O dono de academia Carlos Antônio Costa, de 44 anos, sonha com dias mais frescos. No clima quente, o suor se transforma no pior inimigo. “Nas partes em que o suor fica retido, principalmente nas dobras das pernas, às vezes, na cintura, a pele fica toda empolada e coça muito. É uma tortura”. O sofrimento ocorre somente no calor. “No frio, mesmo transpirando, não sinto nada, mas no clima quente é bem complicado.
A pele empola e a coceira é irritante, não para. A dermatologista me disse ser alergia à temperatura e me recomendou usar neste período roupas claras, de algodão e passar a pomada dexametasona, que alivia bastante. Não é fácil. Lido com esta situação desde os 28 anos”.
Neste mês, o país amarga altas temperaturas e baixa umidade. Belo Horizonte, por exemplo, já bateu recorde de temperatura nesta primavera, com os termômetros superando 36°C. Em várias partes do Brasil a baixa umidade chegou a 20% (a Organização Mundial da Saúde considera estado crítico abaixo de 50%), condição que provoca não só mal-estar e desconforto, mas doenças. Coceiras, descamações, manchas, irritações, pele seca e outras reações são aceleradas pelo clima hostil.
Buscar soluções caseiras e paliativas, que têm apenas efeito temporário, é comum. Mas há casos em que o único caminho é o consultório do dermatologista. O diagnóstico não é dos mais fáceis – mudanças bruscas de temperatura, tempo seco, ácaros, pó, alimentação, substâncias que causam alergia (sabonetes, detergentes, perfumes) e até fatores emocionais podem se manifestar na pele.
A dermatologista Ligia Kogos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e diretora da Clínica Ligia Kogos de Dermatologia, em São Paulo, afirma que com o tempo seco e altas temperaturas, a sensação de estar dentro de um forno não é infundada. “A hidratação da pele evapora e é como se estivéssemos numa estufa. Os olhos e o nariz sofrem e o ressecamento de braços, pernas e rosto é maior”, diz. Pode ocorrer então a dermatite asteatósica. “A pessoa passa a ter coceira, instalando-se um círculo vicioso. Quanto mais coça, mais a pele reage à agressão e passa para o processo de liquinificação, no qual a pele engrossa. É uma armadilha, o que torna comum as escoriações e cascas, principalmente nos braços e nas pernas”.
Em um grau exacerbado, “a pessoa pode ter o corpo coberto de escoriações, oportunidade para que outras doenças se instalem”. Nesses casos, o simples hidratante não resolve – é indicado o uso de corticóide com antialérgico. “É preciso conjugar hidratante à base de ácido lático, vitamina E e ceramida com lubrificantes. Fórmulas com dimethicone ajudam, já que ele é um silicone hipermeabilizante”.
Ela chama a atenção para quem tem bronquite e rinite, em especial as crianças, “mais propensas às dermatites”. O clima seco agrava também as dermatites atópicas, próprias dos alérgicos, e a dermatite de contato (alergia a níquel, bijuterias). “A herpes também fica mais evidência. O vírus armazenado aflora de tempos em tempos e se instala nos lábios e nas nádegas. Rachaduras, pele machucada e resistência baixa a faz reaparecer. Num surto, o tratamento é com medicamentos via oral, como o aciclovir”, informa a médica.
Novas drogas no mercado surgem como aliadas. “A dermatologia avança demais e o importante é consultar o médico. No caso da dermatite atópica, a família dos biológicos é superimportante. Hoje, sabe-se que a vitamina E melhora bem a condição de quem tem pele seca”. Por outro lado, há determinados casos em que a pele é tão oleosa que a secreção é ácida e queima a pele. E há outros em que a pele, apesar do aspecto seco, produz óleo demais, ocasionando a dermatite seborréica. Apesar de ser frequente no inverno, o problema se agrava com a baixa umidade. “Doença de pele é grave. Se há um sinal, você foi a vários médicos e o quadro não melhorou, é preciso investigar, fazer uma biópsia, porque pode haver algo oculto”, alerta a médica.
Auto-imagem Além da dor física, o dermatologista Jackson Machado Pinto alerta que as doenças de pele provocam não só o preconceito de quem está em volta, mas o constrangimento para portadores. “Há um prejuízo da auto-imagem, quadros de depressão e diminuição da sociabilidade”, diz o coordenador da disciplina de dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, chefe da clínica dermatológica da Santa Casa de Belo Horizonte, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e membro estrangeiro da Academia Americana de Dermatologia. Também é preciso estar atento a quem tem quadros psicossomáticos, já que “há pessoas que coçam a pele compulsivamente”. O médico faz vários alertas e sugestões para aliviar os sintomas e prevenir o aparecimento das doenças de pele (leia quadro).
Cuidados que aliviam
Buscar soluções caseiras e paliativas, que têm apenas efeito temporário, é comum. Mas há casos em que o único caminho é o consultório do dermatologista. O diagnóstico não é dos mais fáceis – mudanças bruscas de temperatura, tempo seco, ácaros, pó, alimentação, substâncias que causam alergia (sabonetes, detergentes, perfumes) e até fatores emocionais podem se manifestar na pele.
