Pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia aponta que um terço dos pais não sabe a maneira certa de proteger os filhos do sol
Com a chegada do calor e do horário de verão, a criançada tende a aproveitar mais o dia na rua e nos parques. Os cuidados com a proteção solar devem ser redobrados nesse período. Mas nem todos os pais sabem como isso deve ser feito: segundo uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), um terço deles acha desnecessário utilizar o filtro nos filhos quando não estão na praia.
Para uma proteção efetiva, não basta aplicar o produto. É preciso prestar atenção para cobrir da forma correta todas as áreas da pele que estarão em exposição, sem deixar falhas e na quantidade certa.
— Um protetor solar de fator 30, se usado inadequadamente, tem efeito de um filtro fator quatro — explica o dermatologista Paulo Criado, presidente da SBD.
Além do produto, sombra, óculos escuros e roupa adequada — de tecido leve e que cubra, principalmente, regiões sensíveis como peito, ombro e virilhas — também são aliados quando o assunto é cuidado com o sol. Chapéus com aba de pelo menos oito centímetros protegem o rosto e o pescoço com efeito semelhante a um protetor solar de fator 11.
O dermatologista Hugo Weiss afirma que as áreas que tendem a ser mais prejudicadas por causa de uma aplicação inadequada do protetor solar são orelhas, pés, mãos, pescoço e nuca. Ele recomenda que o produto seja aplicado com cuidado redobrado nessas regiões, além as áreas próximas ao cabelo e dos limites da roupa — com a movimentação, as vestes podem descobrir alguma área da pele.
Weiss também recomenda o uso do filtro solar do tipo físico, que é feito à base de zinco e dióxido de titânio.
— Esse tipo de protetor solar, por ser mais branco e opaco, permite que os pais visualizem as áreas em que o produto já foi passado, evitando, assim, que alguma parte do corpo fique desguarnecida — aconselha Weiss.
Como aplicar o filtro solar corretamente
— O filtro solar deve ser aplicado meia hora antes da exposição e reaplicado minutos antes de a criança ter contato com o sol. O produto também deve ser passado novamente após a criança entrar na água ou suar muito
— Não economize na aplicação. Uma pessoa de 60 quilos deve utilizar 30ml de protetor, o que equivale a quase metade de um frasco pequeno
— Segundo o dermatologista Paulo Criado, é preciso saber o limite entre a exposição solar positiva, que atua na produção de vitamina D, e a prejudicial, que pode causar queimaduras. Tomar sol de 10 a 15 minutos duas vezes por semana já é suficiente para que o corpo produza os níveis ideais da vitamina
— Bebês com até seis meses de idade devem ser mantidos longe do contato direto com raios solares, pois sua pele ainda não está preparada para receber o filtro. Em vez de formar uma camada de proteção, o produto será absorvido e os compostos químicos podem causar danos na região
— A pele nunca mais vai esquecer o sol que ela receber, mesmo na infância. A ação solar, que acelera o envelhecimento e pode causar câncer, é cumulativa
Como manter as crianças protegidas
— Evite a exposição ao sol entre as 10h e as 15h (durante o horário de verão, das 11h as 16h)
— Aplique protetor solar mesmo em dias nublados
— O fator de proteção solar do filtro não pode ser menor que 30
— Garantido o tempo de exposição solar para a produção de vitamina D, prefira a sombra
Zero Hora
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