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domingo, 28 de setembro de 2014

Pesquisa reforça a importância do brincar descompromissado

"Brincar é uma atividade prazerosa, mas que não tem
obrigatoriamente um propósito", diz autora do estudo
Novo estudo canadense destaca efeitos negativos de atividades recreativas que anulam a espontaneidade da criança
 
O que significa brincar, para uma criança? Enganam-se os pais que acreditam que essa atividade precisa estar obrigatoriamente relacionada com algum tipo de atividade física com benefícios para a saúde da criança. Essa é uma das conclusões de um novo estudo da Universidade de Montreal, no Canadá, sobre a importância da brincadeira descompromissada.
 
Para os pequenos, não existe uma regra ou um objetivo específico para brincar. É uma atividade sem fim, em que eles têm a oportunidade de experimentar sentimentos como excitação ou prazer, mas também para combater o tédio, a tristeza, o medo e a solidão. Por isso mesmo, nenhuma brincadeira deve ser imposta às crianças, muito menos contra a vontade delas.
 
“O brincar é uma forma de alcançar vários objetivos, incluindo a melhoria da saúde física e do desenvolvimento de aptidões cognitivas e sociais. Obviamente, é importante garantir o desenvolvimento e combater a obesidade infantil com atividades físicas. Mas para chegar lá, devemos mesmo inverter o objetivo final das brincadeiras?”, questiona Katherine Frohlich, do Departamento de Medicina Social e Preventiva da Universidade de Montreal.
 
Ao todo, 25 crianças, entre 7 e 11 anos, participaram do estudo pioneiro, que foi realizado por meio de fotografias. Os pesquisadores clicaram os pequenos durante as atividades de recreação favoritas de cada um, fosse jogando futebol ou jogando xadrez por conta própria.
 
Um exemplo que reforçou as conclusões do estudo foi o depoimento de uma garota de 10 anos, que revelou brincar de escalar uma escultura de arte moderna perto de casa. Para ela, essa é a brincadeira mais divertida do mundo.
 
"Brincar é uma atividade prazerosa, mas que não tem obrigatoriamente um propósito”, explica Stephanie Alexander, também da Universidade de Montreal e autora da pesquisa.
 
As fotografias e os depoimentos das crianças revelaram que as atividades recreativas associadas a algum esporte, como futebol, basquete e hóquei, são predominantes. A questão é que transformar a brincadeira em alguma atividade física regular elimina a espontaneidade dos jogos, o que também é importante para o bem-estar das crianças.
 
Outro ponto que merece ser levado em conta é sobre o “risco” de cada uma dessas atividades. Quando as crianças sentem que estão fazendo algo perigoso e arriscado, mesmo com a vigilância constante dos pais, acabam tendo um desenvolvimento melhor e mais saudável.
 
“Essa preocupação exagerada com a segurança dos filhos podem contribuir para o surgimento de uma geração de jovens que é cada vez menos capaz de lidar com o imprevisível", alerta Stephanie Alexander.
 
Delas

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