A dermatologista Ligia Kogos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e diretora da Clínica Ligia Kogos de Dermatologia, em São Paulo, afirma que com o tempo seco e altas temperaturas, a sensação de estar dentro de um forno não é infundada. “A hidratação da pele evapora e é como se estivéssemos numa estufa. Os olhos e o nariz sofrem e o ressecamento de braços, pernas e rosto é maior”, diz. Pode ocorrer então a dermatite asteatósica. “A pessoa passa a ter coceira, instalando-se um círculo vicioso. Quanto mais coça, mais a pele reage à agressão e passa para o processo de liquinificação, no qual a pele engrossa. É uma armadilha, o que torna comum as escoriações e cascas, principalmente nos braços e nas pernas”.
Em um grau exacerbado, “a pessoa pode ter o corpo coberto de escoriações, oportunidade para que outras doenças se instalem”. Nesses casos, o simples hidratante não resolve – é indicado o uso de corticóide com antialérgico. “É preciso conjugar hidratante à base de ácido lático, vitamina E e ceramida com lubrificantes. Fórmulas com dimethicone ajudam, já que ele é um silicone hipermeabilizante”.
Ela chama a atenção para quem tem bronquite e rinite, em especial as crianças, “mais propensas às dermatites”. O clima seco agrava também as dermatites atópicas, próprias dos alérgicos, e a dermatite de contato (alergia a níquel, bijuterias). “A herpes também fica mais evidência. O vírus armazenado aflora de tempos em tempos e se instala nos lábios e nas nádegas. Rachaduras, pele machucada e resistência baixa a faz reaparecer. Num surto, o tratamento é com medicamentos via oral, como o aciclovir”, informa a médica.
Novas drogas no mercado surgem como aliadas. “A dermatologia avança demais e o importante é consultar o médico. No caso da dermatite atópica, a família dos biológicos é superimportante. Hoje, sabe-se que a vitamina E melhora bem a condição de quem tem pele seca”. Por outro lado, há determinados casos em que a pele é tão oleosa que a secreção é ácida e queima a pele. E há outros em que a pele, apesar do aspecto seco, produz óleo demais, ocasionando a dermatite seborréica. Apesar de ser frequente no inverno, o problema se agrava com a baixa umidade. “Doença de pele é grave. Se há um sinal, você foi a vários médicos e o quadro não melhorou, é preciso investigar, fazer uma biópsia, porque pode haver algo oculto”, alerta a médica.
Auto-imagem Além da dor física, o dermatologista Jackson Machado Pinto alerta que as doenças de pele provocam não só o preconceito de quem está em volta, mas o constrangimento para portadores. “Há um prejuízo da auto-imagem, quadros de depressão e diminuição da sociabilidade”, diz o coordenador da disciplina de dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, chefe da clínica dermatológica da Santa Casa de Belo Horizonte, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e membro estrangeiro da Academia Americana de Dermatologia. Também é preciso estar atento a quem tem quadros psicossomáticos, já que “há pessoas que coçam a pele compulsivamente”. O médico faz vários alertas e sugestões para aliviar os sintomas e prevenir o aparecimento das doenças de pele (leia quadro).
Cuidados que aliviam
- Não passe álcool no local lesionada. A sensação de alívio é mentirosa, só agrava.
- Banhos demais e bucha devem ser evitados, já que retiram a proteção da pele.
- É recomendável uma vez por semana, com a pele molhada, usar óleo vegetal porque lubrifica sem melar. Pode ser de amêndoa, milho, avelã, glicerina e até o de soja, qualquer um. Não use óleo mineral, que tampa os poros.
- Ureia só é indicada com orientação médica. Na dúvida, creme comum, de supermercado, é o mais seguro.
- No estágio grave, só o médico define o tratamento medicamentoso local e oral. Há soluções eficientes, como corticóide com ou sem antibiótico, antialérgico e antimicóticos.
- Tome muito líquido, fuja do sol, use protetor solar, roupa leve e alimentação adequada
- Psoríase tem novo medicamento e aplicativo
Lesões avermelhadas e descamativas na pele que aparecem, em geral, no couro cabeludo, cotovelos e joelhos, são as características da psoríase, doença inflamatória da pele, crônica e não contagiosa que afeta 125 milhões de pessoas no mundo. Um novo medicamento biológico (produzido a partir de células vivas) o secuquinumabe, promete resultados inéditos no clareamento de lesões. Melhora de qualidade de vida, clareamento mais rápido e prolongado das lesões de pele (placas avermelhadas descamativas) e redução dos sintomas da doença foram os principais resultados dos estudos Erasure e Fixture, publicados no New England Journal of Medicine.
No Dia Mundial da Psoríase, comemorado na próxima quarta-feira, será lançado um web app que convida os usuários a se enxergarem com psoríase. Acesse o aplicativo pelo site www.psoriasetemtratamento.com.br e compartilhe nas redes sociais com a hashtag #PsoriaseTemTratamento. “Estamos animados com a iniciativa”, afirma Marcelo Arnone, dermatologista e coordenador da campanha que quer levar à população mais informações sobre a doença, além de combater o preconceito.
No Dia Mundial da Psoríase, comemorado na próxima quarta-feira, será lançado um web app que convida os usuários a se enxergarem com psoríase. Acesse o aplicativo pelo site www.psoriasetemtratamento.com.br e compartilhe nas redes sociais com a hashtag #PsoriaseTemTratamento. “Estamos animados com a iniciativa”, afirma Marcelo Arnone, dermatologista e coordenador da campanha que quer levar à população mais informações sobre a doença, além de combater o preconceito.
Saúde Plena
Nenhum comentário:
Postar um comentário