportunidade.
5 - Eu gostei do meu novo chefe?
Ninguém
gosta de trabalhar com uma pessoa desagradável, mesmo que competente.
Durante o processo seletivo, o contato que se tem com o futuro gestor
pode não parecer o suficiente para saber exatamente qual é o estilo de
liderança dele e como ele se comporta no dia a dia. Porém, já é possível
ter uma noção se a personalidade é mais séria, se é piadista, se parece
ser arrogante ou não, e levar isso em consideração pode lhe salvar de
ter que passar seus dias com alguém que só vai lhe desanimar.
“Tudo é uma relação de empatia. Eu ainda sou da opinião de que a primeira impressão é a que fica”, diz Edson.
6 - Eu tenho as competências necessárias para assumir este novo cargo?
É
normal que as empresas concedam um tempo de tolerância até que você se
adapte à sua nova função, e também é comum não dominar uma ou outra
tarefa logo no início. No entanto, algumas habilidades são tão
essenciais em certos cargos, e levam um tempo maior para serem
adquiridas, que se você não as possui, poderá encarar sérios problemas
no novo emprego. Para um cargo na área de vendas de uma companhia, por
exemplo, ser comunicativo e gostar de conhecer novas pessoas são
cruciais. Se este não é o seu perfil, provavelmente não conseguirá
entregar os resultados esperados pela companhia.
7 - A localização poderá me afetar de maneira negativa?
Você
mora em uma ponta da cidade e o escritório fica na outra. Você está
disposto a enfrentar a longa jornada todos os dias? Parece besteira,
mas, principalmente em grandes metrópoles, o tempo que se passa no
trajeto entre a sua casa e o escritório afeta bastante a produtividade e
engajamento no trabalho.
“Você
passa oito horas trabalhando e recebe por aquilo, mas se demorar duas
horas para chegar e duas para voltar, são 12 horas. Isso impacta muito e
o corpo sente rapidamente. Depois de dois ou três meses nessa dinâmica,
a pessoa que não está acostumada desiste”, observa Braga.
8 - Como meu novo emprego afetará minha vida pessoal?
O
equilíbrio da vida fora do escritório afeta diretamente a nossa
produtividade no ambiente de trabalho. Quando o profissional não
consegue ter um tempo de lazer com os amigos, a família ou para dedicar
aos seus projetos pessoais, é comum que ele fique insatisfeito também
durante seu expediente.
Ao receber uma oferta de emprego, o ideal é
que o candidato tenha plena consciência do quanto aquilo exigirá do seu
tempo e se está disposto ou não a sacrificar alguns aspectos da vida
pessoal caso seja necessário.
iG
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